Danilo Moreira 19/11/2017
Leia primeiro 1968: o ano que não terminou
Esse livro foi lançado em 2008, mas só em 2016 consegui comprá-lo, pois, não sei por que, é raríssimo achá-lo à venda. Para entendê-lo, é essencial ler "1968: o ano que não terminou" (1988), caso contrário, ele parecerá sem qualquer sentido. O livro tem duas partes: na primeira, o próprio Zuenir faz reflexões sobre as heranças boas e ruins de 1968 para a sociedade atual (de 2008). Na segunda, entrevista figuras marcantes de 1968, como Caetano Veloso, Fernando Gabeira, Fernando Henrique Cardoso e José Dirceu e convida-os para refletir sobre questões daquele ano e em 2008 e para o futuro, e sobre o que ficou de 68 dentro deles. Mas achei que perdem muito tempo imersos em picuinhas políticas sobre o PT, o Lula e o Mensalão - escândalo em destaque na época - o que fez o livro perder um pouco o sentido nessa parte.
Ler esse livro em 2017 me gerou um certo choque sobre como a juventude daquele ano que foi lançado o livro (2008) já não é mais a mesma de hoje, e como o cenário político-social brasileiro também mudou (ou regrediu) de lá para cá. Fiquei imaginando como o autor descreveria a juventude de hoje, principalmente depois das manifestações de 2013 e o aumento da onda conservadora onde pedem até intervenção militar.
"1968: o que fizemos de nós" é um livro que recomendo para quem leu "1968: o ano que não terminou" e deseja refletir mais sobre as heranças daquele tempo, mas talvez, com tanta coisa que aconteceu de 2008 para cá, alguns tenham a impressão de que ele também já envelheceu.