A Audácia dessa Mulher

A Audácia dessa Mulher Ana Maria Machado




Resenhas - A Audácia dessa Mulher


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inasantos 08/03/2021

Divertido e super gostoso de ler. Ana Maria Machado brinca com o leitor, faz muitas referências à outros autores e nos surpreende com um história dentro de outra história... Adorei!
Lázaro de Oliveira 08/03/2021minha estante
Legal, vou colocar na minha lista de leituras!




AmadosLivros 13/10/2019

Resenha do Blog Amados Livros
"Porque, senhores, como todos poderão ver em seguida quando receberem a sinopse, a fidelidade será um de nossos temas. Quer dizer, esta será uma história sobre o ciúme."

Nunca pensei que uma leitura por obrigação - e quando eu digo por obrigação, quero me referir a estudo, e não parcerias, parcerias sempre são legais - poderia ser tão prazerosa. Quase todos os livros que li porque tinha alguma prova/atividade sobre ele para fazer, por mais legais que fossem, não foram uma leitura animada. Com A Audácia dessa Mulher, um dos livros exigidos para o Vestibular da UESB desse ano, a coisa foi diferente: não só adorei o livro como o devorei de tão interessante e prazeroso que estava sendo lê-lo!

A Audácia Dessa Mulher é um livro sobre amor e ciúme. Ambientado no final do século XX, numa Rio de Janeiro contemporânea, Ana Maria Machado nos conta a história de Bia e Virgílio, que se conhecem durante a produção de uma minissérie de época para a TV, e logo começam a manter uma relação amorosa. Os dois são um tanto quanto opostos, pois Vigílio, um arquiteto que largou a profissão para virar chefe de cozinha e dono de um restaurante, é mais velho, já tem filhos, e mais pé no chão. É também um tanto quanto ciumento. Já Bia, jornalista especialista em turismo, adora viajar, fala o que pensa e prefere um relacionamento aberto do que se subjugar a alguém.

Os dois foram contratados pela produção da minissérie para, com as experiências que possuem em suas respectivas especialidades, ajudá-los a criar o cenário que Muniz, o autor da telenovela, procura para a minissérie ambientada no século XIX. Porém Bia e Virgílio não sabem ao certo como poderiam colaborar. O encontro, ainda assim, rende desdobramentos inesperados. Os dois se envolvem, parecem se entender muito bem, mas aos poucos a relação deles começa a ser contaminada pelo ciúme dele.

"A opinião da Bia, para quem não leu e está curioso, é que no fundo ninguém viaja sozinho, porque a gente está sempre na companhia de autores e outros artistas, dos livros, filmes, quadros e músicas que estão sempre conosco, enfim, dos mitos culturais que povoam nossa memória."

Só que o livro não conta apenas esta história. Em paralelo, vamos saber mais sobre a vida de uma jovem que viveu em meados do século XIX através das páginas de seu caderno de receitas/diário. Virgílio empresta a Bia um antigo caderno de receitas de sua família, para que ela analisasse o conteúdo e dali tirasse algo que pudesse ser aproveitado na novela. Ao folhear o caderno, Bia nota alguns comentários da moça sobre sua própria vida nas páginas. Pelo visto, o caderno era também o diário da jovem, que relata desde sua mocidade até a sua vida de casada, do começo de seu namoro com o vizinho, até o momento em que seu casamento com ele começa a desandar, por conta do ciúme doentio do rapaz. Já vimos isso em algum lugar, não?

"(...) embora a paisagem urbana da época tenha se transformado muito, o que realmente mudou mais fomos nós, as pessoas que aqui vivemos. (...) Um homem que adora ficar na cozinha e uma mulher que gosta de viajar sozinha... Não é só uma rima. É, isso sim, um sinal dos tempos. Papeis trocados. Duas ideias impensáveis no século XIX. Uma contribuição de nosso século para a história da humanidade."

Como se não bastassem duas histórias interligadas, mas ocorridas em épocas diferentes, narradas em 3ª pessoa, e mais algumas outras coadjuvantes, Ana Maria Machado se utiliza de um recurso já bem conhecido da nossa literatura: conversar com o leitor. Quem muito fez isso em suas histórias foi ninguém menos que Machado de Assis. E a autora dialoga conosco para discutir o ofício do escritor.

"Essas coisas que o linguista Roman Jakobson mais tarde chamaria de função fática da linguagem, que serve apenas para manter o contato e frisar: 'sim, não adianta fingir, somos pessoas nos comunicando e sabemos disso'. (...) Mas a posterior tendência a transformar esse recurso em clichê não impediu que aqui mesmo, nesta cidade, Machado de Assis elevasse esse procedimento à categoria de obra-prima, transformando-o num dos traços mais típicos e deliciosos de seu estilo."

E essa não é a única coisa que remete ao bruxo do Cosme Velho; eu não posso falar muito senão solto um baita spoiler, mas fique desde já sabendo que Bia faz uma descoberta surpreendente, capaz de responder uma pergunta que permeia nosso meio literário há mais de um século. E eu achei isso que a autora fez maravilhoso! Além disso, o livro apresenta diversos dados históricos que enriquecem o romance, e que, além de ser um ótimo entretenimento, é uma boa fonte de aprendizado, por exemplo, sobre a escravidão no Brasil. É um livro cheio de referências, não só históricas mas também literárias, de vários escritores, como José de Alencar, Henry James, Emily Dickinson, Virginia Wolf, entre outros, os quais são citados na narrativa.

"De onde vinha a vontade de aprender? Um absurdo fazer uma pergunta dessas. Sabia dentro de si de onde vinha e era a mesma que a movia. Filha da vontade de crescer que toda criança traz no peito, ou seja, lá onde for que as vontades se aninham. Fermentada pela vontade de transgredir, que incha cada vez que alguém diz que isso não é para meninas, ela também sabia bem."

Esse livro não é mais um clichê dos romances. Retrata várias histórias de amor, em épocas diferentes, mas o seu foco não é o casal que vive feliz para sempre. E sim, como eu citei no começo, ao ciúme - que pode acabar não só com relacionamentos mas com a vida das pessoas, e também à rebeldia feminina. Todas as personagens mulheres da obra são corajosas, inteligentes, e conseguem quebrar paradigmas que desde muito tempo a mulher vem tentando desconstruir, independente da época em que nasceram. Inclusive, a própria escritora é bem audaciosa, ao adaptar uma obra marco do realismo no Brasil, sob outro ponto de vista, dentro de outra história, e saber desvendar um dos maiores mistérios literários já escritos com maestria e sem desmerecer a obra original.

"À petulância daquela menina, que teve o desplante de desafiar ordens maternas, planos familiares e a gula da Igreja por novos padres, até ganhar o namorado que seu coração escolhera. E depois de mulher feita, ainda teve a coragem de se arrancar a fórceps das próprias entranhas e nascer nova."

Esse livro é uma bela homenagem a Machado de Assis, e à todas as mulheres que tem a coragem de fazer diferente frente à uma sociedade que adora determinar regras (pra não usar uma palavra chula aqui) e julgar aquilo que fugir do padrão. Com certeza entrou pros meus favoritos. A única coisa que já tinha lido da escritora foi um infanto-juvenil, Do Outro Mundo, que também é um livro fabuloso. No mais, A Audácia Dessa Mulher é uma também uma deliciosa história sobre a liberdade. Um livrão desses, bicho! Boa leitura!

"À audácia desta mulher, que ousa viver em campo aberto, correndo o risco da verdade. E acredita num amor latente e latejante. Implícito e vivo como um filho no ventre ou uma semente na terra."

site: http://amadoslivros.blogspot.com/2018/02/livro-audacia-dessa-mulher.html
Rosana 11/04/2020minha estante
Parabéns pela resenha!




Naaty Reis * 31/10/2009


É muito complicado comentar sobre obras de grandes autores – mesmo que não sejam grandes obras - pois nunca é fácil criticar os mestres. No entanto, 'A Audácia dessa mulher' de Ana Maria Machado não deixa muitos espaços para críticas.

Durante meu Ensino Fundamental uma professora de português indicou para a turma a leitura obrigatória do livro de Ana Maria Machado. Na época, nem consegui terminar de ler e, somente hoje, anos depois, retomei a leitura e pude apreciar o lia, o que obviamente pressupõe certa maturidade.

É um livro ágil, com vocabulário bem tranquilo - mas não é livro para crianças. A obra aborda os conflitos dos relacionamentos modernos, a inversão dos papéis do homem e da mulher. Bia é uma jornalista que viaja pelo mundo, é independente e extremamente racional. Ela se envolve com Virgílio, um cozinheiro bem sucedido, um homem passional e carinhoso. Essa relação estreita a oposição entre razão e emoção, numa verdadeira guerra emocial, uma 'queda de braço' entre cérebro e coração.

A narração da história é, algumas vezes, interrompida pela autora que se dirige diretamente ao leitor, fala sobre o processo da escrita e comenta abertamente sobre os personagens do próprio livro (algo inétido pra mim até então). Ana Maria Machado atinge seu objetivo e consegue uma aproximação incrível com quem está lendo:

“ Esta história que estou contando é pura imaginação. Esses personagens que criei nunca existiram fora da minha mente. E se até agora fingi que sabia o que se passava pelas cabeças deles, e conhecia seus pensamentos mais íntimos, é só porque estou escrevendo (da mesma forma que assumi parte do vocabulário e da 'voz' da época) numa convenção universalmente aceita na época em que se passa minha história - a de que o romancista se situa ao lado de Deus. Pode não saber tudo, mas tenta fingir que sabe. “

“ Mas digo isso também porque não quero mentir para quem me lê, não além do inevitável ato de fingimento que é qualquer ficção. É honesto lembrarmos que essas vidas são inventadas, essas situações são criadas, mas nosso encontro nestas páginas, seu e meu, é real. “

Trechos de um diário que pertenceu a uma menina misteriosa também aparecem no meio da narrativa o que, além de estimular a curiosidade de Bia, também faz o leitor criar uma grande expectativa (posso garantir que a autora não decepciona no final!)

A autora discursa também sobre muitas obras literárias e faz seus comentários sobre autores exepcionais como Machado de Assis, José de Alencar, Sthendal, Henry James, Virginia Woolf, entre outros (realmente fiquei impressionada com o conhecimento de leitora que Ana Maria Machado demonstrou ter). Também me identifiquei com a ambientação da história: o Rio de Janeiro no finalzinho do século XX, mas é que igualzinho ao ambiente de hoje. Os personagens são verossímeis e o cotidiano simples deles, o caminhar na Lagoa Rodrigo de Freitas e os meninos de rua, por exemplo, são muito reais. Durante a história a autora também descreve o Rio do século passado com detalhes históricos e nostalgicos, uma delícia! Totalmente recomendado!
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Leal Cassio 25/12/2009

Um livro interessante

Nesse livro a personagem principal acha fragmentos de uma especie de diário da Capitu de Dom Casmurro em que a história é contada pela visão dela. Assim nos perguntamos será que ela traiu ou não traiu Bentinho??? Leiam e descubram rsrsrs.
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Fernandastam 08/08/2011

Comentários
Li na época de escola e gostei muito.

Recomento ler seguido de Dom Casmurro pois o livro é narrado sob a ótica de Capitu e traz uma visão atual e feminina da história de Bentinho contada pelo grande Machado de Assis.
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Lindsai 21/06/2012

Maturidade.
Gostei muito do livro. Não conhecia esse lado adulto de Ana Maria Machado, sempre li os infantis e juvenis dela. Mas este livro a revelou como uma escritora eclética e versátil. A mesclagem que ela faz com o clássico "Dom Casmurro", misturando a história da protagonista Bia com a história de Capitu, faz deste livro uma obra de arte primorosa, que vale a pena apreciar.
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bel 12/11/2012

Leitura muito interessante. A autora nos traz 3 histórias em uma, mostrando momentos históricos diferentes da nossa sociedade, em relação a mulher seu relacionamento afetivo e profissional.
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Débora 08/01/2013

O poder da voz feminina
Como dizia Gustav Flaubert, “O autor dever estar na sua obra como Deus no universo presente em toda parte mas visível em parte alguma”
Numa escrita envolvente e marcante que delinea uma realidade inventada tão forte e impactante. A audácia dessa mulher, minha primeira obra lida da maravilhosa e sensível escritora brasileira Ana Maria Machado. Considero um livro composto por várias histórias que traça grandes perfis femininos como da a jornalista decidida e autônoma Bia que atua numa telenovela juntamente com sedutor e intenso Virgílio, ambientada no século XIX. Todavia, este não é enredo da história apenas uma sombra para contrastar os relacionamentos entre a ficção e a realidade. As receitas libertárias de uma mulher audaciosa.
Numa explosão de sensações Ana Maria Machado constrói um romance perfeito. Traz uma nova identidade para a ousada Capitu de Dom Casmurro, evidenciado a força feminina.
A literatura brasileira é premiada por uma livro inesquecível e enriquecido pela maestria de uma boa escrita e histórias libertadoras.
“À audácia desta mulher, que ousa viver em campo aberto, correndo o risco da verdade. E acredita num amor latente e latejante. Implícito e vivo como um filho no ventre ou uma semente na terra.”
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B! 05/08/2013

A AUDÁCIA DESSA... Ana Maria Machado. =)
O QUE EU VOU LER?

Estava passeando pela biblioteca buscando um livro para ler nas férias... Uma amiga - professora de Português - me viu a navegar pelas prateleiras e disse: “Leia “A audácia dessa mulher”, de Ana Maria Machado! Faz tempo que quero indicar esse livro para alguém!”.

LEITURA

Precisei de apenas dois dias para devorar o romance. Não é um livro grande e ainda é uma linguagem simples e prazerosa. A autora nos leva para três histórias que se entrelaçam e compartilha suas ideias e dúvidas através de constantes diálogos com o leitor (nesse caso, leitora - eu).

OBRA

A própria autora parece definir sua obra já na metade do romance: "Venham comigo... nessas águas moventes onde se cruzam ficção e realidade, no contínuo fluxo de livros que se esbarram por nossa vida e a fecundam". (Ana Maria Machado)

Achei super interessante à forma como Ana Maria Machado trata dos relacionamentos, do protagonismo e liderança da mulher, quebra tabus...

AMM cita inúmeras obras literárias, poetas, artistas, romancistas... A vontade que dá é pegar todos eles... É bonito ver a pesquisa feita para se escrever esse livro e o conhecimento da autora. Muito inspiradora essa sensação.

FINAL! FINAL?

Achei que o “final” ficou um pouco vago, mas logo pacifiquei meu coração na certeza de que a vida é assim, um eterno navegar de escolhas, de possibilidades, de oportunidades...

A AUDÁCIA DESSA... Ana Maria Machado.

Fiquei com uma pontinha de indignação com as “revelações” do famoso “diário de receitas”. É bem verdade que achei inteligente e muito ousado a ideia de AMM “recontar” o clássico Dom Casmurro a partir da visão da protagonista feminina desta obra. Mas não concordei com a “aniquilação” da pulguinha de dúvida que nos mordiscava a imaginação ao ler a obra de Machado de Assis.



Por fim, o livro é ótimo Recomendo!
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Raphael Cavalcante 01/09/2013

Ciúmes e audácia
Nunca havia lido nada de Ana Maria Machado, embora soubesse que se tratava de uma escritora renomada e de elogiada obra infanto-juvenil. Sabia também que havia escrito romances adultos, mas não fazia ideia de quais se tratavam. No entanto, dia desses, passeando pelas estantes da Livraria Cultura, me deparei com um exemplar de "A audácia dessa mulher". Gostei do título, do projeto editorial da Alfaguara (sempre caprichado) e resolvi comprá-lo. De cara, o romance me fisgou. Uma história contemporânea sobre ciúmes e também sobre o papel feminino, conduzida de forma habilidosa e metalinguística, cheia de referências. Como fio-condutor temos a emancipada Bia, jornalista do caderno de viagens, que começa a questionar a validade de seu relacionamento com Fabrício (personagem apenas citado ao longo do livro). Até então, Bia sentia-se confortável com o relacionamento especial com o quase-namorado e parceiro de tantas horas, sabendo que embora pudessem amar a outros, possuíam lastro suficiente para seguir juntos. Mas algo muda dentro de Bia quando conhece Virgílio,um quarentão separado e charmoso (percebam aqui uma referência clara à "Divina Comédia" de Dante; Ana Maria Machado pega emprestado do consagrado autor os nomes de seus protagonistas: Virgílio e Beatriz). E o livro se desenrola, com os desencontros entre Bia e Virgílio e as esclarecedoras introspecções da jornalista acerca de suas sentimentalidades e do papel daquilo que se julga válido num relacionamento. Entremeando o eixo principal da história, há o grande trunfo do romance: o diário de uma jovem do século XIX, que assim como Bia, fora capaz de quebrar padrões e de procurar o seu próprio caminho. O diário é lido por Bia ao longo do livro e guarda uma surpresa para lá de especial. Uma verdadeira homenagem de Ana Maria Machado ao maior escritor de nossa literatura. Em suma, "A audácia dessa mulher" trata-se de uma leitura pungente sobre mulheres corajosas, audaciosas.

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Celi 07/03/2014

Uma audácia...
Uma audácia e tanta! Para pensar que Capitu e Bentinho foram de carne e osso. Ou foram? Sei lá!
A história de A Audácia dessa Mulher, nos leva a uma viagem e tanta para Dom Casmurro, deixando em dúvidas se realmente eles existiram.
Só não gostei do final, pois, a protagonista tem um relacionamento aberto com o Fabrício mas se envolver pelo Virgílio, que parece ser boa pessoa. É um lance de muito ciúme em volta dessas pessoas, acho que por isso a autora do livro trouxe essa ideia de Capitu e Bentinho terem vividos em terra firme, como se fosse uma referência. Bom a única parte interessante do livro ... Mas afinal, com quem que a moça que colecionava livros ficou?
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Lis 19/02/2017

Diálogos literários
Esse livro dialoga com Dom Casmurro, de Machado de Assis. É uma leitura interessante para quem aprecia ler procurando paralelos intrincados no texto. Mesmo assim, esperava mais.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 29/03/2017

Bem audaciosa essa mulher
O livro começa com Beatriz e Virgílio, os personagens principais, em uma reunião que apresentava um novo projeto de novela de época. Os dois foram contatados para fazerem parte da preparação da novela, mas nenhum dos dois sabiam o motivo de terem sido escolhidos se não trabalhavam na área televisiva. A primeira, é colunista de viagens para um jornal e o segundo, dono de um restaurante. Mesmo quando ouvem a explicação do motivo de os quererem como consultores, não se convencem muito, mas aceitam, pensando no dinheiro extra que ganhariam.
Trabalhando juntos, Beatriz e Virgílio passam a se encontrar fora do horário de trabalho e com o tempo começam a se relacionarem de um modo mais íntimo, mas nada realmente sério, uma vez que Bia é sincera com Virgílio e fala sobre não conseguir esquecer o relacionamento anterior.
Aos poucos, é apresentada a relação anterior que Beatriz teve. O rapaz se chamava Fabrício e eles tinham uma espécie de relacionamento aberto. Ambas as partes podiam sair com outras pessoas, desde que não fossem do mesmo círculo de amigos.
Em determinado momento, Virgílio conta para Bia da existência de um caderno de receitas do século XIX que está em sua família e que talvez possa ser útil para o trabalho dela. O que Bia não esperava era que esse caderno, além das receitas, tivesse uma espécie de diário e que ela fosse se envolver tanto com os segredos escritos lá.
Outro ponto importante e que merece destaque, é a narrativa em terceira pessoa em que a autora faz intromissões, da mesma forma que Machado de Assis em seus textos. E essa não é a única coisa que remete ao grande autor. Além disso, o livro apresenta diversos dados históricos que enriquecem a narrativa, o que mostra que é um livro não só para entretenimento, mas também é possível aprender um pouco sobre o período da escravidão no sul dos Estados Unidos e no Brasil. É um livro cheio de referências, não só históricas mas também literárias, vários autores são citados ao longo da narrativa.
Terminei a leitura bem satisfeita. Gostei da forma como a autora foi apresentando o relacionamento da Bia com o Fabrício. Outra coisa que gostei muito foi como a autora fez com que algo aparentemente sem importância, como um caderninho de receitas escrito no século XIX, se tornou algo muito maior, que o leitor vai percebendo ao longo na narrativa, mas é no final que todas as desconfianças são confirmadas.

site: http://www.impressoesdemaria.com.br/2017/01/a-audacia-dessa-mulher-ana-maria-machado.html
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