Psicopata Americano

Psicopata Americano Bret Easton Ellis




Resenhas - O Psicopata Americano


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Alex 15/08/2021

Pat Bateman
O livro com certeza é muito mais brutal que o filme. A grande mágica do livro é o simples fato de não acontecer absolutamente nada na vida do Patrick, mostra como a vida dele é fútil. É uma grande crítica ao consumismo dos anos 80, mas também ao consumismo de hoje.
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Iury Ribeiro 28/04/2024

Resenha sobre O Psicopata Americano
Simplesmente genial, Bateman é um enigma em todos os ângulos, o livro é um enigma. O autor permite que o leitor crie versões do que aconteceu, já que Bateman é o narrador, e é difícil distinguir o que é real e o que é fruto da mente perturbada do protagonista.

Importante enfatizar também que o livro é uma crítica ao estilo de vida "Yuppie" ("Diz-se de ou jovem profissional da década de 1980, bem-sucedido financeiramente, caracterizado pela ambição, materialismo e pelos gastos excessivos em atividades caras e artigos de luxo: As festas mais concorridas dos anos 1980 eram frequentadas por rapazes yuppies.")

site: https://michaelis.uol.com.br/palavra/QwdvO/yuppie/#:~:text=Dicion%C3%A1rio%20Brasileiro%20da%20L%C3%ADngua%20Portuguesa&text=pej%20Diz%2Dse%20de%20ou,eram%20frequentadas%20por%20rapazes%20yuppies.
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TaynA130 12/07/2022

Psicopata capitalista
Quando se vê o título desse livro tão falado por ter dado origem a um filme bem polêmico e famoso, você acha que se trata somente do gore, mas a parte mais nojenta é como as pessoas ficam tão cegas pelo dinheiro e status e se tornam completamente vazias, um terno tem muito mais valor que um morador de rua e tudo mais.
Devaneio ou não, sátira ou não, mostra bem como tem gente que vive em uma bolha completamente fora da realidade
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kamylism 31/08/2024

Na escrita detalhada de Bret, Pat Bateman vai além de gabaritar o código penal numa história crua e brutal.
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Elaine.Magalhaes 22/09/2022

Cruel e tão presente em nossa sociedade atual
Me lembro a primeira vez que assisti ao filme de mesmo nome. Fiquei um pouco chocada mas isso era só o começo pra rever por mais oito vezes. O livro é rico em detalhes e vale a pena. O que atrai na estória é que todos nós podemos ser psicopatas senão controlarmos os desejos. Pois a inveja e ciúmes é a porta de entrada para que atos cruéis e profanos sejam cometidos. O ser humano pode ser anjo mas pode ser o mais sanguinário dos demônios.

Leitura recomendadíssima!!!!!
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Vinicius.Yuji 27/09/2022

Dá ate um nó no estômago mas foi uma leitura interessante, um personagem grotesco, que, conforme vai o conhecendo, você cria um certo nojo e asco por ele e suas ações.
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@fabio_entre.livros 25/01/2016

Dostoiévski hardcore: A violência complexa
"A justiça está morta. Medo, recriminação, inocência, simpatia, culpa, desperdício, fracasso, dor eram coisas, emoções que ninguém sentia realmente. A reflexão não tem utilidade, o mundo não tem significado. O mal é a única coisa permanente."


Um livro bárbaro... em todas as acepções da palavra. Um romance perverso, chocante, mas, surpreendentemente complexo do ponto de vista psicológico, revelando uma densidade narrativa assombrosa.
Se, de um lado temos a violência explícita, crua e, por vezes, intragável, que inclui tortura, mutilação (inclusive sexual), canibalismo e assassinatos com requintes de crueldade – o que justifica a polêmica que acompanhou o lançamento do livro –, temos também, para equilibrar a balança e contextualizar essa violência, um retrato vivo e implacável dos anos 80 e, particularmente, do cenário social ao qual pertenceram os yuppies daquele período: uma geração marcada pelo consumismo, pela futilidade, pelo egoísmo e, claro, pela violência.
Patrick Bateman não é apenas o narrador-personagem do livro, mas um ícone, um símbolo do mal palpável, realista, resultado do vazio que acompanhou sua vida adaptada à comodidade. Sua psicose não se manifesta por motivos bizarros ou mirabolantes, e ele também não tem dupla personalidade; na verdade ele praticamente não possui consciência: após cometer suas atrocidades, ele simplesmente se concentra em questões mais pertinentes ao seu bem-estar: vai aos restaurantes da moda, às lojas de grife ou tece longos discursos sobre música, moda e estética.
A excessiva preocupação com o corpo e com a aparência, bem como o consequente jogo de aparências social, a despeito da corrupção moral do indivíduo, fez-me lembrar da perspectiva wildiana (tão bem exposta em “O retrato de Dorian Gray”), mas, sobretudo foi a densidade psicológica do romance de Ellis que me fez recordar com frequência de um outro autor: Dostoiévski. Na capa da edição de bolso da L&PM há uma citação que menciona o fato de o livro ter “ares de Dostoiévski” e eu preciso concordar. Há uma conexão notável entre a complexidade vertiginosa do autor russo (sobretudo em “Crime e castigo”) e “O psicopata americano”. Embora Bateman não sofra com a crise moral e os dilemas de consciência de Raskólnikov, suas mentes são vasculhadas de formas semelhantes por seus respectivos autores. Quando, por exemplo, Bateman sofre de um surto psicótico próximo ao final do livro, percorrendo as ruas de Nova Iorque totalmente desnorteado foi inevitável lembrar do protagonista de “Crime e castigo” a percorrer sua cidade sob terrível pressão psicológica. Entretanto, bem antes disso, de forma fragmentada, ao longo do livro de Ellis, já se nota a habilidade do autor em explorar os recônditos da mente de Bateman, e como ela é articulada, degradando-se continuamente e tornando necessário que ele recorra ao consumismo para manter um autocontrole em sociedade. Ainda que seja extremamente violento, é um livro cuja violência possui contexto e profundidade, uma complexidade interior que remete, sem exageros, à grandeza dostoievskiana.
Mari152 01/04/2016minha estante
Fábio, que interessante sua resenha. Parabéns!
Consigo enxergar tudo o que você colocou aí nas páginas do livro. Mas é incrível, a minha relação com ele foi péssima. Talvez simplesmente não seja um livro pra mim... senti uma leitura extremamente penosa por esse universo niilista do Patrick.
Mas, enfim. Bom demais ver perspectivas como a sua.


@fabio_entre.livros 08/08/2016minha estante
Obrigado, Mariana! Somente agora pude ver seu comentário e tenho de concordar que alguns livros realmente não são para todos os leitores. Falando assim, até soa presunçoso, mas o que quero dizer é que certas obras não se encaixam nas nossas perspectivas, ainda que sejam aclamadas por uma parcela significativa de leitores (eu, por exemplo, não tolero Tolkien!). De toda forma, são as diferenças que fazem do mundo da literatura um espaço tão variado, porque ninguém vive de mesmice!




Du Castelete 22/01/2024

É muita agonia em um livro só
Entrar na mente de Patrick Bateman não foi uma das melhores experiências que já tive. A leitura rendeu diversos momentos que me perturbaram, ao ponto de influenciar meu próprio humor fora das páginas. Com cenas grotescas, ficamos na dúvida se tais acontecimentos realmente aconteceram ou só foram alucinações de sua mente conturbada. Apesar dos aspectos terríveis da leitura, essa experiência me rendeu uma reflexão interessante:
Pat Bateman não descreve traços físicos ou a personalidade dos outros personagens, apenas se aprofundando em aspectos como roupas e marcas que estão usando ou bens e cargos que possuem. Mas tal análise não se restringe somente ao protagonista da trama, visto que, atualmente, traçamos um julgamento com base nos itens e posses que o outro possui, ignorando os demais atributos do indivíduo. Quando isso se sobrepõe a importância personalidade das pessoas, então não somos todos, também, um psicopata americano?
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Naimica 09/07/2022

Mais pesado do que ler sobre crimes reais kkkk
Acabei de acabar o livro que acabou como começou... no meio do nada da vida do Bateman.

Estamos no diário dele, ouvindo a versão dele de tudo ...
Ao mesmo tempo que estamos na cabeça da personagem eu consigo me sentir completamente alheia a qualquer coisa, talvez pela grande quantidade de marcas mencionadas, de nomes de pessoas que parecem outras e de restaurantes. Tudo é tão material que é difícil sentir alguma coisa, qualquer empatia... qualquer raiva.
Claro que nas descrições (perfeitas) das torturas eu tive que parar para respirar e eu já estou super acostumada a ler descrições de crimes reais e ver uns filmes gore. Mas o que o autor faz aqui é de outro mundo.

Outra coisa, ler o que a personagem nos diz é sempre interessante. Narrador não confiável, meu tipo favorito. Até onde tudo isso aconteceu? Temos pistas para crer que sim, para crer que não, para duvidar de tudo, é incrível.

Enfim, foi algo totalmente diferente no tipo de narrativa. Bateman é interessante, mas duas descrições de tudo cansam de propósito. Um mundo materialista. O psicopata capitalista. Nada novo, nada diferente, mas tudo o que eu queria ler, acho.
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edu! 15/02/2023

A primeira metade do livro é composta de descrições incessantes sobre objetos materiais, e saídas à restaurantes e bares caros de Manhattan; Entediante à princípio. Entretanto, gira-se uma chave ao chegar na metade que faz toda a leitura ficar muito mais interessante e frenética.
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alekele_ 15/12/2021

Beeeeem psycho!
Comecei a ler por curiosidade, já que o protagonista do filme é o Christian Bale...
O livro aborda muito bem a banalidade da violência, do uso desenfreado de drogas e de muitos outros problemas de certos jovens dos anos 80.
Alerta para aqueles de estômago sensível: há muita, mas muita violência explícita.
E como o livro é em primeira pessoa, o próprio psicopata Patrick Bateman descreve tudo o que faz. Tudo mesmo.
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Clarissa220 24/05/2023

??há uma ideia de um Patrick Bateman, uma espécie de abstração, mas não há um eu real, apenas uma entidade, algo ilusório, e embora eu possa esconder meu olhar frio e você possa apertar minha mão e sentir carne segurando a sua, e talvez até mesmo sentir que nossos estilos de vida provavelmente são comparáveis: simplesmente não estou lá. É difícil para mim fazer sentido em qualquer nível possível. Meu eu é fabricado, uma aberração.?

Psicopata americano, antes de tudo, causa imenso desconforto, especialmente pelo nível de detalhamento da narrativa. Leva um tempo pra digerir e lidar com as sensações que o livro gera, em muitos momentos não consegui ler mais que um capítulo por dia. Ao entrar no universo e na mente perturbada de Patrick Bateman, o psicopata em questão, nos deparamos com um indivíduo extremamente vaidoso, invejoso, misógino, racista, homofóbico? A descrição do personagem é fascinante pelo que nos provoca, sendo o único sentimento possível o de aversão.
Um dos aspectos mais interessantes pra mim é que nenhum dos personagens citados é descrito por suas características físicas e sim por suas peças de roupas de grifes e os valores agregados, tendo como valor ?moral? o valor capital. Além disso, o comportamento desorganizado do paciente em alguns momentos nos leva a questionar se de fato os eventos ocorreram ou se foram fruto de delírios, e nesse ponto nossa própria mente já está fritando?
Enfim, muito bom! ?
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ju_yanes 19/05/2023

O Psicopata Americano ?Bret Easton Ellis?
A história em si é ótima, eu já tinha assistido o filme antes e eu gostei bastante, não sei pq mas pessoas que assistiram queimaram a reputação do filme, intitulando ele de "Sigma??", coisa que eu achei ridícula.
O autor conta a história de Patrick Bateman, um jovem (muito) atraente, não vulgarmente dizendo, que de dia vive uma vida completamente normal. Mas a noite sai para as ruas e tenta saciar sua sede de sangue matando mendigos e prostitutas.
Particularmente eu gostei bastante do livro, mas uma coisa que me encheu mto o meu saco foi que, parecia que eu tava lendo O Senhor dos Anéis. Era descrição até da mosca q tava passando ali perto, e outra coisa é que, mta pág, achei meio desnecessário esse tanto de pág.
Mas é isso,
Tchau!
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Mara Vanessa Torres 22/09/2020

Uma sociedade em estado de desintegração em "O psicopata americano", de Bret Easton Ellis

Garimpando na internet uma frase de efeito que seja mais forte do que a famigerada “People use masks” (Pessoas usam máscaras), achei duas sentenças ainda mais impactantes. A primeira delas é do escritor canadense André Berthiaume, que diz: “We all wear masks, and the time comes when we cannot remove them without removing some of our own skin” (Nós todos usamos máscaras, e chega o momento quando não podemos removê-las sem remover parte da nossa própria pele). A segunda máxima vem de Don Draper, personagem da série Mad Men, cuja interpretação ficou a cargo do ator Jon Hamm: “People tell you who they are, but we ignore it because we want them to be who we want them to be” (As pessoas contam quem elas são, mas nós o ignoramos porque nós queremos que elas sejam quem nós queremos que elas sejam).

E antes que você me pergunte como o tema “máscara social” pode estar relacionado com tudo isso, vou lembrando logo que as coordenadas foram dadas pelas nossas tataravós, com suas fábulas e lendas. Sabe aquela história de “não confiar nas aparências” lida na escolinha com o nome de “O gato, o galo e o ratinho”? Foi o primeiro passo para chegar até o sanguinolento “O Psicopata Americano” (original American Psycho – 2011), obra barra-pesada do norte-americano Bret Easton Ellis.

A narrativa e o fluxo de consciência se misturam para fazer emergir Patrick Bateman, yuppie, geração anos 80, jovem, bem sucedido financeiramente, mentalmente desumano e espiritualmente vazio. Patrick trabalha no “final do arco-íris” conhecido como Wall Street e incorpora a futilidade que tanto caracteriza os jovens profissionais urbanos, onde a aparência conta mais do que a própria individualidade, as festas são regadas à cocaína, mulheres são meros objetos sexuais acéfalos (fato que rendeu a Bret E. Ellis uma saraivada de críticas por parte de grupos feministas – e com fundamento, é preciso que se diga), dinheiro e poder são as únicas perspectivas de vida e ninguém, absolutamente ninguém, se reconhece. Todos esses fatos são uma grande rede de conexões com uma função estarrecedora: mostrar o processo de bestialização humana. Isso mesmo: Patrick Bateman, o jovem bem sucedido, bonito, herdeiro de fortunas e executivo no coração das finanças mundiais é, na verdade, uma farsa, uma máscara, um protótipo, um hospedeiro para um parasita maior e sem proporções, algo que está fora do que entendemos por humano e que se aproxima das bestas-feras.

Patrick mata, tortura, mutila, retalha, cozinha e devora. A sequência de imagens formadas à partir da narrativa são de embrulhar o estômago, pois, de excelente crítico musical amante de Phil Collins, Whitney Houston, Genesis, Talking Heads e Huey Lewis and The News, o comedor de tripas é um sádico de primeira categoria, onde torturar e aniquilar exercem atrativos infinitamente superiores ao de matar. Mas, ao contrário do que se pode pensar em um primeiro momento, o livro não está aí para falar de assassinatos em série, carnificinas ou açougues humanos. Indo de encontro ao que diz a resenha veiculada na bula gigante “1.001 livros para ler antes de morrer” -percepção totalmente insubstancial -, o Psicopata Americano não é “acima de tudo um livro feio”, com cenas de violência sem sentido e descrições enfadonhas de roupas e produtos de grife. É muito mais do que isso.

Bret Easton Ellis arremessa o facão na sociedade americana dos anos 80, que ele entendia como uma juventude vazia, consumista, materialista, pobre de ideais (qualquer conexão com a realidade atual é mera coincidência). As únicas coisas que importavam eram os lugares caros, as badalações alucinógenas seguidas de sexo desenfreado com completos desconhecidos e pessoas que não são pessoas: são máquinas de reproduzir notas e cotações na bolsa. As descrições exageradas em cada produto mostram o que era a vida de sujeitos como Patrick, que só enxergavam as roupas e bugigangas que se podia ostentar. Não interessava se era Paul, Tim, Richard, Marcus… O que importava era o que o sujeito estava usando, que mulher “boazuda, tesuda e tesaozinho” o acompanhava, o que ela estava usando e de que conta ele cuidava (qual era sua posição no mercado de trabalho). Tudo se banaliza, se aniquila, se usa, joga fora ou se destrói. “And as things fell apart/Nobody paid much attention” (Enquanto as coisas se desintegravam, ninguém prestava muita atenção), é o que diz o Talking Heads (banda preferida de Patrick) na música “(Nothing But) Flowers”. E assim eram os yuppies dos anos 1980, viciados em si mesmos.

As mortes e violências cometidas por Patrick Bateman não escolhem vítimas: de mulheres com que ele se relaciona a crianças em visita ao zoológico, mendigos, trabalhadores e até mesmo colegas de profissão, como foi com Paul Owen, o cara que cuidava da conta Fisher (uma contaça, pelo visto). A inveja é o tipo de sentimento motivador nutrido por Patrick, cegando-o e enchendo-o de fúria, de ânsia assassina. A clássica cena dos cartões de visitas, com cada qual expondo o seu, esnobando-se mutuamente e competindo em detalhes ínfimos, como a escolha da cor do papel, da fonte, do material, são indicativos de como essa “yuppada” toda estava mal, muito mal.

Em matéria de relacionamentos, tudo não passa de sexo. Bateman mantém algo como “aparência” com uma dondoca chamada Evelyn, que o trai com seu “amigo de aparências” Tim Price; Patrick também é amante da viciada em lítio Courtney, que por sua vez é noiva de Luis Carruthers, que por conta de um mal entendido acaba se envolvendo em outro mal entendido ainda maior com o psicopata de Wall Street. Bateman também é viciado em filmes pornôs, cenas de sexo selvagem e massacre de prostitutas, que contrata para satisfazer suas necessidades animalescas para, logo depois, torturar e matar.

O livro é cercado por momentos insanos, onde o fluxo de consciência de Patrick dá intensidade marcante, caracterizada por mostrar o que está por trás da máscara, o que se faz “pelas sombras”. Nas cenas que se encaminham para o final, quando Patrick já está tão alucinado que nada faz efeito – o sujeito se entope de remédios do tipo Valium e Xanax -, seu nível de crueldade atinge patamares alucinantes: ele começa a não conseguir conter seu instinto assassino, outrora noturno, e passa a cometer toda espécie de atrocidades à luz do dia.

A crítica que o autor Bret E. Ellis faz é tão contundente que pode ser notada através das falas do psicopata-narrador que, muitas vezes, comenta com pessoas diferentes e em ocasiões diversas que ele é um assassino, homicida sem controle. Mas, como diz a música do Talking Heads: “ninguém prestava muita atenção”. Assassinatos são cometidos sem sentimento de culpa, a continuação dos crimes é inspirada pela impunidade, as pessoas são ocas, apartamentos guardam corpos em estado de decomposição que são “desovados” para purificar o local e passar para o próximo comprador, flores e purificadores de ar escondem o odor de morte, falta de reconhecimento faz o Miguel se passar por João, como já foi dito… Todos esses fatores formam a teia de podridão e superficialidade que o norte-americano Bret Easton Ellis tentou, ao seu modo, criticar e chamar a atenção.

A obra enfrentou severos rechaçamentos, editoras cancelaram e renegaram sua edição, grupos protestaram e escritores precisaram sair em defesa da liberdade de expressão para que o livro fosse publicado, o que aconteceu em 1991. No ano de 2000, a história foi levada ao cinema com o ator Christian Bale no papel de Patrick Bateman. Não deixa de ser uma versão interessante, mas muito – MUITO – longe da loucura que é o livro. Foram feitas adaptações, com a permissão da licença poética e que não chega a alterar os fatos, mas deixa muito a desejar. Bale personifica o psicopata muito bem, sem maiores ressalvas, mas a película não representa a real tensão que você só encontra nas linhas do original. Seria interessante se o longa-metragem descortinasse a crueldade como um pano de fundo para a real insanidade dos que beberam no vazio yuppista da década de 1980. O Psicopata Americano é, além de um thriller ou slasher, um filme sobre desintegração, vazio, crenças perdidas, sangue derramado e existência banalizada.

site: https://biblioo.info/uma-sociedade-em-estado-de-desintegracao-em-o-psicopata-americano-de-bret-easton-ellis/
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Catharina 28/03/2023

Brutal
Patrick Bateman, um homem com estilo de vida exemplar em Nova Iorque e um emprego invejável em Wall Street que faz visitas frequentes em restaurantes novos com seus ?amigos?. Branco, hetero e jovem, tem um estilo de vida yippie que sempre exige que tenha cada vez mais luxo em sua vida.
Exploramos a história por meio da narração em primeira pessoa de Bateman, às vezes mudando para terceira pessoa em momentos como a perseguição onde teve poucos momentos de sanidade e observava seus erros como se o culpado de seus erros não fosse ele, mas sim outra pessoa. Ele sempre comenta marcas, até mesmo da água que ele toma, o que torna a leitura um pouco cansativa depois de um tempo. Depois de ler algumas resenhas, notei que minha experiência foi diferente de muitos; amei as primeiras páginas porque entendia o porquê dos detalhes excessivos e essa ideia inovadora me fascinava.
De repente, Bateman começa a matar pessoas. Isso já é óbvio por causa do título, mas acredito que ninguém esperava crimes tão brutais. Isso me deixou estranhamente animada para ler mais e admito que foram as melhores mortes que já li na vida por conta dos detalhes e das discrições descaradas de alguém que com certeza gostou do que fez.
Com certeza recomendo Psicopata Americano, mas tenha em mente que não é um livro para qualquer um. Eu particularmente amei e sei que vai me impactar para sempre, mas pessoas sensíveis não teriam tanto interesse.
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