Conheci o livro ano passado no Goodreads poucos meses antes da iD anunciar seu lançamento e estava bastante curiosa para ler porque a história sugeria uma ligação com mitologia nórdica. Que apesar de fascinante ainda é menos explorada do que as demais na literatura. Adicionando o fato do lugar onde compro livros ter começado a vender os livros da editora acabei comprando rápido. Melissa de La Cruz, famosa pela série de vampiros entrega uma história peculiar, que foca em um público mais adulto com uma trama mais complicada do que aparenta.
Joanna e suas duas filhas Ingrid e Freya moram em North Hampton, um pequeno refúgio pouco atingido pela modernidade. Lá elas tentam viver com o máximo de descrição possível amargando uma proibição que dura séculos. As três sofreram na mão dos humanos quando foram descobertas antigamente e o conselho as puniu duramente proibindo-as de realizar qualquer tipo de magia. Mas tantos séculos depois as coisas finalmente começam a acontecer. Freya está noiva novamente. O destino que há muito fora previsto por Ingrid estava se realizando. O noivado com Bran teria sido perfeito se ela não tivesse conhecido Killian, o irmão de Bran, com quem divide uma conexão desconcertante. Essa situação desperta em Freya um lado seu esquecido há muito tempo e ela decide quebrar a proibição. Com isso dá força a Ingrid e a Joanna de fazerem o mesmo. Ingrid sabe que algo está acontecendo na cidade, todas as mulheres que pedem sua ajuda estão com uma massa prateada, como um parasita. Pouco a pouco o passado vem à tona, suas verdadeiras identidades e antigos conhecidos. Os Gardiner podem não ser quem dizem, e as três Beauchamp estavam há tanto tempo sem praticar magia que ficaram cegas para a realidade. O que a mansão Gardiner esconde em suas entranhas? E quem a todo custo está tentando afastá-las da verdade?
A premissa é basicamente essa, digo basicamente porque é impossível falar da história toda, pois são muitas surpresas ao longo da história. A autora insere a cada novo capítulo uma parte do mistério que envolve as três e o universo da história. Pouco a pouco vamos percebendo de onde elas vem e quem realmente é quem na trama. Melissa de La Cruz fez pequenas mudanças na mitologia nórdica, mas até agora as coisas funcionaram bem. O nome de uma das protagonistas dá a dica que o livro pode envolver mitologia nórdica, mas mesmo assim me surpreendi com os rumos que a história tomou. Narrado do ponto de vista das três Beauchamp a trama é desenvolvida num ritmo fluido que instiga o leitor.
Os personagens me agradaram. Em um primeiro momento estranhei a organização mãe e filhas, mas gostei do tom, da personalidade e da forma como a autora desenvolveu cada uma. As descrições por outro lado podem ser uma surpresa e tanto. Melissa de La Cruz não poupa cenas quentes, não são detalhadas demais, mas pode incomodar quem não estava esperando. Por isso acredito que ele deveria ser indicado como juvenil mais adulto. Já a ambientação é perfeita, todo o clima de cidade pequena a beira do mar funcionou como um ingrediente a mais na trama.
As peças do quebra-cabeça vão se formando e até os momentos finais imaginamos diversos fins para a história. Mesmo eu, que costumo antecipar o final não consegui adivinhar o que viria. O fim, mesmo sem ter um ritmo de ação consegue surpreender o leitor. As duas viradas no final deixam várias perguntas no ar. Ansiosa pela continuação. Será que veremos Loki, Balder, e mais personagens da mitologia nórdica?
Leitura rápida, agradável que instiga e surpreende o leitor em doses maiores do que o esperado. Uma forma diferente de introduzir uma história que tem como base a mitologia nórdica. Gostei do estilo da autora que até então não conhecia. A edição da iD (...)
Termine o último parágrafo em: http://www.cultivandoaleitura.com/2013/03/resenha-as-feiticeiras-de-east-end.html
Família Beauchamp - Melissa de La Cruz
1- As Feiticeiras de East End
2- Serpent's Kiss
3- Winds Of Salem