Carla.Parreira 21/10/2023
A república
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Vou resumir rapidamente o que mais me atraiu na leitura. O livro diz que os filósofos entrelaçam-se a diferentes concepções:
1. O filósofo é doce com os amigos e impetuoso com os inimigos;
2. É guardião da cidade bela e boa, sendo governante da mesma;
3. Estão sempre apaixonados pelo saber que possa revelar-lhes algo existencial que não se desvirtue por ação da geração e da corrupção;
4. São sempre capazes de escolher uma boa vida no Mito de Er, pois somente ele sabe distinguir a boa da má vida, aquela que torna a alma justa daquela que a torna injusta.
Segundo diz o mito, cada homem escolhe de acordo com os hábitos da vida anterior. Um homem que viveu em uma cidade bem governada gozou de uma boa vida, mas é incapaz de escolhê-la (reconhecê-la), pois suas boas ações não têm como princípio seu próprio pensamento, mas o hábito. As melhores escolhas eram feitas por aqueles que passaram por sofrimentos, pois esses, sabendo o perigo que corriam, meditavam bastante antes de escolherem (não agiam pelo impulso mecânico do habito e, assim, ganhavam conhecimento). Entre esses estavam os filósofos; únicos capazes de sempre optar pelo bem viver. Vemos aqui um elogio do sofrimento: só ele é capaz de fazer com que os homens meditem acerca da melhor vida, fazendo-os ter o devido cuidado ao escolher a sua. A alma é dividida em partes. A parte do sentido ou linguagem (logos) deve governar tanto a parte que quer honra ou glória, responsável pelos sentimentos de cólera ou raiva, quanto também à parte dos desejos. O domínio dos prazeres corresponde ao governo da parte dos desejos. O governo do logos acontece pela determinação de um limite no que se deseja, de forma que o desejo possa ser satisfeito e realizado. Sem uma determinação, quando o homem é governado por desejos ilimitados, ele não pode ser feliz, pois deseja sem limites, não podendo, assim, concretizar o que quer. Estudando o mito de Er é possível entender que só se vive bem quando há um limite a ser alcançado, e quando se cuida de alcançá-lo. Entretanto, o corpo personifica os prazeres, dores e sentidos que tiram a alma de sua busca ao cuidado. Noutras palavras, a alma quando separada do corpo, busca a vida virtuosa. Toda a cena dramática pode ser lida como um desenho do que é filosofar. A conversa sobre a morte é a maneira que se tem de viver: de criar a realidade ?platonizando?.