O Andarilho das Sombras

O Andarilho das Sombras Eduardo Kasse




Resenhas - O Andarilho das Sombras


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Sandro 24/10/2014

Um livro otimo
O Andarilho das Sombras é o livro de estréia da serie Tempos de Sangue, a serie é publicada pela Editora Draco, que tem feito um ótimo trabalho lançando vários autores nacionais. Já fiz a resenha do segundo livro da serie, Deuses Esquecidos aqui.

Em Andarilho, Eduardo nos apresenta Harold Stonecross, um vampiro que dá gosto de conhecer. Ao contrário de Alessio, o vampiro do Deuses, Harold abraça sua imortalidade, vendo os humanos como gado a ser abatido.

O principal ponto deste livro é o personagem, com Harold narrando sua trajetória em primeira pessoa, isso faz com que nos identifiquemos com ele e seu estilo de vida. Os detalhes da obra também são um ponto muito importante. A pesquisa detalha sobre os costumes da época e o cenário escolhido fizeram toda a diferença.

Uma coisa que não gostei, e que outras pessoas já haviam me dito, é que o ritmo de leitura do Andarilho é bem lento, o que pode desanimar algum leitor. Mas diferente da maioria dos leitores eu comecei pelo segundo livro, que tem um ritmo mais fluente e aconselho a quem ainda não leu os livros da série a fazer o mesmo. Então me habituei com o estilo de escrita e então tive prazer em ler o Andarilho, por que o que me instigou mesmo foi Harold. O poder de sedução que ele usa para atrair suas vitimas também atrai os leitores.

site: http://tiozinhonerd.wordpress.com/2014/10/23/livro-resenha-dupla-o-andarilho-das-sombras-e-guerras-eternas-de-eduardo-kasse/
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PorEssasPáginas 08/05/2014

A Cuca Recomenda O Andarilho das Sombras - Por Essas Páginas
O romance O Andarilho das Sombras faz parte da série Tempos de Sangue – da qual já li e resenhei aqui no blog o livroDeuses Esquecidos e o conto Sobre Guerras e Deuses, todos lançados pela Editora Draco. É também o primeiro volume da série (sim, eu comecei ao contrário, lendo o segundo volume antes do primeiro, mas o mais legal é que isso é totalmente possível e não senti nenhum problema por fazê-lo) e o romance de estreia do autor Eduardo Kasse. O autor tem uma predileção por fantasia histórica, e é exatamente isso que vemos aqui nesse seu primeiro livro: uma história densa, fantástica e com uma espantosa fidelidade histórica. ‘Bora lá saber o que achei dela?

Em O Andarilho das Sombras acompanhamos a trajetória de Harold Stonecross em duas épocas de sua vida: a primeira, quando deixou sua família, amedrontado – o pai o desprezava – e começou a peregrinar pela Inglaterra medieval, modestamente, fazendo amigos e inimigos pelo caminho. A segunda época de sua vida foi quando, já vampiro e imortal, Harold fez suas andanças por vários países da Europa, espalhando sangue, morte e lendas, seduzindo mulheres e causando a ruína dos homens. A narrativa é intercalada entre as duas vidas e, em ambas, Harold ainda é, essencialmente, um andarilho, como diz o título do livro.

“Os olhos suplicantes e temerosos da lebre não me saíam da mente. Era estranho nós, homens, escolhermos, definirmos a vida ou a morte desses seres indefesos.”

A história começa quando Harold, já imortal, conhece uma bela jovem, Liádan, pela qual se encanta. Essa é uma das personagens mais brilhantes e surpreendentes do livro – guardem seu nome. Quando ela está já à beira da morte, Harold não resiste e a transforma em uma igual, uma imortal. Mas em certo momento ela segue seu próprio caminho, deixando um Harold desolado e sozinho. Não que isso seja algo eterno… sendo imortal, Harold sempre acaba superando o luto e seguindo em frente, encontrando novos caminhos… e mulheres. Há essa parte no livro bastante sensual, mas não é como os clichês de vampiros (muito menos os vampiros atuais). É mais como Anne Rice, talvez; Harold é um vampiro sedutor, porém impiedoso, e sua sede está sempre acima do restante – na maioria das vezes. Em outras, Harold verdadeiramente se afeiçoa a poucos humanos, suportando a sina que é deixá-los para trás, inevitavelmente, quando sua vida se esgota.

O protagonista foi um personagem que me dividiu, confesso. Em alguns momentos, eu o considerava pomposo e arrogante; em outros, sentia sua dor e me afeiçoava a ele. Acredito que isso demonstra o quanto, acima de tudo, ele é um personagem bem construído, com ambos os lados de luz e trevas, como qualquer um. Em sua vida humana, Harold era mais simplório e humilde, mas já é possível enxergar alguns traços do que ele se tornará. Ele não foi meu personagem preferido, mas é um excelente protagonista. O interessante aqui é notar como o autor delineou bem sua personalidade e a dos demais personagens do livro (e são muitos!), mas mesmo assim, é sempre possível distingui-los e sofrer a perda deles quando esta ocorre.

“E nossos corpos nus se entrelaçaram como o espinheiro e a rosa selvagem.”

Aliás, preciso dizer o quanto apreciei o fato de que, apesar do livro se passar em uma época onde as mulheres eram rebaixadas e desprezadas, o livro demonstra uma grande força feminina. Não posso me estender muito porque seriam spoilers, mas as personagens femininas desse livro, especialmente Liádan, são de arrasar. Elas têm uma importância ímpar, são ricamente construídas e secretamente conduzem os caminhos da obra. Sensacional.

Apesar disso, há uma absurda fidelidade histórica: é possível sentir a veracidade dos fatos e a pesquisa intensa que o autor fez antes e durante a escrita da obra. O cenário é perfeito (mas não há excesso de descrições, o que é um ponto extremamente positivo e que me agradou), você realmente se sente no clima daquela época e naqueles lugares. É completamente imersivo, e isso só foi possível pela habilidade do autor e sua extensa pesquisa sobre o ambiente e a época.

“- Não se irrite senhor Harold – falou Will – É que há muita pressão em mim depois que o velho morreu!
- Então vá cagar para ver se alivia essa pressão – respondi bravo.”

Porém, senti falta, durante todo o livro, do conflito mencionado na sinopse: o jogo de poder entre os deuses. O livro fala muito sobre religião – como o volume posterior da série -, especialmente sobre a transição sangrenta e dolorosa para a religião cristã, cheia de pecados e mazelas, e em como os deuses antigos foram sendo esquecidos, substituídos pelo Deus da cruz. Há sempre essa trama permeando a história, mas ela só é realmente aprofundada e apresentada em toda sua glória bem no final do livro – um final sensacional e surpreendente. Porém, eu gostaria que esse potencial tivesse sido mais bem aproveitado durante o restante do livro. O autor se apega muito aos fatos banais e cotidianos da vida de Harold – seja a humana ou a imortal -, que não deixam de ser interessantes (e muitas vezes hilários! Há muito humor também no livro, um humor autêntico que rouba várias risadas do leitor), mas que, reunidos em vários e vários capítulos, tornam algumas vezes a leitura um pouco arrastada. Senti falta do conflito principal do livro impulsionando o leitor a ler e ler com voracidade os próximos capítulos. Apesar de haver sim conflitos e batalhas durante o livro – há bastante sangue! -, esses conflitos foram tratados como rotineiros, e realmente, era o que eram e o que acontecia na época: bandidinhos de estrada e brigas entre homens orgulhosos. Eles não eram o foco principal do livro e senti a ausência do verdadeiro conflito da história – a disputa dos deuses – descrito de uma maneira que impulsionasse mais fortemente a leitura. Senti-me, por quase todo o livro, extremamente segura, algo que não aconteceu em Deuses Esquecidos, por exemplo.

“Jesus Cristo era lembrado em um momento de dor, em sua cruz de madeira. E a cada sermão, os padres martelavam cada vez mais fundo os pregos da cruz nas almas das pessoas.”

Aqui há que se levar em conta dois fatos, acredito. Primeiro: era o romance de estreia do autor. Já tendo lido seu segundo livro e outros contos que ele escreveu mais tarde, percebi rapidamente a diferença de maturidade de sua escrita comparando-se esse primeiro livro e os demais. E, em um primeiro romance, um autor nem sempre sabe dosar quais cenas devem ou não realmente estarem lá. Às vezes uma cena é ótima, vista separadamente, mas não faz tanto sentido assim no cenário como um todo. Isso é uma coisa que deveria ter sido vista na revisão. Acredito que o revisor pecou um pouco nesse ponto; ele poderia ter cortado e resumido algumas cenas. Também encontrei alguns outros erros de revisão, nada que realmente incomode, mas que passou batido pelo revisor.

Mas e aí? A Cuca Recomenda? Sim! É um romance bem escrito, que retrata fielmente um período histórico e traz um toque fantástico delicioso. Não sou muito de vampiros, mas aprecio os do universo de Tempos de Sangue: eles são os vampiros clássicos, com sede de sangue, sedutores no ponto certo, mas verdadeiramente perigosos (e isso é muito importante). Também é interessante esse mote religioso dos livros, que falam essencialmente das batalhas entre deuses decadentes, que fazem da humanidade – e dos vampiros! – peões em seus jogos sombrios. É uma história inteligente, com um final de tirar o fôlego. Se você curte esse tipo de leitura, recomendo O Andarilho das Sombras. E estou aguardando com curiosidade o final série, o terceiro volume Guerras Eternas, que será lançado pela Draco ainda esse ano.

site: http://poressaspaginas.com/a-cuca-recomenda-o-andarilho-das-sombras
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Marcos Pinto 08/02/2014

Resenha: O andarilho das sombras
Andarilho das Sombras é um livro de vampiros, chupadores de sangue, demônios da noite ou qualquer outro nome que você preferir usar. É uma obra que tinha tudo para ser apenas mais uma do gênero; Contudo, não foi. Isso acontece porque Eduardo Kasse narra a história de Harold Stonecross, o nosso protagonista, desde a sua infância sofrida até a sua maturidade, o que deixa o aprofundamento psicológico excelente. Além disso, o livro não é linear. O autor brinca com o tempo. Ora fala do passado, ora do presente e nos faz supor o futuro. Supor errado, aliás.

O livro se passa na Idade Média onde a igreja católica dominava o pensamento com todas as forças e as crendices eram mais fortes que a ciência. Sinceramente, não consigo imaginar um cenário mais ideal. Harold, com seu pensamento questionador e sua petulância, se destaca em cada página de uma maneira mágica.

Eduardo consegue retratar a Idade Média como poucos, demonstrando cada nuança dos costumes da época, principalmente dos camponeses, além de mesclar fatos históricos com fantasia. Logo, aprende-se mais com o livro do que com algumas aulas na escola. Isso deixa o enredo mais profundo e aumenta a verossimilhança. Em muitos momentos, o enredo fica tão envolvente que você realmente acredita que tudo aquilo poderia ter acontecido.

“Sou Harold Stonecross, o suplício da humanidade, não um andarilho qualquer. Quem quer que esteja brincando com a sorte, vai sofrer muito – falei e minhas palavras ecoaram pelos confins do bosque.” (Pag. 151).

Outro ponto forte do autor é a sua capacidade de descrever os ambientes. O leitor se sente no local, na pele do Harold e, por alguns momentos, se imagina com uma roupa de peles esfarrapadas, bebendo vinho e cuidando de ovelhas. Ou bebendo sangue dos outros e seduzindo damas com seu charme vampiresco, o que parece ser bem mais interessante.

Harold, como se percebe na sinopse, não nasce um vampiro, mas se torna um ao decorrer de sua vida, ao tentar salvar uma pessoa querida. Aliás, a justificativa da criação dos vampiros foi a melhor que eu já li; inovadora e bem original. Só pela recriação do mito dos vampiros, esse livro já merece ser lido.

Stonecross, devido ao seu passado e a sua forma de criação, é exibicionista e sarcástico na hora de matar suas vítimas, transformando o livro em rastro de morte e sangue. Contudo, Eduardo Kasse também dá um toque de romance no livro. Mas se você espera um romance cheio de mimimi, com vampiros brilhando no sol e parecendo borboletas ao invés de assassinos, você se decepcionará. Kasse faz acontecer um romance sério, adulto e levemente sensual.

“Esse mundo foi infectado por poltrões medrosos, vermes receosos e biltres. Seguidores de um Deus fraco que só pensa na paz e na felicidade dos seus amados filhos... – esmurrou o trono – Ele deseja trazer o paraíso para essa terra – falou com escárnio – Mas, para isso seus cordeiros devem seguir cegamente a tábua com suas leis. Por sorte, os homens são surdos, burros e agem pela vontade dos corvos da igreja, não pelos ensinamentos daquele livro sagrado. Senão essa terra já estaria coberta de mel, quando na verdade deveria estar banhada em sangue!” (Pag. 366).

Quanto à parte física do livro, só tenho elogios para a editora Draco. A capa é belíssima e determina um padrão que seguirá durante toda a série. A diagramação é simples, mas eficaz, proporcionando uma boa leitura. A revisão também está ótima.

Sem dúvidas, dos livros vampirescos modernos que já li, Eduardo Kasse cria o melhor de todos. O enredo te prende do começo ao fim, a leitura é fluída e a linguagem é muito bem construída. Se você procura um bom livro de fantasia, leia este, você não vai se arrepender.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/03/resenha-o-andarilho-das-sombras.html
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Társis 22/09/2013

Vale o investimento: O Andarilho das Sombras
Vampiros são provavelmente as criaturas mais exploradas do mundo fantástico.

Suas lendas surgiram muito antes da Literatura existir, em diferentes culturas, com nomes distintos. Talvez por isso sua mitologia seja tão longeva e tenha saído da tradição oral e se fixado no imaginário popular de modo tão enraizado.

Versões góticas, monstruosas, sedutoras, cômicas, modernas, pornôs, espaciais, até versões purpurinadas… não seria um exagero dizer que todas as abordagens possíveis, ou a maioria delas, foram apresentadas ao leitor desde que Dracula, de Bran Stoker, desenvolveu literariamente o vampiro moderno em 1897.

Vários escritores brasileiros também se debruçaram sobre mito e alguns chegaram ao sucesso. Outros podem chegar. É o caso do paulista Eduardo Kasse com seu romance de estreia, O Andarilho das Sombras lançado pela editora Draco no ano passado como primeiro volume de uma série idealizada por ele e chamada “Tempos de Sangue”.

Diferentemente da corrente atual de histórias desenvolvidas por escritores nacionais, que posicionam os seres sobrenaturais no Brasil, o drama do nobre Harold Stonecross acontece na Europa Medieval — o que não é um demérito, e sim um posicionamento histórico e geográfico necessário para contar a origem do mito criada por Kasse.

Enquanto sobrevive nas florestas e cidades escuras da Europa na Idade das Trevas, Harold, um homem amaldiçoado, lembra-se do passado, ao mesmo tempo em que narra em primeira pessoa seu presente.

Imortal e com poucos medos, Harold comporta-se como um ator interpretando um texto, sem grandes espaços para improvisações, com a eternidade para refletir suas atitudes, recheadas com humor negro. Sua realidade é crua, ele é um demônio em busca de sangue, e a imortalidade não parece afetar sua índole, ainda que matar seja uma necessidade tanto para os monstros, quanto para quaisquer outro homem na Idade Média.

Num misto de misticismo e história oficial, a verdade da existência dos “vampiros” naquele período confunde-se com as histórias de terror contadas pelos velhos. Tudo porque o jovem nobre Stonecross sacrificou sua alma por uma promessa maliciosa, em um jogo de poder entre deuses ancestrais e decadentes.

Curiosidade: em nenhum momento o termo vampiro é citado; nem existia naquele período.

A leitura é fluída sem ser rasa, um equilíbrio entre a contextualização histórica e o drama de Harold Stonecross. Outros personagens são interessantes e cativam o leitor; bons coadjuvantes, divertem, conduzem o monstro em sua história e apresentam alguns tipos comuns da Europa naquele período.

O livro não reinventa necessariamente o gênero de vampiros, mas é divertido, tem boas passagens, boa pesquisa histórica e vai agradar aos fãs de literatura fantástica. Tem que aproveitar também o bom momento que o gênero vive no Brasil, principalmente com autores nacionais, muitos deles, escritores de qualidade. A edição da Draco ficou bonita. É livro de estreia muito bom, e vale o investimento.

Em tempo: o segundo livro da série “Tempos de Sangue” está para ser lançado. Mais informações no site da Editora Draco.

Serviço:

O Andarilho das Sombras
Editora: Draco
Gênero: Fantasia Histórica
Páginas: 384
Preço sugerido: R$57,90 (papel)
ou R$ 24,90 (e-book)


site: http://revistaogrito.ne10.uol.com.br/papodequadrinho/2013/09/22/vale-o-investimento-o-andarilho-das-sombras/
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Karine614 18/09/2013

O que é isso? É um Vampiro? É um Demônio? Não! É Harold Stonecross, o Imortal!
Tenho que começar ressaltando o ótimo trabalho visual desse livro. O resultado foi ótimo. O uso do papel polén bold (que eu amo!), a maneira como a obra ficou grossa e pesada, as cores... TUDO!
A arte desse livro foi algo que me chamou a atenção desde o começo. A cor, que eu defino como cor-de-estrada, adaptou-se perfeitamente ao título. Parabéns ao editores, pois a edição também é maravilhosa. A separação de capítulos deixa a leitura fluir deliciosamente bem.
Mas, vamos à estória que é o que todos querem saber.
Desde a primeira página eu já estava encantada, e devorei três capítulos rapidamente. A linguagem rica (poupar palavras para quê, não é, Eduardo?), a descrição detalhada dos lugares, a maneira como como Eduardo Kasse conseguiu levar-me ao mundo medieval cercado de sangue e sedução de Harold realmente é algo notável.
A cada capítulo eu via Harold (afinal, o que ele é? Vampiro? Demônio? Maldito seja, Loki e seus enigmas!) seduzindo suas vítimas, ou até mesmo lutando com elas, sentia sua sede, ouvia suas angústias e suas poesias. E também conhecia sobre sua infância, adolescência e o porquê de ele ter entregado sua alma aos Deuses.
Esse é o diferencial encantador desse livro!
Ele começa, não pelo "início" de tudo. Não começa com sua alma sendo levada para torná-lo um Demônio/Vampiro. O livro inicia-se pelo que eu considero o meio de toda a estória. E no decorrer, ela vai tomando forma e bifurcando-se, para o fim e o começo, que cruzam-se em um único caminho surpreendente.
"O Andarilho das Sombras" é o tipo de livro que eu releria até todas as páginas desgastarem-se totalmente, e mesmo assim não cansaria. Ele é envolvente e totalmente surpreendente. Com certeza uma leitura que recomendo.

site: http://cheirodaspalavras.blogspot.com.br/2013/09/resenha-o-andarilho-das-sombras-de.html
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Nicole Weiss 21/12/2012

Vampiro? Demônio? O que ele é?
É sempre um enorme prazer desfrutar de uma obra com um enredo de época e muito bem desenvolvida. Eduardo Kasse não é do tipo que poupa palavras. Seu vasto vocabulário já é notável logo nos primeiros trechos de “O Andarilho das Sombras”, tornando a escrita rica, instigante e prazerosa.
Finalmente o coloquial foi deixado de lado e nos deparamos com uma linguagem mais aprumada, exatamente como os romances de época deveriam ser. Ainda assim, mesmo com toda eloquência literária do autor ao descrever as cenas com sábias palavras, o texto flui tão deliciosamente que o entendimento torna-se fácil. Portanto, até as mentes mais fátuas estarão encantadas com o desenrolar da trama.
Ouso dizer que em alguns trechos lidamos com parágrafos tão deliciosamente bem escritos que os mesmos chegam a ser poéticos.
Senti falta de notas de rodapé, pois alguns diálogos apresentam-se em latim – o que não é tão difícil de entender, porém, para aqueles que não são familiarizados com o idioma, seria trabalhoso buscar o significado no “Google Translate”.
Os personagens de Eduardo são constantes, fortes e tão marcantes que até os coadjuvantes deixam sua marca registrada. Mesmo que a participação de determinada figura aconteça em apenas um parágrafo, creia, isso ficará permanentemente firmado em nossas lembranças – para quem já leu, entenderá o que digo... Como o garotinho ruivo e toda aquela delicada perseguição que desencadeou as lembranças do protagonista... recordações que colocaram em cena a diva ruiva Liádan.
Focando no protagonista, Harold – e como já foi dito anteriormente, o autor não economiza palavras, e digo que ele o faz no sentido intenso e sem pejo algum -, é o tipo de personagem ousado, seguro de si e que não liga a mínima para os que estão ao seu redor. Frio em todos os seus significados. Corpo frio. Mente fria. Coração gelado. E tantas idiossincrasias o tornam único.
Não posso deixar de acrescentar o quanto Harold mostra-se cômico em determinadas situações. Desde levar uma surra – sim, isso o faz, de certa forma, quase real – até replicar à altura uma acusação infundada – nem tanto, ele quase sempre era o culpado. – O humor negro de Harold é mesmo apaixonante.
E o que é O Andarilho das Sombras? Tentando evitar spoilers, digo que esse é o golpe de mestre do Eduardo. Em momento algum – exceto na sucinta sinopse da orelha de capa, algo que, definitivamente, não pode ser levado em conta – o autor usa qualquer termo para descrever seu protagonista. Não sabemos se estamos lendo sobre um vampiro, um demônio carniceiro, um deus vingativo, um wendigo deliciosamente lindo ou qualquer outro termo que possa ser aplicado a um bebedor de sangue. Vemos então uma criatura faminta de vida – sangue – e sem escrúpulos algum para tomar o que ele decidiu que lhe pertence.
Encontramos de tudo nessa obra. Todas as cenas são intensas e tão persuasivas ao nos prender que, quando menos esperamos, já findamos a leitura. Há romance, mas não no estilo “melação de cueca suprema”. Há humor, mas nada que nos fará gargalhar – bem, na página 335 você vai rir -, pelo contrário, apenas abrimos um sorriso torto e malicioso.
Preciso deixar registrado o belíssimo trabalho que a editora fez na confecção dessa obra, com páginas em pólen bold – um off-white de maior gramatura e textura diferente – e algumas estampadas com a imagem de capa ao fundo. Apesar de ser uma peça pesada e grossa – eu optaria pelo formato 16 X 23 -, o livro foi bem diagramado e o tamanho da fonte bem adequado.
No todo: é um livro ousado, bem escrito, sombrio, romântico, poético e inteligente. O melhor livro sobrenatural que li no ano de 2012.
Mais que recomendado, leitura obrigatória.
Agradeço ao autor pelo seu carinho e paciência ao lidar com essa sua nova fã chata, insistente, imploradora de spoilers e grande admiradora - eu. - Ouso dizer que já o tenho como um amigo querido e lhe desejo sucesso em todas as suas empreitadas.
Que venha o segundo livro!
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Estela 22/10/2012

Uma história fantástica, literalmente
O Andarilho das Sombras, de Eduardo Kasse, é um daqueles livros que temos vontade de ler sem parar. Ele nos transporta para o interessante mundo medieval dos séculos X, XI e XII, mas sem os clichês e inconsistências que costumamos ver em muitos filmes e livros.

Os cenários, as construções e as personagens estão bem trabalhados e são os pontos fortes do livro. É uma história bem contada, com ambientação convincente e descrita em uma linguagem fluida.

O Andarilho das Sombras nos traz uma visão bem realista e sem exageros, com sensualidade e violência dosadas na medida certa. As cenas não têm eufemismo e os atos trazem a rudez da época.

É uma história bem peculiar, com uma narrativa única, no qual mitologia, fantasia e história real se misturam em uma simbiose interessante.

Há sangue nas páginas, mas também há humor e muitos passeios pelas almas humanas e imortais.

Apesar de ser um livro grande, a leitura foi muito prazerosa.
Recomendo a obra e espero pelo segundo livro da Série Tempos de Sangue.
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