A noite das mulheres cantoras

A noite das mulheres cantoras Lídia Jorge




Resenhas - A Noite das Mulheres Cantoras


5 encontrados | exibindo 1 a 5


Lucas Fagundes 13/04/2020

Bom, mas maçante
O livro começa bem. A história trata sobre um grupo de 5 mulheres que querem dedicar a vida à música. Apesar da protagonista ser Solange Almeida, o foco principal acredito que seja em Gisella Batista. É uma história que tinha tudo para ser incrível e, em grande parte, é incrível. Mas achei o final corrido, sem um desfecho bem amarrado, além de maçante devido exatamente a isso: as coisas aconteciam sem o leitor entender bem pra onde estavam indo.
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DIRCE18 06/02/2015

Quando o caminhar é inconsequente os danos são devastadores.
A Paulinha não se cansa de me surpreender. Ela contribuiu, e muito, para que eu tivesse acesso a grandes escritores que me proporcionaram leituras ora enriquecedoras, ora prazerosas . Desta feita, ela me presenteou com o livro “ A Noite das Mulheres Cantoras” da escritora Lídia Jorge. O título me deixou um tanto quanto intrigada. Seria um livro que retrataria o mundo artístico? Mais precisamente um livro “musical”? A resposta: Sim e Não.
Certa vez, ouvi do Gilberto Gil a frase: “ Não importa o caminho, e sim, o caminhar”. Como sempre, eu a interpretei ao meu bel prazer, e por considerá-la sábia, sempre faço uso dela.
Se Solange de Matos ( a narradora do romance), as irmãs Alcides e Madalena Micaia tivessem feito uso dessa frase, o sumiço misterioso de Micaia poderia ter sido evitado. Porém, mesmo ciente que os seus caminhos eram um “ caminho minado” , essas jovens não tomaram cuidado. Não se importaram em vender a alma ao diabo, ou melhor, à Gisela Batista - a maestrina- para se tornarem famosas.
Solange é uma jovem estudante de 19 anos e ao conhecer Gisela fica deslumbrada com o mundo que ela lhe promete. Com sede de viver e de amar ela se atira de olhos fechados nesse “caminho minado”. Inicialmente era para Solange escrever músicas para Gisela, porém a jovem curva-se aos desejos , ou melhor, às ordens da maestrina, e se torna uma cantora de uma banda, no ano de 1987, juntamente com as irmãs Alcides e Madalena Micaia.
Passados 21 anos, Solange ao reencontrar Gisela, as irmãs Alcides e seu amado( João Lucena) na “Noite Perfeita” ( as aspas é por minha conta, pois ao meu ver de perfeita não tinha nada) relembra e narra o ocorrido na sua juventude – na ocasião da formação da banda e do desaparecimento de Micaia.
Mas, voltando ao meu primeiro parágrafo- à minha resposta quanto à temática do livro -, percebo, pelo que relatei, que a minha resposta afirmativa já foi esclarecida, entretanto, a minha negativa exige muitos parágrafos, portanto, vou procurar ser sucinta.
Lídia Jorge por meio de uma escrita carregada de beleza atrelada a uma temática aparentemente corriqueira cria um romance altamente reflexivo. Ela aborda a fama e o sucesso a qualquer preço: tão corriqueiro nos dias de hoje...Ela trata do sucesso relâmpago – aquele que faz barulho estrondoso, porém rapidamente se silencia: tão rotineiro...
Torna-se inevitável estender esse comportamento até os demais campos profissional , haja vista que em qualquer um deles existem pessoas que não medem “sacrifícios” para serem bem sucedidas.
Minha negativa foi enfatizada quando me deparei com a abordagem acerca do amadurecimento. As frustrações, o desencanto, os erros levam ao amadurecimento. Às páginas 284 há uma fala da Solange que ilustra essa abordagem: “ (...) Mas isso fora enquanto eu tinha dezanove anos. Entre aquela noite e o dia seguinte, onze horas e três quartos da manhã , eu começara a ter um século”.
Aprendemos com a vida, mas ela cobra caro. Entretanto, quando o saldo é o amadurecimento nos tornamos forte. Forte o bastante para enfrentarmos as Giselas da vida.
Embora eu tenha gostado do enredo e da escrita, houve momentos que tive a sensação que tinha a minha frente um preâmbulo – Lídia Jorge poderia ter sido mais objetiva, e foi este o motivo de ter avaliado essa obra com 4 estrelas.
Agradeço a Paulinha que mais uma vez, “ regou com queijo a minha macarronada” : ler é bom, mas nada se compara a ler um livro muito bom que nos foi dado de presente.
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Paula 17/07/2013

Instigante na medida certa
Todos conhecem a expressão "devorar livros". Muitos associam isso a uma leitura rápida, voraz, aquela que te prende a tal ponto, que você não vê o tempo passar. Tente imaginar, agora, você desgutando seu prato favorito, com música ao fundo. Você não tem pressa de terminar a refeição. Ao contrário, você economiza nas garfadas e mastiga devagar, saboreando tudo. Não digo tudo isso por ter demorado para ler A noite das mulheres cantoras de propósito. Digo, sim, por que nessa minha primeira experiência com a literatura da Lídia Jorge, cheguei à conclusão de que ela é uma autora instigante na medida certa.

Ela não te diz que Gisela Batista tenha uma personalidade X, não conta, diretamente o que aconteceu com Madalena Micaia, ou com as demais personagens, para que você simplesmente engula toda a história. Em vez disso, ela te dá pistas, aos poucos, para que você comece a fazer perguntas a si mesmo e, assim, deseje continuar lendo. Ao mesmo tempo, a autora não faz muitos floreios, o que torna a leitura bem fluida. As descrições são curtas, mas, mesmo assim, você consegue enxergar tudo o que se passa e ainda ouvir a música dessas mulheres cantoras.

Lídia Jorge divide o livro em três partes. A primeira, entitulada " Noite Perfeita", em que Gisela Batista está participando de um concurso assistido por Solange de Matos. O rapaz responsável por entregar o prêmio vai ao encontro de Solange e começa a dançar com ela. O casal é filmado e Gisela começa a fazer revelações à Imprensa, que remetem aos anos 80, quado elas, acompanhadas de mais três moças, formavam a um grupo de cantoras.

Os próximos vinte capítulos dão conta de como o grupo se formou, de como as cantoras se relacionavam, dentre outras coisas. A snópse, bem como tudo que eu vi sobre esse livro, destacam o tema das construção do êxito. Eu diria que esse é o tema central, mas há mais do que isso. Há romance, crítica social e até violência contra a mulher.

No epílogo, Lídia Jorge retoma a Noite Perfeita e conta o que aconteceu depois dela. A noite das mulheres cantoras se tornou um dos meus livros favoritos! Recomendo para todo mundo!
Rosa Santana 06/09/2016minha estante
Muito bem! ??????
Senti exatamente assim, lendo o livro! Encantou-me, indignou-me, emocionou-me essa Noite das mulheres cantoras!




Altamente Ácido 18/01/2013

Leitura que alterna entre o agradável, o singelo e o cru
A Noite das Mulheres Cantorasé um livro cuja leitura alterna entre o agradável, o singelo e o cru. Descobrir este desenrolar se revelou interessante pela ausência de expectativas, que geralmente é o que traz alguma decepção. Para um homem, vale pela experiência de enxergar por olhos femininos os fatos da vida, e a percepção de que tudo se resume a sentimentos pode ser válida sem ser forçada ou exagerada.

Resenha completa:

http://www.altamenteacido.com.br/livros_hq/livro-a-noite-das-mulheres-cantoras
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gleicepcouto 16/11/2012

Quando a falta de adaptação do texto ofusca uma obra
http://murmuriospessoais.com/?p=4897

***

A Noite das Mulheres Cantoras (LeYa) é o 10º romance da escritora portuguesa Lídia Jorge. A autora, que já ganhou diversos prêmios literários, é reconhecida como um dos expoentes da literatura portuguesa e tem suas obras traduzidas para diversas línguas.

Nesse livro, Solange de Matos narra sua história profissional e pessoal. No final da década de 80, ela faz parte de um grupo musical com outras meninas, que tentam sair do anonimato. Durante as várias horas de ensaio, ela conta todo o processo de adaptação ao objetivo de fazer sucesso e também a relação entre as componentes do grupo e seus 'tutores'. Um deles, em especial... João de Lucena, um dançarino famoso, disposto a levar graça aos movimentos do grupo musical.

A partir desse relacionamento (e de todos os outros), Solange descobre o seu papel não só no grupo, mas também no mundo, como uma pessoa com suas próprias vontades.

Lídia Jorge é uma ótima contadora de história. As lembranças da protagonista que criou são deliciosas, vão e vem como uma leve brisa. Acontece de modo bem sutil, com um ritmo calmo e características marcantes do dia-a-dia. A narrativa em primeira pessoa não é entediante, nem superlativa. Resultado de uma protagonista bem construída e tão comum quanto eu e você.

A trama, em certo momento tem uma reviravolta que uou!, você não esperava. O que era leve, torna-se denso e, por vezes, sombrio. Lídia Jorge pontua esses momentos com muito bom tom.

O problema todo (e como sinto em dizer isso) reside na não adaptação do texto. Ler um livro em português de Portugal se tornou uma tarefa extremamente maçante. As diferenças são muitas e quando você começa a se acostumar com a as construções das frases e com as palavras, o livro chega ao fim.

Entendo a vontade de universalizar a língua portuguesa (acordo ortográfico que não funcionou - oi?), mas as diferenças existem. Não teria como ser de outra forma, pois querendo ou não, são culturas diferentes, com suas próprias particularidades que refletem na língua, que é viva.

Resumindo: se eu quisesse ler um livro com português de Portugal, gostaria de comprá-lo com essa consciência. Caso contrário, quero um livro com o português brasileiro, simples assim. Foi uma pena constatar que não consegui desfrutar plenamente de um bom livro por conta da barreira da língua. Não acredito que eu seja a única a sentir tal dificuldade.

A capa da obra também não agradou. Tem relação com a história, mas poderia ser uma capa de, no mínimo, 50 tipos de livros. Ou seja: a imagem passa uma mensagem muito geral.

A Noite das Mulheres Cantoras é um bom livro, mas que perdeu muitos pontos pela editora não saber trabalhá-lo.
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