tavim 30/03/2024
Automatógrafo, de Victor Heringer
Do deturpe da presença se enreda o ordináriozinho dilatado, não mais fugidio ao dia a dia. posta às mãos, capta toques, destoa do sólido da solidão: dentre tempos estranhos, se entendem; prenúncios póstumos, tudo consumado. até a calamidade foi pega de surpresa --- estava só e somente a fim de zombar. desse fim não se desvincula, porém se podia ter calçado com mais folga os sapatos. ao dado momento, filtrado à imagem, enfim das linhas se assente: é o fim, e tudo ressurge.
fechei a última leitura do ano de 2023 da melhor forma possível. procurando por ele há anos, numa feliz coincidência encontrei esse livro de poemas (que logo desencontrei por um erro na entrega, mas que, novamente, encontrei-o depois de vários dias numa força-tarefa). victor heringer é um dos meus escritores favoritos e eu não esperava ler dele nada inédito ainda neste ano, um autor que escrevia bonito as ironias do mundo. leiam também seus romances 'glória' e 'o amor dos homens avulsos', leiam seu livro de crônicas 'vida desinteressante', leiam o victor.
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