Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Luizaa.02 23/12/2023

Decadência
O livro conta a história dos gêmeos Omar e Yaqub que, apesar de quase não apresentarem diferenças físicas, são literalmente opostos em questão de personalidade. Esse é o principal motivo para as suas inúmeras brigas, que acabam levando a decadência da família.
Gostei bastante do livro, ele aborda assuntos bem pesados, mas que, querendo ou não, estão muito presentes na sociedade e, por isso, é importante dar visibilidade.
A única parte que não gostei foi o final, esperava mais. Achei as frases e reflexões lindas, mas faltou um pouco de desenvolvimento.
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Maria 23/12/2023

"E o tempo, que nos faz esquecer, também é cúmplice delas. Só o tempo transforma nossos sentimentos em palavras mais verdadeiras".
Que livraço. Esse foi o meu preferido de todos os que a FUVEST indicou. Ele foi magnífico, certeiro, ambíguo e interessantíssimo. A narrativa não me segurou no início, não vou mentir, mas a partir de um certo ponto, eu só comecei a ler e a ler e quando eu vi eu tinha acabado ele. Que narrativa interessante, gente, que coisa incrível que foi esse livro.
É muito interessante fazer a análise da relação dos gêmeos e, principalmente, dos erros que a permeavam. Na minha opinião sem spoilers, se certos comportamentos dos pais fossem mudados, certamente eles se dariam bem. Até porque fica MUITO claro em todo o livro o quanto eles eram comparados o tempo todo e o quanto colocavam um contra o outro. Chegava a ser irritante e revoltante essa comparação frequente e injusta entre um e outro - e às vezes, durante a leitura, eu me questionei se todos os gêmeos passavam por isso.
Eu real não esperava que esse livro ia se tornar o meu preferido de 2023, mas fico feliz em ter tido essa surpresa. Obrigada, Miltom Hatoum, por essa obra linda, e obrigada, FUVEST, por tê-la apresentado a mim.
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Valvelvilvolvul 21/12/2023

Genuinamente gostoso de ler
A escrita é ótima, super fluida, e a história te prende!! Adorei o livro, odiei o Omar, a Zana e a Rânia.
Leitorconvicto 21/12/2023minha estante
O cara é bom




Ybian 20/12/2023

Esaú e Jacó. Caim e Abel.
Um dos melhores lidos no ano, e apesar dessa resenha estar sendo feita meses depois de eu tê-lo terminado, o livro só cresce em minha memória.
Várias metáforas e interpretações pode ser tiradas do livro, mesmo que só a história superficial também seja notável.
O título da minha resenha se refere às maiores referências que eu consegui me lembrar, apesar de haver vários outros pares de irmãos antagônicos na literatura mundial.
Maravilhoso. Intrigante. Viciante.
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Carolina.Gomes 20/12/2023

Surpreendente!
Um daqueles livros que eu nem pensava em ler e fui arrebatada desde o primeiro capítulo.

Hatoum usa uma narrativa não linear, mas que não confunde o leitor.

A escrita do autor é muito boa, os personagens são extremamente bem delineados e complexos.

As relações familiares me remeteram à leitura de Crônica da casa Assassinada e Lavoura Arcaica.

A partir da narrativa de um narrador que sem ser membro da família é parte integrante dela fui acompanhando atônita a disputa entre os irmãos, a predileção da mãe por um dos gêmeos, uma possessividade doentia que castra, poda e fomenta a desavença.

Os acontecimentos vão num crescente como um efeito dominó até não sobrar uma única peça de pé.

São muitas nuances abordadas aqui, com muito cuidado e sensibilidade.

Gostei especialmente do narrador e de como o autor desvenda os mistérios da trama.

Recomendo!



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Gudegois 20/12/2023minha estante
Acho esse livro sensacional!!


mariamanuella.brittogedeon 21/12/2023minha estante
Eu também adorei Aninha. Acabei o livro muito emocionada.


Fabio 21/12/2023minha estante
Adorei a resenha, Carol!?




athosprado 19/12/2023

Um novo clássico contemporâneo. Ambientado em Manaus essa história vai muito além da relação dos irmãos gêmeos. Se aprofunda nos desgates das relações familiares e momentos cruciais da história brasileira.
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maraisa04 13/12/2023

Sinceramente não sei oq falar sobre esse livro, só sei que gostei e acho q vale a pena a leitura não só pela história mas tbm pelo cenário da narrativa, nunca tinha lido um livro que se passa no norte do brasil
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Leo 13/12/2023

Triste como uma família pode ficar refém dos sentimentos desequilibrados, do amor que não se distribui igualmente a todos. Aliás, é o amor, ou a falta dele que parece imprimir nas relações familiares uma sombra crescente. O livro pra mim ganhou contornos de um suspense, da espera pelo momento em que seria tarde demais para voltar atrás, pra consertar os estragos.
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Sophia.Campos 12/12/2023

Li para vestibular, mas fiquei bem intrigada com a história. Gosto da forma como o autor trabalha as relações familiares e a forma como isso impacta o ambiente.
Não sei se leria por livre espontânea vontade, mas foi bom o vestibular ter pedido para eu ter contato com essa obra.
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Grazi :) 12/12/2023

Casos de família
História mto interessante, personagens complexos e profundos.
Localidade muito legal.
As relações familiares são bem dramáticas mas esse é o charme (tirando os vários incestos, isso é péssimo).

Não sei muito o que dizer. O primeiro livro que leio do autor, pretendo ler mais.
Quero muito muito a HQ!
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Vê_Beaz 11/12/2023

Achei que seria um livro terrivel por se tratar de um obrigatorio de trabalho escolar
mas me surpreendi
me envolveu
e apesar de ter caráter duvidoso em diversas areas
foi um abrir de olhos para outras possibilidades de escrita e histórias
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Maju Burgo 07/12/2023

A literatura brasileira vive
Ler um livro contemporâneo, e ainda mais nacional, faz a gente pensar como o tempo vai mudar essa história, a noção que os leitores tem dela: vai virar um clássico? Vai ficar esquecido? Daqui a cem anos as pessoas ainda vão se perguntar quem é o pai de Nael? (Assim como nos perguntamos de Capitu traiu ou não).
Esse é o poder de uma boa história, e acho que essa especificamente é uma boa história e que inclusive ajuda a contar a história do Brasil - grandes guerras, imigração, ditadura, povos tradicionais - tudo isso em um contexto historicamente silenciado da arte brasileira: a região Norte.
É uma história de irmãos, mas mais do que isso: é uma história sobre famílias brasileiras e sobre o psicológico humano dos jeitos mais esquisitos, com toda a sua complexidade. Não tem mocinho e vilão, são apenas pessoas vivendo e reagindo à situações difíceis; a nossa vida também não é assim?
?Cedo ou tarde, o tempo e o acaso acabam por alcançar a todos. O tempo não apagara um verso de Laval [?]?
Assim como a escrita de Laval sobrevive no romance, o romance em si também merece sobreviver.
Dê uma chance para essa leitura (é curta mas deve ser apreciada com calma).
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Eugenia14 07/12/2023

Demorei pra ler porque achei que eu não fosse gostar, mas me enganei. É uma história envolvente que mescla o passado com o presente, a certeza dos fatos e a suposição do que não se sabe. Não sei quem achei mais insuportável Zana ou Omar, mas por pior que fosse ele em alguns momentos até tenta se libertar da mãe, mas o "cuidado" e a relação completamente tóxica dos dois não permite. Gostei muito do Halim e da relação dele com o Nael. Achei a Domingas uma personagem muito importante e fundamental para toda a história. Achei impressionante como tentam fazer o Yacub sair como errado no final, mesmo o irmão sendo realmente o culpado.
Pudim.Frango 08/12/2023minha estante
concordo tanto contigo na parte de "nao sei quem e mais insuportavel, a zana ou o omar" pq foi meu pensamento o livro quase inteiro ???
impressionante como o yaqub foi jogado de culpado no final




joaoggur 04/12/2023

Dionísio & Apollo, Caim & Abel, Esau & Jacó?
Dos anos 2000 para cá, percebo um grande contingente de novos clássicos nacionais a surgirem. A literatura nacional, - que, em toda a segunda metade do século XX (com algumas exceções, é claro) limitou-se a crítica e ao ensaio literário, - voltou a florescer, nos presenteando com peças maravilhosas como ?Dois Irmãos?.

Milton Hatoum estabelece uma família (disfuncional, mas isso só percebemos com o desenvolver da trama) composta pelo casal Zana e Halim, e seus três filhos; a tímida Rânia e, mais velhos? os dois irmãos, os gêmeos Yaqub e Omar. Este último recebe a alcunha de ?caçula?, não só por ter nascido momentos depois, mas por ser mimado por sua mãe.

Os conflitos são aos montes; desde a infância, a rivalidade já sobrepõem-se a eles. A história é narrada por Nael (que só sabemos o nome no final), filho da empregada Domingas. É interessante observar como os atritos são descritos: no início acabamos nos afeiçoando mais com um do que com o outro, depois os papéis se invertem? e posteriormente achamos ambos execráveis. Posso considerar este um problema da obra, a falta de personagens a termos que nos identificar (o arco sobre quem seria o verdadeiro pai de Nael, por exemplo, é corrido e superficial).

Mas, talvez, a podridão dos personagens possa ser explicada pelo fiel retrato da ?família tradicional brasileira?, que sempre foi romantizada pelo próprio povo brasileiro. O autor, narrando personagens complexos, mostra a humanidade que permeia as relações sociais; não importa se é alguém bem ou mal sucedido, todos nós temos as nossas falhas. Somos humanos.

Um clássico brasileiro. Recomendo.
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