Ari Phanie 27/03/2024Comovente
Não sou grande fã de livros de histórias românticas. Leio uma vez ou outra, mas normalmente me decepciono. No entanto, quando se trata de histórias de amor clássicas, quase nunca isso acontece. Mesmo quando a temática já tenha se repetido em outros livros, é quase certo que eu vá gostar. E o mais legal quando se trata de clássicos é que eu provavelmente vou curtir todas as categorias: enemies to lovers, friends to lovers, slow burning, etc. A Dama das Camélias está na categoria "amores impossíveis", e esse já foi um tema bastante batido entre autores contemporâneos com suas histórias de namorados com doenças terminais, e etc. O clássico mais conhecido nessa categoria é, sem dúvida, Romeu e Julieta. Mas felizmente, eu gostei mais da história de amor fadada ao fracasso do Dumas Filho do que do Shakespeare.
A sinopse do livro é simples: jovem fidalgote sem muita grana se apaixona por uma cortesã cara e super cobiçada. Logo de início, sem delongas, já sabemos que a história não vai ter nenhum final feliz. E eu até achei que assim era melhor, mais fácil para que não houvesse como me apegar, mas na metade da história, eu já estava tão envolvida pelo caso de Marguerite e Armand que estava torcendo para um final diferente. Claro, não há um, mas toda a trajetória é bem bonita de acompanhar. Confesso que Marguerite é muito mais interessante que Armand, que ora sim, ora não tem um ataque infantil e faz caca.
Acho que a única coisa que eu diria que falta a esse livro é ênfase na trajetória de vida da Marguerite. Há muito pouco sobre como ela chegou até ali, o que aconteceu para que ela se tornasse quem era. Foi apenas casualidade ou algo mais? Não há muitas respostas. No entanto, isso não desfavorece a história que é singela, triste e comovente. É um livro bem rápido de ler, com narrativa simples. Um livrinho para ler em tardes chuvosas e tranquilas.
"(...) sou daqueles que acreditam que o muito está no pouco. A criança é pequena, mas encerra o homem; o cérebro é estreito, mas abriga o pensamento; o olho não passa de um ponto, mas abrange léguas."