Psicopata Americano

Psicopata Americano Bret Easton Ellis




Resenhas - O Psicopata Americano


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Marcos 18/04/2013

Confira a resenha em vídeo feita para esse livro. Acesse: http://capaetitulo.blogspot.com.br/2013/04/resenha-falada-o-psicopata-americano-de.html
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Marcela115 22/03/2013

I LIKE DISSECT GIRLS
Wall Street está sendo minha selva e ninguém consegue perceber que sou o grande predador, o topo da cadeia alimentar, sem nada nem ninguém para impedir a minha particular carnificina e o gosto da carne fresca e do sangue coagulado escorrendo pela minha garganta.
Manhattan se tornou minha fonte de prazer... Estou explorando continuamente minha maldade, insanidade, saudade.
Meu nome é Patrick Bateman, sou rico, bonito, educado, nada modesto. Pago putas caras para satisfazer não somente meu sexo mas principalmente meu minuto de demência.
Eu adoro violência gratuita que tenho com minhas próprias mãos. Adoro boa musica, um bom vinho, um bom filme pornô, uma noite terminada em morte e hormônios, ambos quentes, esparramado pela sala do meu apartamento.
Meu consumismo e revelado na minha serra elétrica, no meu machado, nas facas afiadas da cozinha.
Como disse, chamo-me Patrick Bateman, talvez você ouvirá falar de mim... Ou talvez, próprio falará... Se conseguir sobreviver
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Dose Literária 06/03/2013

"As coisas estavam se desintegrando e ninguém prestava muita atenção"
A narrativa e o fluxo de consciência se misturam para fazer emergir Patrick Bateman, yuppie, geração anos 80, jovem, bem sucedido financeiramente, mentalmente desumano e espiritualmente vazio. Patrick trabalha no "final do arco-íris" conhecido como Wall Street e incorpora a futilidade que tanto caracteriza os 'jovens profissionais urbanos', onde a aparência conta mais do que a própria vida, as festas são regadas à cocaína, mulheres são meros objetos sexuais acéfalos (fato que rendeu a Bret E. Ellis uma saraivada de críticas por parte de grupos feministas), dinheiro e poder são as únicas perspectivas de vida e ninguém, absolutamente ninguém, se reconhece. Todos esses fatos são uma grande rede de conexões com uma função estarrecedora: mostrar o processo de bestialização humana. Isso mesmo: Patrick Bateman, o jovem bem sucedido, bonito, herdeiro de fortunas e executivo no coração das finanças mundiais é, na verdade, uma farsa, uma máscara, um protótipo, um hospedeiro para um parasita maior e sem proporções, algo que está fora do que entendemos por humano e que se aproxima das bestas-feras.

Continue lendo... http://www.doseliteraria.com.br/2012/08/as-coisas-estavam-se-desintegrando-e.html
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Felipe565 07/08/2012

"No Patty Winters Show desta manhã..."

"Preciso devolver algumas fitas de vídeo".

"-Você é um homem morto, Abdullah. Pode estar certo.
-É mesmo? E você é um yuppie de merda. O que é pior?"

...há uma idéia de um Patrick Bateman, uma espécie de abstração, mas não existe um eu real, apenas uma entidade, algo ilusório, e embora eu possa esconder meu olhar frio e você possa até pensar que podemos comparar nossos estilos de vida, eu simplesmente não estou aqui. É difícil para mim fazer sentido em qualquer nível dado. Meu eu é inventado, uma aberração. Sou um ser humano nada contingente. Minha personalidade é vaga e informe, minha falta de sentimento é profunda e persistente.

ESTA NÃO É A SAÍDA.

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Lucas Rocha 02/11/2011

Cruel e arrebatador
Charles Dickens talvez seja o primeiro autor que penso quando quero falar de alguma coisa que tenha relação com análise social. O autor inglês tornou-se famoso, em seus últimos trabalhos, por mostrar aos ingleses do século XIX quem eles realmente eram, mesmo que isso pudesse significar abrir algumas feridas nos egos alheios. Dostoiévski talvez também tenha feito isso, em uma escala menor, ao abordar os aspectos pessoais do indivíduo e analisá-lo como um bicho urbano e construído através da sociedade que o cerca, e não construtor dessa mesma sociedade.

Não é à toa que a edição de bolso da L&PM traz em sua capa uma citação de Norman Mailer que compara Bret Easton Ellis à Dostoiévski. A princípio pensei que pudesse ser presunção tentar equiparar dois autores tão distantes, sendo Dostoiévski um dos parâmetros de literatura social existentes na história. Mas, ao longo da leitura do livro, pude perceber que a comparação é extremamente válida. Easton consegue, através de seu personagem principal, Patrick Bateman, mostrar uma sociedade norte-americana vazia e fútil, excessiva e preocupada em se calcar em aparências. Easton expõe essa sociedade em seus mínimos detalhes, utilizando para isso um personagem obsessivo, egocêntrico, cruel e maníaco, para dizer o mínimo.

O grande trunfo de Psicopata Americano é ser uma história sobre um personagem. Não há conflito imediato, não há plot, não há problema que precisa ser resolvido e que guia o leitor ao longo da narrativa. O livro é um exercício de exploração, de montar o quebra-cabeça que é Patrick Bateman, para, no fim, continuarmos a não entendê-lo. Easton é extremamente eficaz em sua escrita, e mostra para nós um personagem que, de início, é tímido e inexpressivo, mostrando-se até mesmo desinteressante nas primeiras vinte páginas, preocupado com seu corpo, as roupas que os outros vestem e o tema de seu programa matinal favorito. Até então, não passa de uma história comum sobre um cara que passa a vida inteira malhando, vendo TV e ouvindo música.

Mas, ao longo da narrativa, percebemos que as coisas são um pouco mais complicadas do que isso. Patrick Bateman possui um gosto bastante peculiar de torturar e assassinar mendigos, prostitutas, animais, crianças e qualquer coisa que possua um coração que bata regular ou irregularmente. Bateman é um personagem extremamente complexo: em alguns momentos, parece fazer de seus assassinatos consecutivos apenas mais uma das etapas de seu dia (acordar / tomar banho / fazer a barba / cortar a garganta da mulher amarrada na cama / vestir meu Armani / ir para o brunch), e, em outros, faz a morte parecer um processo complicado e inexecutável, como quando é perturbado por um homem que cisma que ele é homossexual e decide que a melhor opção é apenas se esquivar das tentativas do sujeito.

A crueldade de seus atos e seus pensamentos o ponto chave da narrativa. Easton nos brinda (ou nos atormenta, dependendo do ponto de vista) com jogos sádicos de sexo e tortura, que envolvem canibalismo, utilização de animais peçonhentos, artefatos perfurantes, cortantes, quentes, frios, pontiagudos, etc etc etc. As cenas são extremamente gráficas, chegando a beirar o insuportável em alguns momentos. E o jogo que Easton faz, durante os capítulos, é incrível: em um capítulo Bateman está torturando duas prostitutas com pregos, martelos, ratazanas e furadores de gelo e, no capítulo seguinte, gasta cerca de dez ou quinze páginas para descrever a discografia do Genesis ou da Whitney Houston, ou explica como se barbear corretamente durante a manhã, sem que a pele resseque.

O livro passeia entre delírios e realidade. O personagem muitas vezes idealiza diálogos em sua cabeça e, em certos momentos, essa linha não fica muito clara para o leitor. Não sabemos se ele está realmente dizendo o que diz e ninguém está prestando atenção ou se ele apenas imagina tudo aquilo. Sua obsessão é desenhada através de seus pensamentos: detalhar quais são as marcas de roupas e acessórios que cada um utilizada, descrever todos os cosméticos de seu banheiro, contar quantas vezes esbarra com um cartaz da peça Os Miseráveis na rua ou qual o tema do dia do programa matinal The Patty Winters Show, seu programa favorito.

Patrick Bateman é, ao mesmo tempo, um analista frio de sua sociedade e um produto da mesma. Ele funciona como um reflexo dos yuppies dos anos 80, investidores de Wall Street podres de dinheiro, viciados em cocaína e restaurantes de luxo, que despejavam seu dinheiro inesgotável em roupas de marca e novidades tecnológicas. Ele é a metonímia dessa sociedade, acrescentado o fato de que é um psicopata sádico e canibal, que mata (ou pensa matar, uma vez que todas as mortes podem ser interpretadas como uma forma de delírio, se relativizarmos ao máximo o livro) com a mesma facilidade com que respira.

Um personagem extremamente conturbado e complexo, construído de forma a nos deixar com uma sensação de que ele realmente existe ou pode ter existido em algum momento, e que nos faz refletir sobre a sociedade em que vivemos e como somos mesquinhos, em menor ou maior grau.

(Leitura recomendada para quem tem estômago forte. Sério. Acho que foi o único livro, até hoje, em que fiz careta enquanto lia, tamanha a crueldade e detalhismo de algumas passagens.)
Daiane.Drewke 29/11/2011minha estante
Brilhante a sua resenha.


JCnaWeb 25/06/2015minha estante
Que resenha ! Parabéns.
Tô quase acabando o livro, o filme é um dos meus prediletos.




tita blister 27/07/2011

livro FUDIDO. acho que vou ter umas 300 vezes
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Euflauzino 13/09/2010

O capitalismo em forma de loucura
É a história de um yuppie egocêntrico, megalomaníaco e muito rico, com uma noiva perfeitinha, mas que se sente entediado com a vida (qualquer semelhança com incendiários de índios é mera coincidência). Vive em um mundo em que a maior vitória é conseguir produzir cartões de apresentação mais finos que o de seus companheiros de farra.

Simplesmente devorei o livro. É duro ver o quanto a realidade pode ser mais chocante que o realismo fantástico, mesmo sabendo ser uma obra de ficção (ou não). É tão bizarro que me lembrei na hora do filme Veludo Azul, que também me causou repulsa e um caso de amor cult que trago até hoje.

Cenas escabrosas, inclusive com canibalismo, nos deixam desconsertados: o crime compensa. Assim como os bêbados, deve haver algum anjo que cuide dos loucos.

Tem uma cena em que o maluco convida uma prostituta para uma festa e em determinado momento introduz queijo em suas partes pudendas e coloca um rato para degustar lá dentro. Non sense maior impossível. O imponderável é lugar comum neste livro. Mas não quero estragar a leitura.

Senti uma aversão tão grande pelo protagonista do livro, que pensei, Ellis só pode ser muito bom no que faz, ou também é um completo demente, tamanho o realismo das cenas. Nunca mais li nada do cara, uma pena, pois fiquei curioso pra checar algo mais, ainda mais com a polêmica que o mesmo gerou quando de seu lançamento. Já ouvi referências encorajadoras a respeito dos outros livros dele.

Virou filme com Christian Bale (o menino de Império do Sol e hoje conhecido como Batman do filme Begins, o melhor de todos) no papel do psicopata. O cara arrebentou.

Vale a pena lê-lo. Pra quem tem culhões e nervos de aço.
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