Trópico de Câncer

Trópico de Câncer Henry Miller




Resenhas - Trópico de Câncer


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Xiu 02/03/2017

Confira o post no blog https://bettymedisse.wordpress.com/2017/02/01/desafio-literario-janeiro-2017/
Trópico de Câncer se passa em Paris durante os anos 1930 (período entre guerras), em que o próprio autor narra em primeira pessoa suas (des)venturas de desemprego e vida boêmia, mesclando seus devaneios e pensamentos aos acontecimentos. Henry Miller conta de uma maneira autobiográfica, situações em seu cotidiano, entre elas, suas relações amorosas e sexuais.

O romance não obedece uma sequência linear, citando apenas ocasiões estendidas pelos boulevards da cidade, pensões baratas, bebedeiras em cafés, ao mesmo tempo que corre para encontrar um emprego e não morrer de fome. Além de, trazer a visão de um estadunidense na modernidade parisiense, também relata o convívio com artistas e intelectuais, também miseráveis e com pouco dinheiro, além de saciar seus desejos sexuais desde com prostitutas até com mulheres ? de família ?.

Em 1934, quando o livro foi publicado, ele fora proibido em diversos países por conter conteúdo erótico. Naqueles tempos, as passagens sexuais relatadas nos livros eram consideradas ousadas, entretanto, lendo TP nos dias atuais, as citações de seus relacionamentos e o uso de palavras como de baixo calão como ?bocetas quentes? e metáforas não nos fazem crer que o livro é, de fato, tão erótico assim (comparado àqueles tempos), apesar de ter uma narrativa crua.

Em 1964, Miller vence uma batalha jurídica e finalmente TP é publicado legalmente nos Estados Unidos. Atualmente o romance não é mais proibido.

Sobre a leitura:

Como trata-se de uma literatura mais antiga, a narrativa é bem difícil de ler pela linguagem, e como a narrativa não tem uma sequência, é um tanto quanto confusa. O ritmo de leitura não flui, fiquei empacada em várias partes, e só continuei a ler por causa do desafio, se não já teria desistido antes de chegar à página 50 (se eu soubesse que podia desistir).

Vale a pena a ler?

Acredito que se você procura por um livro clássico e um marco da literatura, sim, leia!
Mas se você procura um livro para relaxar, esquecer o mundo, ou algo de fácil compreensão, não recomendo TP para uma leitura cotidiana .
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karinna adad 26/03/2016

Passado e presente
Estou na página 52 e a princípio achei que não fosse conseguir entender nada, mas com o passar das páginas fui me acostumando com o modo de escrever e com as reflexões entremeadas por descrições e eventos biográficos. E desde já percebo que é antes de tudo o relato de um tempo e de um lugar - Europa - diferente do que há no nosso imaginário, mas bem parecido com o que existe hoje.
Uma Europa que não se preocupa em fazer você se sentir acolhido e nem um deles, mas que faz questão de lembrar-lhe de que é e sempre será um estrangeiro.
"Mas é assim mesmo! Na Europa, você se acostuma a não fazer nada. Você se senta sobre a própria bunda e choraminga o dia inteiro. Você fica contaminado. Apodrece."
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SILVIA 27/01/2016

Gosto da honestidade das palavras
Minhas considerações estão no blog Reflexões e Angústias.

site: http://reflexoeseangustias.com/2015/08/11/livro-tropico-de-cancer/
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Robert 09/12/2015

"Isto não é um livro. Isto é injúria, calúnia, difamação de caráter. Isto não é um livro, no sentido comum da palavra. Não, isto é um prolongado insulto, uma cusparada na cara da Arte, um pontapé no traseiro de Deus, do Homem, do Destino, do Tempo, do Amor, da Beleza... e do que mais quiserem. Vou cantar para você, um pouco desafinado talvez, mas vou cantar. Cantarei enquanto você coaxa, dançarei sobre seu cadáver sujo..."
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Fred Fontes 02/06/2013

Arte que nasce nos esgotos de Paris
Henry Miller escreveu Trópico de Câncer no período de 1930 a 1934. Com a ajuda de Anaïs Nin, teve a obra publicada imediatamente em Paris. Contudo, só viu seu livro publicado nos Estados Unidos, sua terra Natal, em 1961, quase três décadas mais tarde.
Essa talvez seja a espera necessária para que um paradigma seja quebrado. E Miller quebrou mesmo um paradigma. Costumo dizer que meu critério para diferenciar um grande escritor de um escritor apenas popular é a inovação. É fácil reproduzir fórmulas e escrever o que já foi escrito antes. Por mais trabalhosa que seja uma eventual rearrumação de velhas frases, velhos roteiros e velhas tramas, escrever "mais do mesmo" não faz de um escritor alguém que valha a pena ser lido, e nem lembrado anos ou séculos mais tarde. Escrever algo novo, ainda que num estilo conhecido e consagrado, já permite termos diante de nós um escritor que mereça ser lido. Todavia, escrever algo novo e num estilo novo, ou ainda, escrever de uma forma considerada até então impossível, imprópria, proibida, inadmissível, é arriscar-se, é demonstrar coragem e comprometimento com a arte. Miller esperou, talvez sem pressa, o tempo necessário para que o público aprendesse, compreendesse sua arte, sua obra de arte. Aquele novo estilo teve seguidores como Charles Bukowski e Jack Kerouac.
Trópico de Câncer não é para principiantes. Nem para estômagos sensíveis. Almas não preparadas verão ali talvez apenas o relato jornalístico de uma vida mundana, crua, sangrenta, pestilenta, sifilítica. Verão também pornografia, sujeira, bebedeira e sarjetas cheias de ratos. O leitor sensível, porém, verá o surgimento de um novo gênero literário, um pós-naturalismo, um além-do-naturalismo. E vai além da bebida e do sexo.
Um de seus personagens, Van Norden, é um escritor frustrado que sonha em escrever o livro perfeito. A perfeição, no caso, seria escrever algo "absolutamente original", que não invadisse a propriedade privada de escritores anteriores, conforme ele mesmo explicava. Talvez tenha sido justamente o que Miller acabou fazendo.
A confusão com a pornografia é lugar-comum quando se fala da obra de Henry Miller, mas este, numa passagem do livro, dá sua opinião sobre o sexo. E essa opinião surpreende e contradiz a idéia geral que se tem do autor: "Enquanto estiver faltando aquela centelha de paixão, não há significação humana no ato."
Numa outra interessante passagem, fala da imunidade adquirida pelo jornalista ante as doenças do mundo, imunidade que atribui também a advogados, médicos, padres e políticos. "Esses são os charlatães que têm os dedos no pulso do mundo [...] Sentado em meu pequeno nicho, todos os venenos que o mundo solta diariamente passam por minhas mãos. Nem sequer a unha de um dedo fica manchada. Estou absolutamente imunizado."
Trópico de Câncer fala da Paris dos loucos anos 20, a mesma Paris para a qual Woody Allen sonhou poder transportar-se à meia-noite. Nem ele e nem nós estamos imunes à arte que transbordava dos esgotos da cidade-luz, e cujo perfume levou algumas décadas para ser percebido por nossas narinas.
Leitura obrigatória para quem deseja expandir seus horizontes literários.
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Tizo 26/03/2013

Visceral.
Trata-se de uma obra visceralmente auto biográfica. Narra o período em que o autor morou em Paris sob condições sub humanas, vivendo a maior parte do tempo da boa vontade de terceiros. Ao contrário de outras obras contemporâneas, o pano de fundo nos mostra uma Paris quase em tom escatológico, onde as mazelas sociais são expostas sem censuras. Temas como promiscuidade, alcoolismo, miséria, desemprego, doenças, insanidade estão muito presentes mostrando a real percepção do autor e sua situação de vida precária. O tom poético é deixado de lado e sentimos a própria cidade como um personagem humanizado deixando expostas suas feridas, seus excrementos enfim sua alma. Todos se mantém em uma constante luta pela sobrevivência, apesar do sentimento derrotista da maioria e da consciência do vazio de suas existências, a única coisa importante é manter-se no curso mesmo estando à deriva. Em outras palavras uma explosão de vida em meio ao caos e a desesperança.
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Literatura 21/12/2012

Henry Valentine Miller nasceu em 1891. Apesar de parecer Frances, por seu ar de parisiense, Miller é um americano puro-sangue nascido em Manhattan.

Aventurou-se na arte de escrever durante muito tempo. Seus livros são considerados polêmicos, já que ele não tem freio na língua e foi enquadrado na lista dos artistas com obras proibidas por ofender a moral e aos bons costumes.

Sua obra mais famosa, Tropico de Câncer, só pode ser lida e interpretada com perfeição depois de muito tempo, com olhos de uma nova geração, livre das rédeas do preconceito que aprisionou a literatura por muito tempo.

Miller se aventurou e foi viver em Paris durante um período de sua vida. Ele não tinha dinheiro e muito menos um lugar fixo como residência. Juntou-se à mendigos e prostitutas. As segundas eram suas companheiras mais presentes.

A história se passa justamente nesse período, e o protagonista é o próprio Henry, que vive perambulando pelas ruas, se embriagando e se jogando no mundo sujo do sexo. Ele ainda tem a presença de alguns amigos que aparecem frequentemente durante o livro. São eles, Carl, Van Norden, e não importa... Nem pra mim, nem pra quem vai ler e nem para ele, pois Miller conta que todos se chamavam de Joe, assim dava menos trabalho.

Veja resenha completa no site:
http://migre.me/cu99Y
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Victor José 07/12/2012

Do que li até hoje, não me lembro de nenhum autor mais honesto que Henry Miller. Tinha a escrita solta e não se apegava a enredos. Este livro é inevitavelmente ideal em algum momento da vida de quem curte uma série de páginas querendo dizer tudo ao mesmo tempo.

Altamente recomendável e também porta de entrada para a belíssima trilogia Sexus, Plexus e Nexus.

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Leonardo 25/09/2012

Eis um livro que é vítima do preconceito e de certa ignorância medieval. É verdade que usa uma linguagem que, na vida comum, podemos chamar de obscena. É verdade também que não é um romance com uma linha de rumo definida, o que torna a leitura, por vezes, algo complicada. Ou seja, não é um livro fácil, todavia não é um livro erótico, como diz a fama.

A sua natureza autobiográfica e a profundidade filosófica do enredo aproxima-o mais do existencialismo de Camus do que da literatura erótica com que tantas vezes foi conotado.

Miller escreve como pensa e como sente. Daí que a sua linguagem seja absolutamente livre. Livre como o pensamento e os instintos humanos que o comandam.

Não é também um livro divertido. Longe disso. Porque a vida de Miller nunca foi fácil nem divertida. Vagabundo em Paris, com empregos precários ou mesmo sem emprego, Miller vagueava pela vida à procura de um sentido para uma existência irremediavelmente perdida nas ruas e vielas do sofrimento.

Quase todo o enredo se desenrola em Paris (exceto uma passagem por Dijon, onde Miller foi um inenarrável professor de inglês). O encanto, o mistério e a sedução de Paris estão por todo o lado, mesmo no meio da miséria. Paris exerce uma atração fatal sobre Miller que, no entanto, vê nos parisienses os maiores obstáculos. Os outros são sempre o inferno, como afirmou Sartre.

Mau grado estes aspectos muito ligados ao existencialismo, Miller é profundamente influenciado por Dostoiévski, que cita várias vezes. A vida dele faz lembrar, por diversas vezes personagens do mestre russo, como Michkin de O Idiota. Miller é um pessimista. O tom melancólico da obra resulta da monotonia de uma vida em que o sexo, a comida e a bebida são os refúgios únicos do inferno mundano, como se fossem necessidades básicas, as únicas que poderiam tornar a vida simplesmente suportável.

Outro aspecto notável é a forma como Miller consegue exprimir os seus sentimentos e percepções de uma forma por vezes marcadamente surrealista: as reflexões confundem-se com os seus sonhos e pesadelos como na pintura de Dali.

Em suma, podemos dizer que se trata de uma obra que exige reflexão e uma leitura muito atenta. Em grande parte é uma imensa reflexão sobre a vida, o espelho de uma existência sofrida.
Não posso, no entanto, considerar este livro uma obra-prima. Falta-lhe a dimensão lúdica. Faltam-lhe os motivos de interesse que um grande romance tem de envolver. Obviamente, essa nunca foi a preocupação maior de Miller. Trata-se de uma obra marcadamente introspectiva, pelo que o prazer de ler nem sempre triunfa.
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Ricardo 22/09/2012

Pelo menos até a parte em que consegui chegar, me parece mais um ensaio filosófico sobre indecências e a podridão de tudo.Temática até interessante, mas realmente não curto ensaios filosóficos, mesmo esse livro não se encaixando exatamente nessa categoria.Pode ter sido um choque pro pessoal daquela época"certinha"(pelo menos na superfície), mas pros padrões de hoje, não tem nada demais.Não gostei, de qualquer jeito.
Talita 15/01/2013minha estante
Tirou as palavras da minha boca




Alberto 13/09/2012

O super-homem em Paris
O protagonista autobiográfico dos livros de Miller me lembra o super-homem, não o dos gibis, aquele de Nietzsche: o homem que vive e pensa acima das contravenções, que não reconhece qualquer dever, que não segue outra moralidade que não a sua própria, desprovido de piedade,capaz de amar apenas nos seus próprios termos. Não pede nem busca simpatia do leitor, é um puro Id perseguindo a qualquer preço uma felicidade que sabe que não alcançará. Mesmo quando passa fome e frio, e mendiga, e se sujeita a trabalhos infames para sobreviver, ele é sempre uma besta sadia e alegre, um vampiro de almas, a percorrer a Paris dos anos loucos roubando fragmentos das vidas alheias para converter em literatura. Para o vampiro de Miller não há pessoas, só personagens, a serem retratados e depois esquecidos. As pessoas com que cruza são apenas fontes de alimento, abrigo, prazer carnal e histórias para contar.
Você pode odiar o vampiro nietzschiano de Miller, ou amá-lo, mas não é possível ficar indiferente a ele.
A obra é construída como uma colagem de microcontos, luminosos estudos de personagens. Em certos trechos Miller em quatro linhas constrói um personagem vivo, vívido, consistente. Quase todos são patéticos. O humor é sempre negro. E o mais surpreendente é que, tudo pesado, peneirado e refletido, o que salta aos olhos é que esse vampiro sente pelos seus personagens uma profunda piedade.
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Jeffer 20/08/2012

o melhor d henry miller é anaïs nin
http://www.jefferson.blog.br/2012/08/o-melhor-de-henry-miller-e-anais-nin.html
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del Monte 21/06/2012

MILLER E SEU TRÓPICO DE CÂNCER
Muito cuidado ao ter nas mãos “Trópico de Câncer”, a obra prima de Henry Miller, pois o que terá em sua frente não é um livro, mas uma bomba. Suas letras não denunciam apenas o autor, ou o mundo moderno, ou a condição ou esperança humana, mas denuncia também quem as lê, de modo que a bomba em suas mãos pode explodir dentro ou fora de sua cabeça.

A narrativa em primeira pessoa se desenrola na Paris boêmia do início do século XX, onde as prioridades da vida são o sexo e a arte, e assim, junto com o personagem, o leitor rola na cama das meretrizes baratas, dorme nas pensões em deplorável estado, passa fome com os artistas e se embriaga nas tabernas imundas. Mas com a liberdade de se viver na boemia, começa a haver na cabeça do autor, do personagem e do leitor, que andam de mãos dadas o tempo todo, a total desilusão da vida e de tudo que ela é composta ao abrir os olhos para a realidade. A humanidade parece de repente carente de algo que sequer conhece ou que pode, se alcançado, decepcionar.

“. No meridiano do tempo não há justiça: há apenas a poesia do movimento criando a ilusão de verdade e drama. Se a qualquer momento e em qualquer lugar encararmos frente a frente o absoluto, desaparece aquela grande simpatia que fez homens como Gautama e Jesus parecerem divinos”

“Trópico de Câncer” foi publicado pela primeira vez em 1934 e logo foi acusado de pornográfico e obsceno, ficando proibido nos EUA até o ano de 1961. Hoje, sua leitura, apesar de permitida, ainda causa certo desconforto e náusea, é como receber, sem esperar, uma pancada na consciência que deixará seqüelas até o fim da vida.


completo em:
devaneios-ounao.blogspot.com
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danielgdo 11/01/2012

Autobiografia muito boa, tratando de forma muito crua Paris. Leitura que prende do ínicio ao fim, entre divagações filosóficas da condição humana. tratando o ser humano como um objeto e um animal.
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