spoiler visualizarMurilo 21/03/2013
A cidade do vento e a pedra filosofal
Century é uma série enigmática que vai ganhando a curiosidade do leitor a cada página. Você tenta imaginar no índice o que o nome dos capítulos podem te revelar. Porém, pela terceira vez, percebe que o segredo só irá se revelar, no próximo livro.
Com um começo bem melhor do que o anterior (A Estrela de Pedra), os amigos tentam se unir na cidade-luz para descobrir a terceira parte de um segredo centenário. Logo na chegada, o sequestro de Harvey surpreende, já que normalmente, os outros ocorreram no meio do livro, e não no começo. Contudo, o salvamento feito por Zoe acontece rapidamente e de forma esquisita. Até mesmo quando eu consegui terminar o livro, não entendi nitidamente o papel dessa nova personagem. Manipuladora se fingindo de falsa no começo, revelando segredos desnecessários para o lado do bem no meio e morrendo de forma inútil no final, sem deixar maiores explicações sobre ser uma das quatro guardiãs de Century.
Em compensação, outra personagem nova ganha destaque e sai uma perfeita vilã, que espero rever no último volume da saga. Madame Cybele com seu jeito frio e persuasivo lembrou Dolores Umbridge em Harry Potter. Para ser sincero, o livro em si recordou HP - a cobra Marcel e Nagini, o alquimista misterioso Nicolau Flamell (que até Sheng diz ser da saga de bruxos), trens e escritores dentro dele (J.K. idealizou a série dentro de um vagão, assim como P.D. faz referências próprias em Fernando).
E no livro, os mistérios aumentam: a função do pião arco-íris, os dois novos piões do crânio e coração, o véu de Ísis, o envolvimento dos pais das crianças cada vez mais na história, etc...
Porém, outros fatores ficaram pendentes: A história de Zoe comprar todos os perfumes da mãe de Mistral, os olhos de Sheng e o guardião do Louvre, a traição de Jacob e a revelação do segredo para o chinês, tantas coisas estranhas que poderiam ser explicadas de um jeito melhor.
E as cenas de ação não chegaram aos pés das do segundo livro. "O balão" e "a queda" foram capítulos confusos, só se a pessoa conhecesse Paris ajudaria no entendimento. Ao menos, o dossiê colorido no centro do livro auxiliou um pouco.
Em suma, o livro tem um começo mais dinâmico do que o resto do seu conteúdo, mas vale a pena ler e esperar o último dos quatro exemplares, para enfim descobrir o legado do século.