Sheila 01/08/2013Resenha: "Filhos do fim do mundo" (Fábio Barreto)Por Sheila: Olá pessoas! Como estão???? Mais um livro nacional, com um tema super envolvente - e, diga-se de passagem, uma das minhas temáticas favoritas. Afinal, o título (e as primeiras páginas) já nos entregam do que ele se trata: fim dos tempos, um mundo tendo que se readaptar após algum evento pós-apocaliptico.
E o evento, neste caso, é justamente o que traz a originalidade: num determinado dia, que não nos dizem qual é, à meia noite, uma tragédia atinge a população em escala global: todos os bebês e crianças com menos de um ano de idade começam a morrer de forma totalmente inexplicável.
"Casa (...) sua mulher berrava. Ele tinha um filho, um garoto sorridente, gordinho e bonachão de nove meses de idade.
Tinha.
Sua mulher e a Enfermeira gritavam a mesma coisa.
Seu filho estava morto.
Todas as crianças da maternidade estavam mortas. Todas.
Atrás dele, o relógio marcava meia-noite e cinco minutos. A luz verde do calendário eletrônico brilhava com ar fúnebre. Eram os primeiros minutos do fim do mundo."
Em meio a caos que ameaça se insurgir, um Repórter surge, sendo destacado junto com vários de outros seus colegas para tentar descobrir o que aconteceu com o mundo - e se de fato todo ele foi atingido. Mesmo estando sua Esposa gestante, em vias de dar à luz, ele parte em uma viagem para tentar descobrir o que aconteceu. Até por que, pensando bem, esta pode ser não só a única esperança de fazer algo por seu filho, mas também pelo mundo. Afinal, não são apenas as crianças que morreram subtmente...
"O gramado estava destruido pela agitacao da multidao. Destruido e sem cor. O habitual verde brilhoso dava lugar a uma maçaroca opaca e levemente amarelada. Um dos soldados olhou para a grama, mas logo perdeu o interesse. Virou de costas e perdeu a acao quando viu pela janela da agenci bancária ... a existência de um aquario ggante; as bolhas ainda subiam pelo motr de oxigenacao mas, a prncipio, nao viu nenhum peixe. ?Vasculhou os corais e as rochas que decoravam o habitat e, por fim, encontru s ocupantes. Todos boiando na superfície. Barriga para cima. Movendo-se conforme os movimentos provocados pelo oxigenador.
Mortos."
Mais uma descoberta que vem abalar as estruturas do mundo: todas as plantas e animais com menos de um ano de vida também morrem, tão subitamente quanto as crianças, e respostas são a única coisa que ninguém parece ter para explicar o que poderia estar acontecendo para provocar este fenômeno. Seria um evento transitório, passageiro? Ou é este o fim do mundo, como era até então conhecido?
A obra é narrada em terceira pessoa e tem uma característica peculiar: nenhum dos personagens tem nome. Para Fabio Barreto o Repórter é O Repórter, a esposa dele é A Esposa, o padre da cidade é o Padre, e os personagens secundários tem seus nomes escritos com letras minúsculas. As frases são curtas e de efeito. Se Barreto queria impressionar em seu romance, realmente conseguiu, é um livro apocalíptico diferente e escrito de forma instigante.
Mas ... ou eu ando muito chata mesmo, ou os livros que ando lendo não tem conseguido me despertar o mesmo fascínio que sinto com outras obras. Por mais que a leitura de "Filhos do fim do mundo" não tenha sido maçante, também não chegou a virar um dos meus livros de cabeceira por que, mais uma vez, não consegui me identificar com os personagens, torcer por eles, acompanhá-los em cada nuance oferecida pelas palavras de tinta sobre o papel.
No entanto, espero que você cara (o) leitor (a) (escrito assim para ninguém pensar que há alguma discriminação de gênero) que já leu o livro possa se manisfestar nos comentários e nos dizer o que você achou deste livro. Abraços e até a próxima!
site:
http://www.dear-book.net/2013/07/resenha-filhos-do-fim-do-mundo-fabio.html