Phelipe.Pompilio 03/08/2015O Filho do DragãoO Filho do Dragão" é o primeiro volume da trilogia "Crônicas do Rei Artur", escrita por M.K. Hume, uma historiadora especialista nas lendas arturianas. Não conhecia o trabalho da autora até colocar meus olhos nesse exemplar, que primeiramente me chamou muito a atenção por retratar uma história do lendário Rei Arthur. Sem mais enrolações, vamos ao trabalho.
Quando ainda bebê, Artorex foi entregue por Lucius de Glastonbury aos cuidados de Ector e Lívinia Poppinidii, senhores da Quinta Poppinidii, que aceitaram o garoto e o criaram juntamente de Caius, filho biológico dos senhores.
Artorex cresce sem saber nada sobre sua família biológica e leva uma vida tranquila, sem ambições, mas que logo tem fim, quando três visitantes misteriosos chegam à Quinta e providenciam que o menino seja educado como cavaleiro, aprendendo assim a arte do combate e montaria para que um dia possa servir ao seu rei, Uther Pendragon, e combater os saxões que estão invadindo as terras do povo celta
De tempos em tempos, Myrddion Merlinus, Llanwith Pen Bryn e Luka retornam à Quinta para verificar o progresso de Artorex, notando que o garoto está se transformando em um formidável guerreiro e excelente líder.
Após mais alguns anos passados, Artorex já é um homem casado, pai de uma garotinha chamada Lícia, e vive em paz como intendente da Quinta Poppinidii, até que os três homens retornam, e dessa vez para levar Artorex para o cumprimento de seu destino, destino esse que foi profetizado para o garoto pela feiticeira Morgana, que certa vez se abrigou junto aos moradores da Quinta.
A partir daí a vida de Artorex começa a mudar, pois o garoto descobre sobre sua linhagem sanguínea, e percebe que foi moldado para assumir o que é seu por direito, e desse modo trazer liberdade para o seu povo.
"Maior ainda que teu pai, e maior que teu filho, salvarás teu mundo por um tempo, mas será à custa de tudo por que tens amor. O tempo não te modificará, tampouco esfalecerá tua promessa. Viverás, ainda que teu corpo esteja morto, e muito depois que o poder de Roma tenha caído em pó."
M.K Hume fez um ótimo trabalho em "O Filho do Dragão", deixando de lado as lendas fantásticas que conhecemos sobre o Rei Arthur, e apresentando-nos a uma história mais crível, onde Merlin (Myrddion Merlinus) não é um mago, e Caliburn (Excalibur) não é uma espada mágica.
A narrativa é feita em terceira pessoa, mostrando o ponto de vista de cada um dos personagens citados.
O que mais me chamou a atenção na escrita de Hume, foi o modo como ela moldou os personagens, o modo como eles cresceram na história, cada qual com a sua personalidade distinta, justificando suas atitudes e sentimentos.
Hume descreve os cenários com perfeição, detalhando cada parte de cada local explorado, o que torna a construção das cenas em nossas mentes muito mais fácil. Além dos cenários, as batalhas são muito bem descritas, desde o momento em que as estratégias são criadas, até o momento do júbilo da batalha, e ao meu ver, a autora se saiu muito bem nessa parte.
O destino é outro ponto que é bastante citado nesse livro, onde os personagens acreditam que a deusa do acaso, Fortuna, traça os seus caminhos, levando-os assim para a vitória ou para a ruína.
"A Fortuna favorece os bravos, mas protege especialmente os que estão preparados"
"O Filho do Dragão" é uma ótima opção para quem deseja ler uma história mais realista, sem muita fantasia do lendário rei guerreiro, e eu estou ansioso para ler o segundo livro da trilogia.
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