Alonne Raví 01/09/2023
Ah... o dinheiro...
Cinquenta tons mais escuros é um livro maior do que deveria ser, mas é muito mais interessante e bem escrito do que seu antecessor. A história é simples, mas bem narrada. A autora tem uma forma de escrever muito detalhista, o que é bom, mas cansativa em vários momentos. O livro seria muito mais gostoso se tivesse umas cem ou cento e cinquenta páginas a menos. É menos enfadonho que seu antecessor, mas é demais, excessivo e com muitos momentos que deveriam encerrar a história, que continua, continua até um final que não é tão prazeroso assim, além de um possível epílogo desnecessário, com uma personagem irrelevante e que estraga uma cena final que é até bonitinha.
Sobre a história, bem, mantenho o mesmo que disse a respeito de cinquenta tons de cinza, o livro é menos pornográfico do que eu esperava e isso é um ponto que considero negativo. O erótico é mínimo e não me chamou a atenção porque nada ali é sexy, sexual ou excitante o suficiente [ não para mim, será que é porque sou um homem? ] sendo, ou melhor, continuando um romance baunilha e cinza.
Christian é detestável, um homem realmente doente, mas sua personalidade é intragável e sua doença mental não justifica. Realmente não gosto dele. Mas sou suspeito para falar porque creio eu estar odiando nele muito do que pode existir de semelhante em mim [ minha psicóloga não pode saber disso ]. O ponto positivo ali é que Anastasia cresceu e amadureceu muito, aqui ela é um mulherão da 🤬 #$%!& e eu gosto muito mais dela, no primeiro eu a achei patética, sonsa e boboca. Felizmente a bobagem de sua "deusa interior" foi muito diminuída aqui, sério, alguma mulher poderia me explicar sobre isso? A deusa interior aqui virou uma figurante que não perturba, diferente de seu protagonismo idiota e repulsivo no primeiro livro. O restante das personagens, família, amigos e vilões são definitivamente desprezíveis. O livro seria muito mais interessante, e deliciosamente mais curto, se fosse apenas Grey e Steele; todo o restante está ali apenas para encher linguiça [ e que trocadilho pertinente o meu ].
Esse livro é mais divertido, foi uma experiência mais agradável a partir de uma história que realmente não me cativou e cujo universo é perturbadoramente mergulhado em uma opulência que não gera identificação em pessoas que, como eu, vem de origem financeira humilde cujas chances de ter acesso àquele luxo, glamour e ostentação são quase que nulas. Anastasia não passa de uma mulher muito sortuda. Sua história é a história que qualquer um de nós gostaria de viver: conhecer alguém com muito dinheiro, bom amante e com acesso a um mundo que o minimo da população mundial terá contato. Cinquenta tons é a história de uma pessoa muito sortuda, apenas. Um milagre que até eu gostaria que me acontecesse... imagina, ter o privilégio de sair da miséria para uma vida de muita fartura, beleza, luxo e acesso? Tolo quem não sonha com isso e mais tolo ainda quem pensa que também não se apaixonaria por um Christian Grey e seu mundo de maravilhas que somente o dinheiro pode proporcionar. E o amor? Ora, amor não enche barriga!