Dois irmãos

Dois irmãos Milton Hatoum




Resenhas - Dois Irmãos


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Renato 14/12/2016

Profundo, tocante, e, como já colocaram, arrebatador.
O melhor livro que já li.
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N.Barbosa 23/11/2016

Arrebatador
"Canta a tua aldeia e serás universal", diria Tolstoi. E é a partir das características e traços locais que a narrativa de Milton Hatoum atinge a essência das perturbações e inquietações do ser humano. Em "Dois Irmãos", temos a trajetória de uma família manauara diante do conflito estabelecido em dois gêmeos, Yaqub e Omar. Os pais Halim e Zana, todos de origem libanesa, não conseguem distinguir de qual lado ficar ou de que maneira dar harmonia ao seio familiar. Nesse emaranhado de histórias individuais que se cruzam a todo instante, há um fluxo constante de ações marcadas por violenta emoção, frieza e sexualidade, quase em ponto freudiano. A forma como Hatoum dá o tom dos acontecimentos envolve o leitor do início ao fim. A história é contada pelos olhos de Nael, membro bastardo da família, filho de um dos gêmeos, mas criado na mesma casa. Com a passagem do tempo, suas percepções amadurecem, o que denota a formação pela qual ele atravessa. A leitura da obra foi uma grata surpresa. Há passagens memoráveis em que o épico e o lírico se confundem numa linguagem simples, porém precisa nos detalhes, na transição de cenas, no conceito de cada personagem e na ambientação feita em Manaus.
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Andréa 19/11/2016

Dois irmãos
Livrão! Que livro envolvente! Aos poucos a gente vai se envolvendo com os dramas pessoais dos personagens. Alguns traços e comportamentos descritos que nos remetem a alguém que conhecemos ou de quem ouvimos falar. Sem contar que conhecemos um pouco do desenvolvimento de Manaus.

É o relato de uma família desestruturada, com personalidades fortes, irmãos incapazes de um gesto de perdão. O narrador juntou ao longo da vida relatos da própria mãe (empregada da casa), do chefe da família e de suas próprias observações para criar um enredo que prende o leitor. Não dá vontade de desgrudar das páginas, a vontade é de chegar logo ao final e ver como aquilo tudo acaba.

A leitura é bastante fluída, tem passagens amargas que talvez desejássemos não ter lido, mas que são enriquecedoras. É uma daquelas historias que permanecem um tempo com a gente, mesmo após o capítulo final.
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vanessa 17/11/2016

conta a história de uma família destruída pelo sofrimento da mágoa e dos atritos. um livro profundo e pesado. leitura proveitosa e intensa. adorei.
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Polliana 28/10/2016

Dois irmãos
Com certeza foi uma maravilhosa escolha ler Dois irmão do Milton Hatoum, uma obra única com personagens inesquecíveis e personagens femininas fortes, uma narrativa que nos transporta para Manaus em meados do século 20, um recorte histórico do crescimento e desenvolvimento de Manaus, o eixo central do romance é a relação dos irmãos gêmeos yaqub e Omar, uma narrativa repleta de surpresas.
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Valério 26/10/2016

Contrapontos
Milton Hatoum escreveu um livro de opostos. Aqui, assim como os dois irmãos, temos o amor versus o ódio. A amizade versus a rixa. E Yaqub e Omar. Um muito correto, sensato, dentro dos padrões, dedicado. E outro solto na vida, passeando em sua existência.
Uma mulher no meio é o estopim de uma rivalidade mortal que duraria uma vida inteira.
Agressor que se torna vítima. E vítima que se torna agressor.
Evolução de duas vidas que, se não correm juntas, correm em paralelo para o encontro final.
Muito bem escrito, com a profundidade psicológica que gosto.
Forte. Real. Excelente.

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Kláustria 16/10/2016

(...)
“Como está diferente daquele montanhês que vi no Rio”, comentou Halim, mirando a imagem do filho.
“O montanhês é o teu filho” disse Zana. “ O meu é outro, é esse futuro doutor em frente do Teatro Municipal”
Irmãos de sangue, gêmeos, Yin e Yang que não encontram descanso. Separados ainda jovens por decisão do pai, Omar e Yaqub tornam-se homens em mundos irreconciliáveis. O primeiro superprotegido pela mãe, extrovertido e popular; o segundo reservado, estudioso e com a obrigação de ser forte e responsável. E em meio a eles, literalmente, e desequilibrando as coisas, os pais. Estes vivem às turras, mas também consumidos pela paixão despertada ainda na juventude. Complicações suficientes? Espere até conhecer Rânia e seus sentimentos enviesados pelos irmãos, Domingas e sua servidão e o nosso narrador-personagem que, inserido na vida dessa família intensa - e em busca de descobrir seu elo nesse enredo - vê seu destino depender das decisões ruins dos outros, pouco tendo como lutar contra isso.
Milton Hatoum construiu uma narrativa que mexe com nossos brios, nos faz associar passagens da vida dos irmãos com as nossas (quem tem irmãos sabe que conviver é difícil, muitas vezes), principalmente se você é o mais “sério” da família...
Inevitável não sentir um ranço por Omar, sentir dó de Yaqub e depois mudar de opinião.... No entanto, a vida é assim, não é? A gente busca a aceitação, o equilíbrio, um pouco de doce em meio ao amargo... O perdão. E se não for possível, aprende a viver do jeito que dói menos, porque alguns equilíbrios parecem ser inalcançáveis.
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pablobrodrigues 02/10/2016

Milton Hatoum, Dois Irmãos e Manaus, por Pablo Rodrigues
“Quando os meninos nasceram, Halim passou dois meses sem poder tocar no corpo da Zana. Ele me contou como sofreu: achava um absurdo o período de resguardo, e mais ainda a devoção da esposa pelo caçula. Ele passa o dia na loja, entretido com os fregueses e os vadios que perambulavam pelos arredores do porto […]” (trecho do livro Dois irmãos, Milton Hatoum)

Li Dois irmãos, de Milton Hatoum na disciplina de Fundamento da Cultura Brasileira na Faculdade de Letras. Tínhamos que fazer um trabalho no final do curso, algo que tocasse na literatura brasileira contemporânea. Minha leitura então, foi pautada na busca de possíveis questões para serem problematizadas e desenvolvidas. Dois irmãos se encontrava numa lista de leituras possíveis, entre elas Leite derramado, do Chico Buarque, e também Cidade de Deus e Desde que o samba é samba, ambos de Paulo Lins. Minha escolha se deu mais ao Norte, lá para terras manauenses. E até aquela aula, eu nunca tinha ouvido falar de Milton Hatoum.

Nascido em Manaus, formado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP e com Pós-Graduação em Literatura Comparada pela Sorbonne (Paris III), Milton Hatoum é um dos atuais e renomados escritores do romance contemporâneo brasileiro, tendo sua obra escrita em dez línguas e publicada em catorze países. Obras que lhe renderam inúmeras premiações, entre elas o prêmio Jabuti na categoria romance para as obras Relato de um certo oriente, Dois Irmãos, Cinzas do Norte e Órfãos do Eldorado.

Foi indicado pela obra Dois Irmãos ao prêmio IMPAC-DUBLIN e eleito o melhor romance brasileiro no período de 1990-2005 em pesquisa realizada pelos jornais Correio Braziliense e O Estado de Minas. Foi também finalista do Prêmio Multicultural do Estadão pela mesma obra. Dois irmãos ainda foi adaptada para quadrinhos e minissérie de TV.

O livro conta a história de dois irmãos gêmeos de origem libanesa que residem no estado de Manaus, os irmãos Yakub e Omar. Filhos de Zana e Halim, os gêmeos têm a sua rivalidade iniciada desde o momento de seu nascimento. Diálogos com a tradição literária e o tema da vingança e fraternidade não podem ser descartados. Temos, então, semelhanças entre a narrativa judaico-cristã de Esaú e Jacó (Gên. 25:22), bem como o diálogo com a própria literatura brasileira, a exemplo do livro homônimo de Machado de Assis.

Zana, a matriarca da família, era a mulher que conseguiu dobrar o patriarca Halim. Vemos que Zana é a mulher que influência e gerencia a casa. Da mesma forma a empregada Domingas representa um papel importante nessa narrativa, Yakub a tratava “como se ela fosse sua mãe e não a empregada”. As mulheres devem ser vistas de maneira bem especial nessa narrativa.

É por meio de Nael, filho de Domingas, que a história será narrada. Nael convida o leitor a compreender o universo da vida da famílias dos gêmeos, e também descobrir sobre o paradeiro do seu pai biólogico. Confesso a dificuldade de um “sentença” sobre o possível pai de Nael. Seria um dos gêmeos ou ainda Halim? O que reforçaria e criticaria a estrutura patriarcal brasileira.

Entre as desavenças de interesse dos irmãos, podemos incluir outra personagem que gera tensão entre os dois. Além da rivalidade causada pelo excessp de Zana por Omar, temos a presença de Lívia, que se encanta por Yakub, desde a infância e torna-se sua esposa. Sendo esta a causa mais marcante da rivalidade dos gêmeos. Podemos ver aqui ecos da narrativa machadiana.

Ao ler essa obra de Milton Hatoum eu fique profundamente impressionado com o a relação psicológica dos personagens e sua relação com o espaço literário criado pelo autor. A casa dos irmãos é próxima ao rio Negro, o que convida a gente a pensar sobre as vidas que giram em torno do rio, mas sobretudo, a vida como “devir”, isto é, esse eterno “vir a ser” da metamorfose de Yakub e Omar. Os cenários para mim pareciam sempre carregados de uma certa umidade.

É um livro muito importante para mim, pois foi um dos primeiros a configurar na lista dos “meus livro concluídos” e acredito que todo leitor que se aventura pelas páginas de Dois irmãos, encontrará uma narrativa sensível e profunda. A leitura torna-se portanto, indispensável.

Referências:
HATOUM, M. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.



site: www.projetoembarque.com e www.blogdopablorodrigues.wordpress.com
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Ferreirinha 24/09/2016

Escrita sensacional
Esse livro foi uma incrível viagem no tempo e nas relações. As viradas da história, a dúvida de que lado ficar, tudo isso segue até a última frase do livro. Uma leitura fluida, sem floreios mas ao mesmo tempo com um nível de detalhes que te faz embarcar para a Manaus da década de 40. Recomendadíssimo!!!!
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Day Freddi 21/09/2016

Yakub e Omar dois irmãos que não se bicam desde a infância. A mãe Zana tem um amor e uma complacência, ciúme de Omar, não quer que ele saia de casa e se aventure com outras mulheres. Omar passa a vida vivendo na esbornia. Yakub o irmão bem sucedido vai embora de Manaus para se tornar engenheiro.
A história é contada pelo filho da Domingas que trabalhou desde a infância na casa dos patrões. Halim o patriarca da família era fogoso só quais saber de se deitar na rede com Zana, mas fica um pouco de escanteio por causa das loucuras de Omar.
Rania uma das irmãs tem quase um amor platônico pelos irmãos. Enfim uma história rápida mas gostosa.
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Sil 14/09/2016

Caim e Abel da modernidade
Olá pessoas lindas,

o livro de hoje entrou facinho pra lista de melhores do ano!! (eu ainda não fiz um ranking, mas vou começar a fazer \o/\o/). Um livro com uma ideia totalmente normal, mas simplesmente boa demais: briga em família. Quem nunca ein? Aposto que todo mundo tem uma maçãzinha podre na família (ta certo que na minha tem mais, mas vamos deixar pra lá).

A história se passa na Amazônia, e fala sobre a vida de um jovem casal Libanês: Zana e Halim. Os dois se casam, e põe pra quebrar na cama (hahaha não é piada, os dois adoram se enroscar), e dessa alegria toda nascem Yakub e Omar, nossos protagonistas.

Dois irmãos gêmeos: um, tímido e injustiçado; o outro, abusado e super protegido.

Uma família doentia: um pai ausente, molenga e pouco participativo; uma mãe maníaca, super protetora e ciumenta;

Uma irmã apagada e emocionalmente carente.

Junte tudo isso e você tem o perfeito quadro da dor, a receita certa para a desgraça.

Yakub e Omar são irmãos gêmeos idênticos, Yakub, o mais velho dos dois, cresceu negligenciado e esquecido. Pelo fato de Omar quase ter morrido nos primeiros dias de vida, a mãe Zana tornou-se doentiamente protetora dele, deixando Yakub de lado, sendo criado por uma cunhatã (palavra tupi par menina, moça) adotada desde a infância pela família, que cresceu e virou a empregada da casa.

Crescendo de forma totalmente livre, Omar pinta e borda na casa, torna-se então um jovem violento, cheio de vontades e manias. A casa funciona conforme Omar grita, a mãe enxergas as exigências como pequenos mimos do seu pobre e frágil peludinho (apelido dele…vai entender).

Certo dia, Omar e Yakub disputam o mesmo prêmio: o amor de uma moça. A coisa não acaba bem, e Yakub é enviado para o Líbano, para viver com seus tios e crescer la. Quando retorna ao Brasil, os pais percebem que os irmãos ainda se odeiam, e o pior: que provavelmente vão se odiar para sempre. A partir dai a coisa só piora, o ódio entre os irmãos parece algo tangível, de tão forte.

Escrito pelo brasileiro Milton Hatoum, esse livro mata a pau! Uma escrita limpa, sem muitos floreios (é assim que eu gosto, nada de ficar enchendo linguiça), uma leitura rápida e profunda, que toca a nossa alma pela simplicidade dos fatos. Um livro que pode muito bem ser uma história real.

Abraços

site: http://www.colunadovale.com.br/caim-e-abel-da-modernidade/
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Gustavo.Braz 02/09/2016

Do amor ao ódio; Do nascimento a morte.
Simplesmente, o melhor livro lido por mim neste ano. Dois irmãos, de Milton Hatoum, é um romance com uma incrível narrativa em primeira pessoa. Milton, que ganhou o prêmio Jabuti, conceber esta obra com uma bela, sincera e leve escrita. A história, com foco central na cidade de Manaus, é a descrição de uma família e seus conflitos. Yacub e Oman, irmãos gêmeos, são as personagens principais do enredo. Os irmãos são, apesar da enorme semelhança que somente é ferida por uma cicatriz no rosto de Yacub, muito diferentes em personalidade. Oman, o caçula e protegido/preferido da mãe, é um eterno adolescente volúvel e inconsequente, porém em alguns momentos ele consegue cativar o leitor. Yacub é o mais velho e mais centrado. Possui uma alma forte e sua sequidão como pessoa é quebrada quando junto da empregada Domingas. O livro é narrado por Nael, filho de Domingas, que busca recontar todos os fatos da história deste família de origem libanesa e tenta buscar saber quem é o seu pai. O livro como um todo é fantástica. Ele é capaz de levar a incrível felicidade ao eterno choro. Misto de emoções e sentimentos, é fantástico para leitores iniciantes.
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Adriana602 25/08/2016

Espetacular!
Aquele momento ao término de um livro que te deixa atônita, um romance que te prende do início ao fim, que te leva ao extremo dos sentimentos de amor e ódio. Sem palavras para dizer o quanto é bela essa obra, sorri, chorei, respirei fundo e continuei..
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Daniel 20/07/2016

Dois Irmãos
Resenha no link abaixo!

site: http://blogliteraturaeeu.blogspot.com/2016/07/dois-irmaos-de-milton-hatoum-resenha-20.html


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