Rafa569 09/09/2023
#19: Para sempre Alice - Lisa Genova
Este livro acompanha os dias de Alice, uma professora da Faculdade de Psicologia de Harvard, acometida da doença ou mal de Alzheimer de instalação precoce, visto que ela recebe o diagnóstico aos 50 anos, quando o comum seria ter esta doença depois dos 65 anos.
Esta doença está no grupo das que mais me apavoram: as neurológicas. É perturbadora a ideia de viver sentindo suas memórias indo embora, podendo chegar ao ponto de nem mesmo se reconhecer no espelho. Ainda não há cura para isso, e muito menos se conhecem as causas a fundo.
Esta história fictícia se passa no intervalo de setembro de 2003 a setembro de 2005, e nesses dois anos Alice parte de perceber que está esquecendo algumas coisas até o ponto de não mais se reconhecer no espelho ou lembrar dos filhos, passando por se perder em trajetos curtos e diários e não saber como se vestir e outros episódios públicos e constrangedores. Mas além disso acontece a perda de seu trabalho - ela foi professora por 25 anos - e a perda de si mesma.
Ainda não há cura para o mal de Alzheimer, mas se sabe que o conjunto de hábitos de atividades físicas, alimentação balanceada e saúde mental em dia podem ajudar na prevenção. Os medicamentos existentes só conseguem retardar alguns efeitos, mas não impedem a instalação e avanço.
A leitura me fez lembrar o verso de uma música: "tudo que eu tenho de valor são as minhas memórias, se elas partissem eu partiria em dois". Quem seríamos nós sem nossas memórias? Sem saber ir aos lugares onde vamos todos os dias sem pensar no trajeto, sem saber se vestir, nem lembrar quem é aquela pessoa nos olhando de volta no espelho? Sem lembrar quem são as pessoas que vivem conosco na mesma casa? Quem somos nós a não ser um amontoado de lembranças recentes e longínquas?
O livro foi adaptado ao cinema, e deu o Oscar de Melhor Atriz a Julianne Moore em 2015, pela interpretação da protagonista.
A música que citei é Ninguém Mais, do Rosa de Saron.