Emily422 28/01/2020
Do livro do mundo à si próprio
Em um louvor à consciência, Descartes preconiza a necessária postura de humildade perante o conhecimento, a verdade. Vença a ti mesmo, não espere que o mundo dobre perante a tuas vontades.
"Não faça da necessidade uma virtude".
Devagar, despindo-se do que antes pensava-se ser fato, subindo os degraus mais fáceis e escalando, como em uma intensa batalha, os mais difíceis, verás que de tudo nesse mundo só tens poder sobre teus pensamentos, todavia, lembre-se que isso pouco não é. Para duvidar de tudo, pensar até mesmo que tudo é falso, precisa-se ser alguma coisa. Pois se até tu fosse falso, não existiria, logo não poderia pensar ser tu mesmo falso (inexistente). Para pensar é preciso ser, e assim: Cogito, ergo sum.
Estude o "Livro do mundo" depois estude a si mesmo.
... de fato um dos meus filósofos favoritos! 💙
Enfim, sendo uma obra aparetemente tão simples no começo, torna-se densa ao final da leitura. Me faz querer relê-lo de imediato. Desse modo, fascinante talvez seja uma boa palavra inicial para descrever o que eu sinto sobre tudo o que está escrito nesse livro. Acima está contido apenas 1% do que ele realmente é; há muito mais: a substância, o imperfeito e ' o ser mais perfeito', ideias inatas, o confronto direto ao empirismo, a questão mecanicista, etc. etc.
É muito difícil por em palavras a magnitude desse 'discurso' de Descartes. Porém, como dito pelo mesmo, " Mesmo não sendo imaginável, é inteligível". E no final de tudo, " O pouco que aprendi até agora, é quase nada comparado ao que ignoro". Portanto, a eterna jornada continua na busca da inalcançável, ainda que existente e absoluta, verdade.