Dose Literária 06/03/2013
"As coisas estavam se desintegrando e ninguém prestava muita atenção"
A narrativa e o fluxo de consciência se misturam para fazer emergir Patrick Bateman, yuppie, geração anos 80, jovem, bem sucedido financeiramente, mentalmente desumano e espiritualmente vazio. Patrick trabalha no "final do arco-íris" conhecido como Wall Street e incorpora a futilidade que tanto caracteriza os 'jovens profissionais urbanos', onde a aparência conta mais do que a própria vida, as festas são regadas à cocaína, mulheres são meros objetos sexuais acéfalos (fato que rendeu a Bret E. Ellis uma saraivada de críticas por parte de grupos feministas), dinheiro e poder são as únicas perspectivas de vida e ninguém, absolutamente ninguém, se reconhece. Todos esses fatos são uma grande rede de conexões com uma função estarrecedora: mostrar o processo de bestialização humana. Isso mesmo: Patrick Bateman, o jovem bem sucedido, bonito, herdeiro de fortunas e executivo no coração das finanças mundiais é, na verdade, uma farsa, uma máscara, um protótipo, um hospedeiro para um parasita maior e sem proporções, algo que está fora do que entendemos por humano e que se aproxima das bestas-feras.
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