Mialle @mialleverso 03/10/2019Essa HQ é muito louca.
Sophie Bangs é uma estudante que está pesquisando sobre uma entidade que aparece através da literatura, uma tal de Promethea. Exceto que Promethea é real e vive na imaginação, um mundo formado pelos pensamentos. Sophie então se vê transformada em Promethea por sua própria mãe e agora está envolvida em um mundo novo cheio de simbolismos, entidades, demônios, magia e poder (e umas vibes filosóficas as vezes que realmente são muito loucas).
Este primeiro volume da edição definitiva de Promethea (tem mais um) é a prova de que Alan Moore tem um talento muito único, mesmo que Promethea seja uma heroína que luta contra os vilões, este não é uma HQ focada na ação, mas sim nas discussões entre Promethea e diversos outros personagens acerca da realidade, do que é sagrado, do que é real e visualmente é uma das coisas mais bonitas que já vi.
Várias cenas foram colocadas em páginas duplas, o que é estranho incialmente, mas realmente é necessário o espaço para que arte possa fluir melhor. John Williams III e Mick Gray são incríveis em cada página, eu não me recordo se já vi material de Mick Gray, mas Williams também desenhou Sandman.
As vezes é confuso, o ponto da história é realmente o aprendizado de Sophie/Promethea, que não são exatamente a mesma pessoa.
Um ponto alto é o grande número de personagens femininas que são fortes e incríveis, Promethea é passada de tempos em tempos para mulheres diferentes em geral, e se transformam de acordo com a imaginação delas mesmas ou de quem as imaginou como tal e isso trás para a história diversas outras versões da heroína, de acordo com a época e local em que foram criadas.
Promethea também não é tão fácil: diálogos longos com teor filosófico não são para todo mundo e eu tive que voltar algumas vezes para não me perder. Ainda assim, Promethea é uma experiência literária e visual que vale muito a pena e preciso recomendar fortemente se você gosta de HQs, Alan Moore é uma recomendação por si só.