Stefânea 01/02/2019
FANTÁSTICO
"Nunca achei correto estar sozinho; às vezes, era até bom, mas nunca achei correto."
Publicado pela primeira vez em 1978, 'Mulheres' é o terceiro romance de Bukowski. A obra não podia ter um nome melhor, pois é totalmente sobre elas e diria até para elas. Este livro é a prova que o Velho Safado inventou a idéia de "fé nas malucas" 😂
"É fácil escrever sobre putas, mas escrever sobre uma boa mulher é muito mais difícil."
A obra começa a partir do ponto em que Henry Chinaski, nosso protagonista amado, depois de ficar quatro anos sem ir pra cama com nenhuma mulher, conhece Lydia Vance. Jovem, mãe solteira, linda e totalmente maluca, Lydia prende a atenção do Henry logo de cara e daí pra frente a trama só vai ficando mais frenética.
"Se eu tivesse nascido mulher, seria uma prostituta. Mas, como nasci homem, batalhava as mulheres, sem trégua; quanto mais fuleiras melhor."
Mais uma vez, Bukowski nos entrega uma obra completa e surpreendente. É quase impossível prever o que vai acontecer a seguir, qual a próxima mulher, qual a próxima briga, qual o próximo coração partido. É engraçado ver Chinaski lutando por todas elas, e mesmo assim as perdendo, pois é possível sentir a realidade da construção narrativa do autor. O Velho Buk não queria um romance clichê, algo dentro do padrão de "rapaz conhece mocinha e se apaixona", então, colocou neste livro tudo de mais real num relacionamento, as brigas, a gritaria, o ciúmes, a dor da perda, o ir atrás de outra pessoa.
"De um jeito ou de outro, eu estava perdido."
Com capítulos curtos e linguagem bem informal, o autor nos abre as dores e paixões de Chinaski por "suas mulheres". É impossível lembrar o nome de todas as mulheres que passam pelo livro, e a graça é essa! Coração partido após coração partido, porre após porre, vamos nos identificando mais o personagem e vendo que sua vida é a nossa também. Que de uma forma ou de outra, o que acontece com ele já aconteceu conosco também, ou, no mínimo, temos a certeza de que algum dia irá acontecer. Pois essa é a realidade da vida.