O pavilhão dourado

O pavilhão dourado Yukio Mishima




Resenhas - O Templo do Pavilhão Dourado


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Biblioteca Álvaro Guerra 19/07/2024

“O Pavilhão Dourado” é um romance escrito por Yukio Mishima, publicado em 1956. A história é baseada em um evento real e segue a vida de Mizoguchi, um jovem gago e introspectivo que se torna acólito no templo zen Rokuon-ji em Kyoto, após a morte de seu pai1. O romance explora temas de beleza, destruição e a complexa relação entre o bem e o mal.

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535916812
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pete_7 07/06/2024

Pt. 1 - Resenha de (quase) tudo o que já li
Imagine um pavilhão de ouro, com a estátua de uma fênix no topo queimando a todos com seu olhar. Um jovem desenvolve uma obsessão por este lugar, que cresce de uma centelha até se tornar plasma solar. Este é o Kinkaku-ji (Templo do Pavilhão Dourado). Ele existe em Kyoto e foi queimado por um monge aprendiz em 1950.
Mishima se baseou nesse acontecimento para escrever este livro. Visceral, insano, doentio, uma das leituras mais pesadas que já fiz. O livro é curto, mas é mais denso que uma estrela de nêutrons.
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stopmakingsense 24/03/2024

?Se as pessoas deste mundo querem sentir o gosto do mal por intermédio de suas vidas ou ações, então quero mergulhar tão fundo quanto possível no mal que há em meu mundo interior.?

?O futuro será algo desconhecido, que restará quando as chamas se extinguirem. O pavio do futuro acha-se mergulhado em um combustível transparente e frio. Quem neste mundo precisará prever o que lhe restará, no final, da própria inocência e pureza? Se é que algo restará.?

Acho que essa é a primeira vez em que me senti conectada de verdade ao Yukio Mishima. Minhas duas experiências prévias foram agradáveis, porém passageiras.

Lendo o pavilhão dourado, pude absorver melhor um pouco da grandiosidade e erudição do autor. Fiquei fascinada com suas reflexões sobre beleza e com a construção do Mizoguchi.

Li esse livro com muita calma, muito cuidado. Acho que é o tipo de leitura que pede um momento para compreensão, para sentimentos e considerações. É ótimo conseguir ?saborear? cada ideia com certa tranquilidade. Demorei um pouco mais para terminar o pavilhão dourado justamente para conseguir ler e tentar absorver sua grandiosidade.

Não acho que com uma única leitura eu tenha compreendido tudo, e nem tenho essa pretensão. Esse primeiro contato serviu mais para me aproximar da escrita do Yukio Mishima, apreciar sua estética e construção de enredo e personagens.

Essa experiência foi muito bacana e imersiva. Marquei muitos trechos interessantes e pensei bastante sobre muitos temas abordados. Também achei incrível conhecer um pouco sobre o Japão naquele período específico.

Fiquei com muita vontade de ler tudo o que o Yukio Mishima escreveu. Sua figura controversa e curiosa me fascina, e tenho certeza de que encontrarei mais tramas instigantes em seus outros trabalhos.

?Eu me sentia mergulhado até o pescoço naquilo que é a própria existência do meu ser. O mundo externo se fazia, em diversos pontos, alternativamente frio e quente. Como poderei dizer... sim, é isso, ele se mostrava manchado, formava um mosaico. O mundo externo e o meu mundo interior trocavam lugares de forma descompassada e leniente.?

?Se, por um lado, a figura perecível do ser humano deixava emanar um vislumbre da eternidade, por outro, a beleza indestrutível do Pavilhão Dourado fazia perceber a possibilidade de destruição. Seres mortais como o homem eram inextinguíveis, e seres imortais como o Pavilhão Dourado, passíveis de destruição.?
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matchilla 21/12/2023

Se tornou meu livro favorito por conta da escrita poética e por ser introspectivo, explorando com profundidade os sentimentos de Mizoguchi

A reflexão sobre a "Beleza" e a associação com a maldade me tocou profundamente, visto que tenho uma certa obsessão com a estética. Ler um livro que expressa, em partes, o que sinto e penso, cura onde dói.

Histórias que possuem personagens corrompidos, imorais, e mostram a crueldade humana são as melhores
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xaninhakkkj 17/08/2023

Primeira tentativa com escrita oriental
Sei lá o que eu li.
juro q eu so estava torcendo para esse livro terminar.
n é que ele seja ruim... ele só é medíocre, principalmente por conta da falta de ação, uma vez que a escrita é muito boa.
havia descrições e reflexões que eu tinha que pular, pq eu não AGUENTAVA MAIS.
mizoguchi não tem carisma nenhum e as reflexões dele não me diziam nada. fodase a 🤬 #$%!& da beleza, como caralhos algo pode ser tão excruciantemente estudado a ponto de n fazer sentido?
pq para mim aconteceu isso. a partir de um ponto, ja nada do q ele dizia fazia sentido!
qnd li a sinopse fiquei toda empolgada, mas pasmem: o tal acidente que acontece em 1950 so está presente na últimas 10 páginas!!!!
eu não quero saber da vida monótona de um bonzo na 🤬 #$%!& de um templo dourado.
senão fosse pela capacidade do escritor de prender o leitor nas pequenas cenas de ação eu teria abandonado o livro.
Danilo.Santos 05/12/2023minha estante
"n é que ele seja ruim... ele só é medíocre" :)




Aline330 26/07/2023

Mishima repete com maestria seu hábito de nos transportar para a mente humana, mas nesse caso é a mente de alguém que vamos odiando cada vez mais. Creio que isso acaba tornando o livro não empolgante, ainda mais com descrições tão detalhadas de ambientes.
As discussões formam o ponto mais interessante do livro: o que é a beleza? Podemos alcançá-la? O que é mais importante, o conhecimento ou a ação?
Acredito que no fundo o protagonista seja um exagero daquilo que todos nós somos um pouquinho, e por isso ele vai ficando cada vez mais feio de se acompanhar.
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Marcos606 24/03/2023

Um relato fictício do incêndio real de um templo de Kyoto por um acólito budista perturbado em 1950, o romance reflete as preocupações de Mishima com a beleza e a morte. O narrador, Mizoguchi, um jovem acólito zen, está alienado do mundo ao seu redor; nascido fisicamente pouco atraente e frágil e em uma pobreza desoladora, ele gagueja muito e se mantém distante dos outros.

A maestria de Mishima em construir a patologia do personagem principal, Mizoguchi, levanta questões perturbadoras sobre dependência emocional, alienação, o valor da arte e da herança e o papel que as experiências e traumas da infância desempenham na distorção do comportamento adulto.

Foi a ostentação do edifício, a inveja de sua adoração pelo público ou um capricho destrutivo na mente de um acólito mergulhado na doutrina, mas forçado a viver no presente material que trouxe o piromaníaco nele?
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Karina599 24/11/2022

??
Bom, a história é interessante, mas o livro é muito parado, demorei muito pra terminar a leitura. O livro tem uma escrita impecável, o autor descreve o cenário com muitos detalhes, vc realmente imagina o pavilhão, mas achei um pouco cansativo e de fato não me prendeu. Só terminei pela qualidade da escrita.
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aline203 11/06/2022

instigante
acho que o livro é sobre o feio e o bonito.

e como a beleza é encantadora (no melhor e pior sentido) e como o feio precisa driblar muitos obstáculos pra conseguir o que quer... é um livro muito interessante, vale a pena ler.

dei nota 3,5 pois precisei de uma certa concentração especial pq muitas vezes ele não prende muito na leitura.
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Maiara.Alves 04/04/2022

Mishima, bom como sempre
O livro é belíssimo ao expor de maneira crua o aumento gradual da perturbação mental do protagonista, que resulta na destruição daquilo que ele considera mais belo. Interessante também por nos mostrar uma pequena parte da cultura japonesa dos meados do século passado.

A escrita do autor é preciosa. Os personagens são sólidos. As aflições do protagonista são expostas até o fundo da alma.
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Juliana 26/02/2022

Um passeio pela Beleza
É incrível a maneira como Yukio Mishima pinta quadros com suas palavras. A cada página de O Pavilhão Dourado não somente sabemos mais da história do personagem principal, mas também somos convidados a imaginar as mais complexas imagens.
Para além disso, recomendaria este livro para todos aqueles que não se contentam com histórias superficiais e gostariam de ler um livro de aborda temas não tão comuns.
Definitivamente a obra entrou para a minha lista de favoritos, me fazendo sentir a necessidade de ler outros livros de Mishima.
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Sérgio 26/12/2021

Um jogo de contradições, ilusões e desilusões que se espelham, se mesclam e se confundem. A realidade é um pano de fundo móvel, tangível como argila no torno em contato com as mãos. Sutilezas e movimentos bruscos provocam deformações e bem pouca linearidade.

A exploração psíquica é o mote deste livro que se inicia por uma nomeação paterna. Uma lei de beleza em contradição com os valores internos e externos do personagem principal que se acha perdido no movimento estonteante de busca da vida a partir do belo, do bem e do mal.

Com uma pena de maestria o livro nos conduz por espaços vazios e preenchidos à medida certa para nos fazer querer mais. Muita coisa reluz algumas ouro outros dourados.
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Lasse_ 31/07/2021

Iconoclastia
Eis aqui um livro com apenas um personagem, ou um protagonista e seis personagens coadjuvantes, dependendo de como você olha a coisa. Escrito em tom de conversa íntima, o protagonista d'O Pavilhão Dourado é um jovem gago, aspirante a monge, cuja gagueira rendeu-lhe a alienação social e uma aguda introversão. Mizoguchi faz de sua incompreensibilidade sua personalidade, num esforço para virar o paronama social desfavorável, pelo menos em sua própria mente.

A verdade é que ele não compreende os próprios sentimentos, muito menos os de outras pessoas. Sua reclusão e constantes embates mentais sobre moralidade contribuem para uma falta de empatia patológica que culmina nas outras pessoas representando meros símbolos para si. Por isso coloco o próprio kinkaku-ji como um personagem no livro, visto que seu aparecimento é indistinguível em termos narrativos de Uiko, a jovem rebelde que só aparece na história, de fato e fora das lembranças do protagonista, no começo do livro.

Os dois representam figuras opostas na mente de Mizoguchi. De um lado a rebeldia e devassidão, do outro ascetismo e aquilo que o impede de ser um jovem normal. Esses símbolos se digladiam no seu interior, da mesma maneira que seus amigos Kashiwagi e Tsurukawa mostram-se como facetas diametralmente opostas em suas interações e filosofias de vida. Um abismo separa o puro Tsurukawa, que filtra a malícia das reflexões do protagonista, expondo a pureza que ainda há em seu interior nu aos seus olhos, e o perverso Kashiwagi, ao qual o protagonista vai recorrer para suas tentativas de incursão no hedonismo.

As duas figuras finais a serem mencionadas são o pai e o prior do templo. A primeira vez que Mizoguchi fala algo resolutamente, sem gaguejar, é quando um soldado o pergunta o que ele quer ser. Sua ambição monástica é herdada do pai, que lhe inspirou a admiração pelo pavilhão dourado desde pequeno, antes de o ver de fato. Mizoguchi nunca deixa claro o real motivo de sua aspiração, mostrando a ambiguidade principal que define seu personagem. E o prior é a autoridade religiosa que atua no seu papel de autoridade religiosa.

À medida que a narrativa avança, assistimos ao protagonista se movendo de um lado ao outro, todos os símbolos se remexendo e sua psicologia se moldando conforme suas relações com as figuras próximas se desenvolvem. Esse desenvolvimento é o ponto central da obra, cujo estilo de escrita belo e poético apresenta o dilema moral principal: "O mal é possível?". Remontando ao pensamento do próprio Mishima, temos a tradição como ponto importante de fundação de um indivíduo, representado pelo pavilhão em sua resistência às manchas do tempo, ascetismo como elevada moralidade, e o templo como a união dos dois. O mal consistiria na profanação desse símbolo milenar.

E finalmente, se você não terminou de ler este livro, recomendo que termine para evitar o spoiler que não é spoiler. Agora mesmo. Não é spoiler pois este livro é baseado num fato real, o incidente em que um homem ateou fogo de verdade no pavilhão dourado. Inspirado por esse fato, Mishima parecer ter quisto explorar os pontos psicológicos que levariam uma pessoa a um ato de loucura assim. Mizoguchi assiste aos principais pontos de apoio da sua ambição ascética se desmoronando lentamente, desde a atitude do prior até a verdade sobre Tsurukawa. Também sente uma maior e maior frustração nas suas tentativas de hedonismo ao ser impedido pelo símbolo do pavilhão, que tem vontade própria e personalidade que evolui no panorama mental do protagonista. É delicioso como seu estilo narrativo muda lentamente, de forma extremamente sutil, adquirindo um aspecto cada vez mais tenebroso e negativo, à medida que é barrado nos dois mundos que tenta adentrar. A consumação do ato final se configura como a liberação de sua alma cativa em todas as direções, um último recurso de revolta quando nada mais é possível.
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