carolinadevermelho 22/11/2021
Amo este livro
Eu demorei mais de um ano pra finalizar esta leitura, mas ainda sim, sinto vontade de reler. Porque não se esgotou na primeira, embora não tenha sido a minha primeira vez de fato, lendo esse livro, foi a primeira leitura consciente e ativa.
Eu adoro como o livro começa, durante um ato de adoração à deusa, quando Polemarco praticamente convida Sócrates sem que este tenha alguma possibilidade de reclinar o convite.
No trecho ?eu aprecio conversar com os velhos. Penso que devemos aprender com eles, pois são pessoas que nos antecederam num caminho que também iremos trilhar, para assim conhecermos como é: áspero e árduo ou tranquilo e cômodo.? Eu lembro que pensei no quanto sentia vontade de trabalhar com pessoas idosas, e agora que estou como voluntária num projeto que atua especialmente nesse contexto, eu lembrei desse trecho e de como é bom mesmo aprender com os mais velhos.
Adiante, durante o debate, Céfalo, Polemarco, Trasímaco, sem dúvida as discussões de Platão com o último me deixam mais empolgadas sobre o significado de justiça. Eu acho Trasímaco petulante, e eu mesma já tinha perdido a paciência só de ler, mas Sócrates, como sempre, nunca perde a classe e o brilhantismo nas respostas sábias.
Eu gosto muito da parte em que ele elabora com Glauco a ideia da cidade perfeita, porque me lembra A Utopia, e sem dúvidas faz sentido embora discorde de alguns pontos dentro da minha própria ignorância.
E de uma forma muito bela, assim termina A República: estaremos de acordo conosco e com os deuses, enquanto estivermos neste mundo e quando tivermos conseguido os prêmios da justiça, como os vencedores que se dirigem à assembleia para receberem os seus presentes. E seremos felizes neste mundo e ao longo da viagem de mil anos que acabamos de relatar.