Robinson Crusoé

Robinson Crusoé Daniel Defoe




Resenhas - Robinson Crusoé


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Rafaela 16/09/2021minha estante
Nossa, meu livro estava dividido em capítulos.


Marcos Aurélio 16/09/2021minha estante
Meu também não tinha capítulos...


Marcos Aurélio 16/09/2021minha estante
??????????????????




Coruja 13/07/2022

Após deixar a casa paterna e passar por várias aventuras e infortúnios, o marinheiro amador Robinson Crusoé naufraga na região do Caribe e termina sozinho numa ilha deserta. Ali ele vai passar os próximos vinte e oito anos buscando sobreviver em seu isolamento, até a maré da sorte virar a seu favor, o que começa quando ele salva um indígena da tribo de canibais da região, a quem dará o nome de Sexta-Feira.

Mesmo quem nunca leu o clássico de Daniel Defoe está familiarizado com esse enredo - a figura de Crusoé pertence ao imaginário coletivo e faz parte de uma longa linhagem de aventureiros em ilhas desertas. É significativo que seu nome tenha sido substantivado para batizar um inteiro gênero de narrativas sobre naufrágios e sobrevivência: são elas conhecidas como ‘robinsonadas’ (o que me faz pensar com meus botões que Perdido em Marte pode muito bem ser lido como uma espécie de robinsonada no espaço).

A primeira vez que me deparei com a história, tinha uns dez anos, numa daquelas séries de ‘clássicos para a juventude’. Ganhei uma coleção inteira de uma vizinha da minha avó - uma pessoa que não apenas me presenteou com livros, mas foi uma das primeiras com quem tive conversas literárias fora do ambiente escolar. Dona Etelvina me apresentou não apenas a um mundo inteiro de intrépidos exploradores como ao prazer de debater histórias; as tardes que passei em seu alpendre foram, de certa maneira, o protótipo das reuniões dos clubes de leitura de que participei e até das conversas que mantemos aqui no blog.

Simbad, Ben-Hur, D’Artagnan e seus mosqueteiros, Robin Hood, Gulliver, Marco Polo, Capitão Nemo, Phileas Fogg… todos eles eu descobri naqueles livros. E me apaixonei pelo gênero, por esses personagens de espírito audacioso, com a quebra dos parâmetros heroicos que eu conhecia de devorar mitologia. Nenhum desses personagens seguia as regras estabelecidas, lançando-se no desconhecido com um arrojo que eu achava inspirador.

Mais de vinte anos se passaram entre a leitura ingênua sedenta de aventuras e a releitura mais atenta que fiz recentemente (justamente por causa de um dos debates do clube) - e o foco da atenção se deslocou completamente das façanhas físicas para a jornada espiritual e filosófica com que Crusoé se defronta em seu longo isolamento. Não é surpresa, considerando o contexto de estarmos, nós mesmos, saindo de um período de confinamento (ainda com cuidados e ressabios).

Robinson Crusoé é, a princípio, a figura típica do ‘filho pródigo’, que sai de casa contra a vontade dos pais e passa por mil e uma provações até passar por uma conversão, crendo na Providência Divina. Mas, ao contrário do bom filho que a casa torna - arrependido e com todas as lições aprendidas - Crusoé é o triunfo do homem que faz a si mesmo, um personagem integral do mito individualista moderno.

Publicado em 1719, a obra de Defoe é considerada por muitos o primeiro romance realista - e o primeiro romance inglês. O crítico Ian Watt, em A ascensão do romance, considera Defoe, com Richardson e Fielding, os pais do romance como gênero narrativo - termo, aliás, que só se consagrou no final do século XVIII (“novel” em inglês, vez que “romance” tem outro significado. Em português, “romance” abarca as duas definições e, por vezes, complica a explicação…). Caracterizam esse novo gênero o realismo (com uma costura de fatos descritivos que por vezes se torna bem cansativa ao leitor contemporâneo) e enredos não derivados de outras histórias (mitologia, folclore e outras fontes que sempre serviram de base ao teatro Shakespeariano, por exemplo; ou a sátira de Cervantes, que se constrói em cima do conhecimento do leitor das regras dos romances de cavalaria).

Esse realismo, na análise de Watt, não se demonstra apenas na forma como a vida é apresentada, com ações, enumerações, fatos que reconhecemos do cotidiano; mas na maneira como a narrativa apresenta protagonistas que se acercam da realidade numa análise filosófica, algo que, como em Robinson Crusoé, bebe muito das teorias de Locke e Hobbes. Os romances realistas têm enredos inteiramente inventados - ou parcialmente inspirados em incidentes da época - com protagonistas que estão constantemente contando e recontando a disponibilidade de recursos, costurando fatos na tentativa de levar leitor e personagem a uma resolução empírica.

Cá entre nós, a repetição que deriva desse aspecto nem sempre funciona para nossa sensibilidade moderna. Mas, à época em que o livro foi publicado, essa forma nova de contar histórias conquistou o público de tal forma que pode-se falar que Robinson Crusoé foi um dos primeiros best-sellers da História. Com um protagonista autossuficiente, capaz de disciplina, trabalho duro, sacrifício e temperado por uma nascente consciência religiosa, não é de se espantar seu sucesso, especialmente entre os puritanos.

É claro que Defoe não está sozinho e é difícil eleger um único livro para inaugurar todo o gênero do romance/novel - há sempre uma árvore genealógica literária em que um autor deve tanto a outro, subindo até nossos mitos mais antigos. Mas Crusoé tem sua importância histórico-literária na forma como bebe de valores burgueses, dá protagonismo a uma classe média em ascensão e retrata muito bem a engrenagem do capitalismo mercantilista que começava a dominar o sistema mundial.

Nesse aspecto, e voltando a Watt, o crítico coloca Crusoé como um mito do individualismo moderno, em específico, um individualismo econômico, com sua quase obsessão por recibos e contratos (mesmo na ilha, quando ela deixa de ser tão deserta) e constantes lances de contabilidade. É, aliás, característica de todos os protagonistas de Defoe a busca por ganhos financeiros e mobilidade social (lembrando que a possibilidade de mobilidade social lícita, dependente do trabalho do indivíduo, era algo bem recente então).

Então, aventura, jornada espiritual e filosófica, materialismo capitalista… o que mais Robinson Crusoé tem a nos apresentar para reflexão?

Durante as décadas que passa cultivando sua ilha solitária, Crusoé parece ansiar por companhia… mas o que realmente deseja é um escravo. Quando suas preces são respondidas e um ‘selvagem’ lhe cai em mãos, ele não pergunta o nome do rapaz, batizando-o rapidamente de Sexta-feira; tampouco dá ao novo companheiro seu próprio nome, mas ensina entre as primeiras palavras que permitirão a comunicação dos dois que quer ser chamado de ‘amo’. Seu nome próprio é privilégio que reserva aos papagaios em vez do ser humano. Quando outros vêm dar as suas praias - espanhóis católicos - ele os chama de súditos.

Não é algo de se surpreender, considerando as desventuras do náufrago desde o início do livro. Mesmo tendo sido escravo na costa africana e fugido com a ajuda do garoto Xury, ele pouco hesita em vender o rapazote quando a oportunidade surge, só se arrependendo na medida em que percebe os usos que poderia ter feito do garoto se esse o tivesse acompanhado a ilha. Quando chega ao Brasil e se vê à frente de um engenho, Crusoé se torna ele mesmo senhor de escravos. Foi, aliás, numa expedição para conseguir mais mão-de-obra para vender aos vizinhos que terminou isolado em sua ilha.

A verdade é que no isolamento da ilha, Crusoé se revela mais humano, seja no gênio de reinventar a civilização com as poucas ferramentas que tem; seja na busca por forças e resolução num plano mais espiritual. Em sociedade, contudo, ele pouco se importa com quem quer que seja além dele mesmo. Ele se isola, não apenas pela experiência da ilha, mas por seu senso de superioridade cultural que o torna um garoto-propaganda sob medida do imperialismo colonial britânico.

Eu meio que esperava algo do tipo nessa releitura, mas foi um choque perceber o quão diferente foi a leitura de Robinson Crusoé hoje da que fiz quando criança. Vinte anos atrás, empolgava-me a aventura. Agora, a mesma história incomoda e faz questionar. E não faço a menor ideia de onde tirei a noção de que Crusoé e Sexta-feira seriam os antecedentes da amizade de Frodo e Sam, pois existe muito pouco de amizade entre o senhor da ilha e seu criado resgatado.

Não tenho como deixar de comparar Crusoé ao grupo de náufragos aéreos de A Ilha Misteriosa, de Jules Verne, com enorme vantagem para os ilhados do francês. Bem verdade, Verne leva para sua ilha um grupo inteiro de exilados, com experiências de vida bem diferentes, em vez de um único exemplar da raça humana - mas tanto nos lances aventurescos, quanto na engenhosidade e no espírito fraternal, eles superam o isolacionista inglês.

Enfim, Robinson Crusoé é uma obra interessante para contextualizar e debater, tendo seu lugar e importância no cânone. É um tipo de narrativa diferente da que estamos acostumados hoje, mais lenta, mais descritiva, e mais polêmica também. Compreender a sociedade em que a história nasceu - uma sociedade da qual Crusoé é um representante fiel - deve andar de mãos dadas com a leitura crítica aos conceitos e instituições que eram aceitos então.

site: https://owlsroof.blogspot.com/2022/07/robinson-crusoe-e-o-mito-do.html
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Wagner Fernandes 29/01/2023

Um clássico da aventura que inspirou outro clássico
Fechando a Maratona dos Clássicos de 2023.
Estamos em 1650. O jovem Robinson se rebela contra os pais e parte num navio como grumete, viaja por vários lugares, sofre naufrágios e ataque de piratas, enfrenta canibais, é resgatado por um capitão português que se torna seu grande amigo e Robinson vira fazendeiro no Brasil. Precisando de escravos, parte para a África, onde um naufrágio o deixa como único sobrevivente numa ilha em companhia de um cachorro. E ali vive por anos... (Tem horas que seria bom ir para uma ilha deserta. Imagine poder levar uns 500 livros e passar anos lendo!) rs
Mas, falando do livro, o Brasil é destaque na história, sendo muitas vezes citado. Conhecemos alguns costumes aqui no século 17.
Ao longo da narrativa conhecemos Sexta-Feira, o personagem que me fazia lembrar dessa história quando criança. Mas eu não lembrava do que se tratava a trama, apenas que era a história de um náufrago. Afinal, tem tantas versões e variações de "Robinson Crusoé"! "A família Robinson" era uma série onde uma família sofreu um naufrágio e vivia numa ilha; "Perdidos no Espaço" conta as aventuras de uma família Robinson cuja espaçonave se perde no espaço e fica "naufragada" num planeta. O próprio "O Náufrago", de Tom Hanks, também deriva do livro original. Interessante como uma única história pode gerar inúmeras outras.
Levando em conta a época em que foi publicado (1719), é um livro revolucionário na literatura de aventura. 60 anos antes da Revolução Francesa, 57 anos antes da Independência Norte-Americana... Isso faz tempo! Foi há 304 anos que Robinson Crusoé estreou sua aventura nas páginas da imprensa. Robert Louis Stevenson potencializou o gênero da aventura no mar (piratas, ilhas, etc) com "A ilha do tesouro", publicado mais de 160 anos depois de Crusoé. Não se pode avaliar uma obra por nossos padrões atuais. Seria tolice. Mas este é um livro digno de figurar entre os clássicos por sua inovação. Claro, pode parecer um pouco lento para nós que nos acostumamos com a ação cinematográfica, a adrenalina hollywoodiana, mas a leitura ainda é prazerosa. E vale a pena essa viagem.
Nota 4,0.
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Guilherme.Oliveira 25/02/2022

Ótima a narrativa e cativante ver todo o emprenho de Crusoé em manter-se por quase 3 décadas em uma ilha. Construindo morada, explorando o local e se defendendo.
O livro fala também sobre resiliência e adaptação...mas...

A relação de Robinson com o Sexta-feira é um pouco incômoda. Alguns pontos que havia ganhado comigo no decorrer da narrativa se perderam em sua postura com o nativo.

É compreensível pelo momento histórico e ano quando a obra foi escrita, mas, não deixa de incomodar. Mas vale a leitura...
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Lala 18/01/2022

Diferente do que eu esperava
Primeiramente, eu estranhei muito o livro no início, é uma escrita muito diferente do que eu estou acostumada a ler, talvez pelo estilo da época. Parece documental, as descrições quase não tem metáforas, parece um catálogo na maioria das vezes e isso me travou bastante na leitura. A forma de relatar fatos tbm é bem diferente,um tanto mecânica, eu diria. Não é aquela prosa que você devora, sabe.
Não gostei da primeira parte do livro, achei muito massante e o fato de não ter capítulos só deixa mais tenso ainda.
Já da segunda parte, o diário, gostei. Tem momentos muito envolventes, principalmente quando o Robinson tem que se esconder dos canibais ou quando ele encontra Sexta-Feira. Em vários momentos a aventura brinca com a nossa imaginação e nos perguntamos o que faríamos na situação do Robinson.
Uma coisa que me incomodou foi a forma com que a escravidão é tratada no livro. Ele foi escrito no século 18, então tem muita coisa que o leitor de hoje olha e fala "Mano...!". O livro seria 200% melhor se Sexta-Feira e Robinson fossem tratados como amigos iguais e não como criado e amo, só dizendooo!
O final também foi meio estranho. Tava indo pra acabar e aí vem uns plot meio nada ver e uns momentos que quebraram bastante o ritmo.
Apesar disso, o livro tem muitas reflexões interessantes, sobre teologia, a natureza humana, os nosso sentimentos. Achei isso bem legal. É interessante acompanhar o protagonista em suas angústias e conquistas, como também ver sua fé e perseverança se aflorando a todo momento.
Bem, achei a experiência diferente. Com certeza não é meu tipo de escrita e tem seus par de parte monótona, mas em vários momentos também fiquei ansiosa pra saber o que aconteceria com os personagens.
No fim, valeu a pena pra conhecer a obra, que é muito importante na literatura de língua inglesa, apesar de ter me frustrado bastante, porque eu tava esperando uma aventura super fluida e emocionante e na prática isso não acontece
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Juh 24/08/2021

"O Homem com medo, transforma-se num ser ridículo..."
Segundo Clássico que eu leio, e assim como o primeiro foi um livro muito bom, uma leitura bem discorrida e com uma escrita ótima e nada chata, diferente do que eu havia pensado.

Robinson Crusoé é uma história bem envolvente e rápida de ler, escrita de maneira simples de faz querer ficar imerso na leitura, seu personagem também é interessante e te cativa. E apesar daquela visão grande e bonita da Europa e essas coisas, continua sendo muito bom.

Robinson tem uma jornada muito interessante nessa ilha, vivendo coisas que ele nunca imaginaria e descobrindo um "novo eu" ao passar tanto tempo sozinho naquela ilha, fez coisas que nunca imaginaria e deu tudo de si para poder sobreviver. Digo que ele teve sorte do navio ter ficado lá também para que ele pudesse pegar as coisas necessárias.

Imagino se fosse eu, ou alguém de nossa época em tal situação, não sei dizer se teria a mesma habilidade de sobreviver quanto alguém daquela épica, já acostumado com isso. Mas quem sabe o que a vontade de sobreviver pode fazer a nós né.

Enfim, é um clássico muito rápido de se ler e que eu recomendaria bastante não é chato e nem parado demais.

Beijos e até mais!

OBS: Dificuldade que é fazer uma resenha de um livro de 112 páginas, credo kkkkkk
Thiago.Barros 24/08/2021minha estante
Ficou formidável sua resenha. ???


Juh 24/08/2021minha estante
Obrigada!




Murilo 18/07/2022

A escrita de Daniel Defoe é simples e bem objetiva, o que torna a leitura bem leve. No geral, é uma boa aventura, o que me incomodou no livro foi o aspecto religioso muito presente, e os conceitos morais que Defoe usou para interpretar a cultura dos povos selvagens. Pensamentos de um típico inglês do século 17 (que infelizmente não estão muito longe dos atuais).
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Amanda.Franco 02/06/2020

um livro que se trata das aventuras de um jovem rapaz e os desafios que o aguardam . Mexe muito com a nossa imaginação e foi capaz de me levar a outros mundos e pensamentos , amei muito
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Reccanello 15/03/2022

Sinopse: escrito como uma narrativa epistolar, confessional e didática, o livro é a autobiografia fictícia do personagem-título, um náufrago que passou 28 anos em uma remota ilha tropical no Novo Mundo, sobrevivendo e prosperando em meio a canibais, cativos e revoltosos antes de ser resgatado por piratas. Ao final do Século XIX era o livro ocidental com mais reimpressões, spin-offs e traduções (até mesmo para idiomas como inuíte, copta e maltês), com quase 700 versões incluindo edições infantis apenas com ilustrações; e não parece que tão cedo deixará de atrair a atenção dos leitores modernos.
===
Como todo clássico, "As aventuras de Robinson Crusoé" está naquela categoria de livros que, como disse Ítalo Calvino, nunca são lidos, mas relidos; ou que, constituindo um tesouro inexaurível aos que os leram quando bem jovens, continuam a ser a mesma coisa aos que os leem em idade mais avançada e com mais condições de apreciá-los; ou mesmo livros que mudam, a cada nova perspectiva histórica, como nós outros mudamos, e que por isso mesmo, ao nos caírem nas mãos em épocas sucessivas, fazem com que sua releitura seja um acontecimento totalmente novo. Uma narrativa que alterna momentos mais arrastados com outros extremamente interessantes e instigantes (há que se lembrar que foi lançado em 1719), é um livro bem escrito e que mexe com o imaginário e com o lado criança do leitor, que gosta de (re)inventar a própria vida longe da civilização sem ninguém para lhe dizer como viver... E, sempre, algo daquela leitura infantil permanece: ela prova que, em meio à adversidade, as pessoas podem crescer e ir à luta ou podem se desesperar e ficar num canto reclamando. Sim, a vida é injusta e nem sempre recebemos as melhores cartas. Mas o que fazer sobre isso? Robinson fez sua escolha!
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Um detalhe importante sobre o livro é que, ao que tudo indica, ele foi baseado na história real de Alexander Selkirk, um marinheiro escocês que passou quatro anos como náufrago após ser abandonado em uma ilha deserta na costa do Chile.

site: https://www.instagram.com/p/CWS2R2arE8C/
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Diego 22/12/2022

Bom
Gostei da adaptação.
Como qualquer outra, perde muito em relação ao original, mas dá para ter uma boa ideia da história.
Meu filho leu para a escola e eu aproveitei para conferir.
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juline 29/04/2023

Quanto um ser humano precisa para viver e ser feliz?
Esse livro me pegou muito. Tu acha que vai ler uma aventura clássica, e do nada começa a parar a leitura no meio pra ficar pensando kkkk esse livro dá muito pano pra manga, mas ao meu ver dá pra separar em 3 aspectos

O primeiro é a questão do propósito. Robson não se contenta em viver uma vida boa e tranquila que lhe era oferecida por seus pais. Ele queria viver aventuras, desbravar o mundo, deixar um legado - o caminho que ele encontra quando decide fugir de casa para ir para o mar.

O segundo é a sobrevivência. Sabemos nos sustentar estando completamente sozinhos, dependendo exclusivamente de si próprio? Essa questão, as tentativas e erros (e sorte) de Robson Crusoé, tomam boa parte da narrativa, e pra mim - que gosto e me interesso super por sobrevivência, natureza e aventura - foi um prato cheio de entretenimento e divagações hsush não só pelo tema, mas por ser muito sistemático tbm em todo processo. Cada parte que o livro avançava, Crusoé conquistava mais um suporte (e conforto) para a vida.

O terceiro é gradativo, e tem seu auge mais pro meio e final do livro, que é a questão do pertencimento. Do que adianta viver se não tem ninguém para compartilhar? Seja a vida, ou o trabalho, "não é bom que o homem esteja só". E dentro disso, Defoe introduz a religião e o relacionamento com Deus, e sua previdência divina. Um dos tesouros que Crusoé regata do barco naufragado, é uma bíblia, que quando começa a ler, perceber os sinais e alertas que recebeu de seus pais e de amigos (que por sinal, são bastante hsush) e assim, começa a se relacionar com o divino

Enfim, gostei demais e me surpreendi muito com a história! Não foi nada do que eu estava esperando haha só não dou 5 estrelas porque não há separação de capítulos, mas isso é só um capricho literário, porque realmente tem sentido o livro ser assim, ainda mais um do século XVIII
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Coisas de Mineira 20/01/2022

Robinson Crusoé, de Daniel Defoe, foi publicado no ano de 1719. Essa edição está muito caprichada, é ilustrada e comentada. A Editora Zahar torna possível a você, além de fazer a leitura esperada, também irá agregar diversas informações além. As notas são extremamente pertinentes e funcionam como um norte a mais nessa incrível jornada. Acompanhe comigo então um pouco mais sobre esse romance um tanto epistolar, e uma espécie de diário, mas de fato, das aventuras de Robinson Crusoé. Você ficará encantado com essa autobiografia fictícia!

A história se dá, porque nosso aventureiro naufragou. Não cheguemos à essa obra esperando verdades absolutas, ensinamentos profundos, ou qualquer tipo de epifania. Aqui, tão simplesmente, iremos descobrir o que Crusoé passou e enfrentou nesta ilha deserta. Pode ser que por alguns momentos sintamos uma linguagem um pouco mais rebuscada, ou que a narrativa não esteja tão fluída. Creio que isso faz parte do espírito do livro. Pois, o próprio narrador afirma que irá se concentrar em registrar fatos mais objetivos e importantes a partir de certo ponto. O que faz tudo mais divertido e dinâmico.

“Mas, ai de mim! Não era de admirar que estivesse enganado, pois nunca fazia nada certo. Não havia outro remédio senão persistir…”

Teremos, durante as facetas de Crusoé para sua sobrevivência, toques tanto sobrenaturais, quanto realistas. A mistura de gêneros é algo intrínseco aos acontecimentos e experiências, bem como à própria narrativa. Alexander Selkirk foi um marinheiro escocês, e a inspiração de Defoe para seu Robinson Crusoé. A fama do autor nasceu aí, uma vez que possivelmente tendo entrevistado Selkirk, e com adições de sua própria imaginação, a obra ficou tão conhecida. É isso que dá quando se escreve a respeito de um sujeito que ficou em uma ilha deserta por 28 anos…

Dessa forma, poderemos ter inúmeras aventuras explanadas por Robinson Crusoé. Ele conseguiu construir um local pra viver, e recolher alguns suprimentos de sua embarcação. Nosso protagonista encarou diversas situações inusitadas, desde a presença de canibais, piratas e até mesmo outros naufrágios. Uma visão religiosa/bíblica também pode-se ser enxergada na trama, uma vez que como o filho pródigo que deixa seu lar, Crusoé também saiu. O que era para ser uma aventura e conhecimento do mundo, foi de encontro a grandes calamidades. Outro trecho que pode ser uma analogia religiosa, é relacionado a doença de Crusoé e a personalidade bíblica Jó.

“Isso tocou meu coração um pouco, e arrancou lágrimas de meus olhos, e comecei a sentir-me abençoado que tal prodígio da natureza acontecesse em meu benefício…”

Foram mais de 20 anos sem contato com outra pessoa. Faz alguns companheiros daí em diante. E finalmente há a chance de resgate. Ao ajudarem o britânico capitão do navio a tomar posse de sua embarcação contra amotinados, os “ilhados” ganham a chance de libertamento. Crusoé contabilizou seu tempo de “cativeiro” em de passar 28 anos, 2 meses e 19 dias na ilha. As coisas mudaram na Inglaterra e ele terá uma grande surpresa a respeito de sua vida.

“Qualquer um pensaria que naquele estado de ventura eu jamais voltaria a sujeitar-me a riscos, e assim, na verdade, seria, se outras circunstâncias tivessem concorrido; mas eu havia me habituado à vida errante, não tinha família direta nem muitos parentes…”

De certo modo, podemos até acessarmos um “modo” reflexivo ao conhecer a história de vida de um homem tão solitário, que conseguiu sobreviver por tantos e tantos anos sozinho, sem qualquer interação humana – esse foi Robinson Crusoé. Lá (na ilha) ele precisou aprender a viver de outra forma. Necessitou instruir-se e reaprender maneiras de lidar com as adversidades que iam surgindo. Foram anos de certo tipo de sofrimento, de aprendizados, e de novas jeitos de encarar a realidade.

Robinson Crusoé, de Defoe, acabou por conquistar uma figura arquetípica na literatura mundial: o homem universal. Suas façanhas são conhecidas há alguns séculos, marcando e denotando acontecimentos semelhantes ou inspirados. Dificilmente alguém acostumado com a literatura ter contato com fatos semelhantes à naufrágios e ilhas desertas, e não associarem ao nosso protagonista.

Por: Carol Nery
Site: www.coisasdemineira.com/2021/12/robinson-crusoe-daniel-defoe-resenha/
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Diego Rodrigues 22/04/2021

"Minha vida assim era melhor que a vida em sociedade..."
Nascido em Londres (a data é incerta), Daniel Defoe, filho de um comerciante bem sucedido, teve uma infância abastada e cresceu em um lar devoto. Ao longo de sua vida fez de tudo um pouco: foi mercador de meias, fumo e vinho, lutou na rebelião contra o rei Jaime II, foi à falência inúmeras vezes e preso por suas dívidas, se tornou agente de Guilherme III, publicou sátiras políticas que o levaram à prisão e à tortura, foi agente secreto e jornalista político, e claro, escreveu romances. Tido como o primeiro romance realista da língua inglesa, "Robinson Crusoé" foi publicado pela primeira vez em 1719, no formato de folhetim. A obra, escrita em forma de um diário autobiográfico, relata os dias de náufrago do jovem Crusoé, "rebelde sem causa" que aos 19 anos, ignorando as súplicas da mãe e os avisos do pai, deixa o aconchego do lar e a promessa de uma vida estável para se lançar ao mar. Tempestades, piratas e feras selvagens, nada disso é o suficiente para abrandar o espírito aventureiro do jovem Crusoé, que acaba encontrando seu lugar no comércio, vindo a se tornar um próspero produtor de açúcar em terras brasileiras. Mas o pior ainda estava por vir. Em uma de suas viagens ao continente africano, o navio que transportava Crusoé vem a pique e ele, único sobrevivente entre onze, acaba sozinho em uma ilha deserta em meio a vastidão do oceano.
.
Essa parece ser uma história de aventura, certo? Mas não é! Embora os meios aos quais Crusoé recorre para garantir a sua sobrevivência na ilha sejam minuciosamente descritos, isto é, a construção de abrigo, a caça, o plantio, a domesticação de animais, a fabricação de ferramentas e utensílios, o tema central da obra é o despertar da consciência religiosa do protagonista. Isolado da sociedade e tendo a Bíblia como única leitura disponível, Crusoé mergulha em profundas reflexões sobre o homem e Deus. Afinal, sendo o único sobrevivente entre onze, teria sido ele, na situação em que estava, salvo ou condenado? Essa é a pergunta que provoca a primeira fissura nas bases religiosas do nosso náufrago. Enquanto luta contra as forças da natureza para sobreviver, Crusoé também trava uma incansável batalha interna contra seus maiores medos e os desígnios da Providência. A narrativa em formato de diário dá o tom de verossimilhança a obra e permite maior imersão no complexo psicológico do nosso protagonista, colocando o leitor bem no centro das crises psicológicas e religiosas que atormentam a mente e o espírito do pobre Crusoé.
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Essa foi mais uma daquelas leituras que acabam por se revelar totalmente diferentes daquilo que esperava, mas de uma forma positiva. Me fez lembrar de quando li "Frankenstein" esperando uma história de terror e acabei me deparando com uma obra filosófica sobre livre-arbítrio. Dessa vez, esperava uma história repleta de aventura e o que encontrei foi algo bem próximo a um romance de formação. Embora a obra tenha um forte teor religioso, ela não se limita a isso. "Robinson Crusoé" é também uma obra filosófica, bem como um romance que trata do individualismo e, ainda, um retrato do imperialismo. O tráfico de escravos, a prática do escambo, a cultura, a política e as relações entre as grandes potências que dominavam aquele século, tudo isso é trazido no contexto histórico que a obra apresenta e muito bem acompanhado de notas de rodapé que não nos deixam perder nenhum detalhe. Aliás, cabe aqui um comentário sobre essa edição da Penguin Companhia. Além das notas, o livro conta com uma rica introdução de John Richetti, professor de literatura inglesa na Universidade Columbia reconhecido como especialista na obra de Daniel Defoe, o que torna a experiência de leitura ainda mais completa, porém, essa introdução esmiúça a obra a tal ponto que contém vários spoilers, por isso recomendo que se faça a leitura do romance primeiro.
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"Robinson Crusoé" se tornou um dos livros mais lidos, traduzidos, adaptados e influentes da literatura mundial. A história do jovem Crusoé foi supostamente inspirada no episódio do náufrago Alexander Selkirk, marinheiro escocês que viveu quatro anos em uma ilha ao largo da costa chilena, no Oceano Pacífico, no início do século XVIII. Originalmente nomeada Santa Cecilia, a ilha se tornou famosa por causa do romance e posteriormente, em 1966, foi renomeada pelo governo chileno como Robinson Crusoé, uma homenagem ao célebre personagem de Defoe.

site: https://discolivro.blogspot.com/
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