@heloizz_13 21/03/2024
"Ao ver a garotinha piscar os olhinhos inchados, mover a mão pequenina meio descoordenada, meu coração quase parou, e então começou a bater rápido, num tido de amor indissolúvel, imutável e incondicional, que se amalgamava com cada fibra do meu ser. Ian sentia o mesmo, eu podia ver a veneração, o instinto protetor, a ternura em seus olhos enquanto a admirava, gravando seus traços delicados na memória, esticando um dedo tímido para tocar sua bochecha gordinha.
Baixei a cabeça e pousei os lábios na testa macia e quente de minha filha.
- Bem- vinda a este mundo maluco, Nina.
Os olhos negros de Ian se ergueram e se atrelaram aos meus. Sorri para ele.
- Aposto que você estava com medo de que eu fosse chamar nossa filha de Cocada.
Ele riu e se inclinou, beijando minha testa, depois meu nariz e por fim meus lábios secos. Quando voltou a me encarar, sua expressão tinha mudado. A diversão se fora.
- Meu amor, eu... - sua voz falhou e senti que ele pretendia dizer que viveria, lutaria, morreria por mim, por nós duas se preciso, mas estava tão emocionado que não era capaz de emitir som algum.
Tudo bem, estava tudo ali, exposto naquelas íris escuras infinitas.
- Eu sei, Ian - sussurrei com a voz embargada. - Eu também amo você. "