Luds 15/11/2020Livro interessante que trata com certa leveza o cotidiano de alguns personagens no contexto da ditadura chilena. Para mim, o que mais me incomoda é a falta de profundidade e a constante linearidade nos acontecimentos e dos personagens. Não sei se é pela escrita mesmo, mas grande parte dos acontecimentos não conseguiram me afetar da forma como foram expostos.
Também fiquei um pouco decepcionada com a tradução do título, que foi de "Los días del arcoíris" para "O dia em que a poesia derrotou um ditador".
Ademais, penso que essa seja uma boa leitura para pessoas mais jovens, tanto pela forma como a história é contada como pela necessidade de que histórias relacionadas às ditaduras sejam sempre relembradas para que não aconteçam jamais.
Citações:
"Antigamente costumava encontrar amigos do meio publicitário naquele café. Ou jornalistas. Agora a maioria havia abandonado o país, e os agradáveis interlocutores de outros tempos só conversavam sobre futebol ou os vaivéns da taxa de câmbio. Eles seriam alguns dos destinatários de sua campanha. Mais que inescrutável, o rosto deles parecia talhado na anonimidade. Não era medo, mas a simples vida cotidiana exaurida de esperanças. Tomavam café num ritual lento só para adiar a volta ao escritório, onde enfrentariam as telas dos computadores cheias de números e produtos alheios. Isso. Eram alheios. Sua própria vida já não lhes dizia respeito." P. 52.
"Para mim, amá-la não é uma questão de geografia." P. 198.