Toda poesia

Toda poesia Paulo Leminski




Resenhas - Toda Poesia


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valquiriarochaa 14/01/2015

Muitos grifos, algumas fotos, umas vezes no instagram. :)
Minto se disser que gostei de todos os poemas. De alguns discordei e muitos não entendi.
Mas o que ficou para mim foram aqueles que mexeram com meus sentimentos. Compreensão, dúvida, admiração, estranheza... Leminski não me fez suspirar o tempo todo, e isso é ótimo. Cada verso a ser lido era sempre uma surpresa. O que sentiria? O que me causaria? Quantas vezes eu leria?

A incerteza do que o próximo poema traria motivava cada momento de leitura.

Livro lido que merece ser sempre relido.
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Naty 30/01/2015

Interessante. Apresenta rimas e idéias bem planejadas.
Esse livro apresenta várias poesias interessantes com rimas fantásticas, mas não vou deixar de dizer que certas poesias não faziam muito sentido e algumas eram meio que bestas.
Realmente gostei desse livro, mas não totalmente e só de algumas das poesias em questão por isso dei somente três estrelas.
Acho que ler esse livro é interessante, pois a poesia vem de dentro de cada um, então, nada posso dize contra ela e seu conteúdo.
O autor é realmente muito bom, mas para mim algumas de suas poesia não conseguiram atingir o objetivo em mim.
A poesia é particular de cada um, então, depende de como cada um vê a sociedade, seu interior e outras coisas.
Em resumo, esse livro é bom, mas em tanto para mim.
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15/10/2015

Esperei muito tempo até ler Toda Poesia e o grande motivo disso foi o alto preço do livro. Embora fosse uma enorme coletânea de poesias de Paulo Leminski com uma super diagramação, o alerta do valor salgado (quase R$50,00) sempre soava na minha cabeça e eu acabava postergando a compra.
Até que um dia ele entrou em promoção! Aí vi a chance perfeita para adquiri-lo e, finalmente, matar a minha curiosidade. E só tenho uma coisa a dizer: minhas expectativas não só foram atendidas, como também superadas! As poesias de Paulo são leves e muito divertidas de se ler.

Sem começar qualquer verso com letra maiúscula ou fazer uso de qualquer pontuação, a leitura pode parecer um pouco estranha no começo. Afinal, são pouquíssimos os textos que possuem título, então acabamos nos perdendo um pouco, tentando imaginar se aquela estrofe faz parte da composição anterior ou se já é uma outra proposta.
Mas, uma vez superada essa confusão, a leitura flui rapidamente. O livro é dividido em diversas partes, cada uma delas reunindo os textos de Leminski que, anteriormente, foram publicados em outros títulos separadamente. São diversos livros dentro de um único livro. E o editor teve o maior cuidado de nos avisar ao início de cada novo segmento. As notas são bem explicativas e vão contando um pouco da história do Paulo ao longo das páginas.

Algo que eu simplesmente amei durante a leitura foi a simplicidade dos versos do autor. A rima estava sempre presente e a sacada era tão singela, mas, ao mesmo tempo, tão fantástica, que tornava-se muito especial. Apesar de muito prática e rápida, eu quis prolongar o máximo que pude o virar das páginas, aproveitar um pouco de cada vez.
Depois de ter ouvido falar tão bem de Paulo Leminski, posso dizer que eu finalmente encontrei um poeta brasileiro, arrisco-me até a considerá-lo um "clássico", que seja divertido de ler, próprio para todos os momentos, sem nunca cansar ou ficar monótono. Seja pela diagramação diferente ou pelo conteúdo simples, porém expressivo, Toda Poesia é aquele tipo de livro que desejamos pegar novamente para ler o tempo todo!

A capa é minimalista, mas chamativa: um tom de laranja fluorescente, o bigode que era marca do autor e que, inclusive, está na foto dele na orelha da contracapa. Tudo aponta para o que nos aguarda na parte de dentro: nada de complicações, apenas divertimento. Muitas pessoas dão seus depoimentos ao longo dos segmentos e falam de Paulo Leminski com muito carinho. De uma forma, senti-me parte da história dele, como se ele ainda estivesse entre nós, pronto para produzir novas poesias.
A edição da Companhia das Letras está demais de caprichada, com uma diagramação impecável e visualmente de encher os olhos, antes mesmo de conferirmos o conteúdo dos versos. São vários poemas escritos de maneiras diferentes, com fontes maiores ou menores, cursivas ou quadradas, em linhas ou círculos; a verdade é que cada livro é uma surpresa.

Se você não é muito fã de poesia ou prefere ler uma coletânea dessas com calma, Toda Poesia é mais do que recomendado! Com textos simples, reflexivos e fáceis de ler, você passa pelas páginas sem sequer perceber. Esse é o tipo de poesia que eu indicaria sem medo para qualquer pessoa. Impossível não gostar de uma rima divertida e de ideias que te fazem pensar. Minha espera pela compra valeu à pena e Paulo Leminski rapidamente entrou para o rol de autores favoritos e que, com certeza, prestarei mais atenção daqui para frente, procurando conhecer ainda mais sobre sua vida e obra. Um prato cheio para quem está na dúvida quanto ao que ler, para quem não sabe por onde começar no mundo das poesias, para quem deseja uma leitura de cabeceira para toda hora.

site: http://www.onlythestrong-survive.com.br/2014/09/resenha-toda-poesia-paulo-leminski.html
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Livro e Neblina 31/01/2016

[Livro] Toda Poesia
Bem, desde o começo do ano eu me abri totalmente à poesia, o que tem me deixado cada vez mais feliz. Não relutei em ler os poemas do Paulo em momento algum e devo dizer que os efeitos deles na minha vida me deixaram muito bem. Ele tem humor - branco e negro - e, quase sempre, dá para pescar sentidos de leveza em suas palavras. A maioria dos versos é bastante acalentadora. Encontrei-me muitas vezes em certas passagens, por exemplo, e pude "mergulhar" nos sentimentos escritos. Apesar de ele ser um homem, isso quase não fez diferença para mim, pois é muito clara a maneira leve e tranquila que o autor encarava e levava a vida.

As temáticas dos poemas são bastantes variadas. Toda Poesia é dividido de acordo com a ordem cronológica dos livros poéticos que Paulo Leminski já publicou (mesmo postumamente). Em quase todas as separações há uma nota do editor explicando um pouco de cada livro. Cada "parte" não agrega um só tema, o que dá muita dinâmica à leitura. Você pode ler algo triste numa página e, logo em seguida, algo que te faz rir. Então, o livro não cansa o leitor em momento algum.




O que me agradou bastante é a forma como os poemas são escritos: não há uma fórmula. Não há rimas em todos (na verdade, a maioria não tem) e poucos seguem aquela forma tradicional que vemos por aí (bastantes estrofes com bastantes versos). A maioria é composta por haikais, de modo que dá pra imaginar que o livro abriga, facilmente, mais de mil poemas (j-u-r-o!). Outra coisa que não se baseia em fórmulas é a questão dos títulos: a minoria deles é titulada. Eu tive um pouco de problemas com isso, pois confesso que gosto de títulos. Mas, como a leitura é muita fluída e agradável, quando havia, percebi que até mesmo acabava pulando de ler a titulação. Cada poema é separado do seguinte a partir de uma marquinha no papel, que se parece muito com uma mancha de tinta (o que achei muito especial e criativo, acho que captou bastante quem era o autor, por exemplo). Toda Poesia traz muitos estrangeirismos e, inclusive, muitos poemas são escritos em outras línguas (latim, francês e inglês). Neologismos são muito vistos no decorrer da leitura, como também a sinestesia.

A partir dos poemas, dá para entender que Paulo Leminski era um homem muito culto. Ele consegue passar quase todos os estilos poéticos nesse livro, e as partes que abarcam o estilo concreto são as mais interessantes de serem lidas. O concretismo foi um estilo muito forte na época em que Paulo começou a escrever e dá para ter uma ideia da veia vanguadista dele, que, como todo o livro, não segue fórmula alguma. Cada poema concreto é diferente do outro, às vezes, dispõe apenas uma palavra, ou um jogo de palavras - e o leitor que se vire para tirar daquilo o que quiser.








O melhor de Toda Poesia é rememorar a vida do escritor a partir de sua obra. A apresentação fica por conta da Alice Ruiz S, que foi casada com Paulo, e que é bastante mencionada em alguns poemas.
“Este livro é antes de tudo uma vida inteira de poesia. Uma vida totalmente dedicada ao fazer poético. Curta, é verdade, mas intensa, profícua e original” – Alice Ruiz S.
Ao final, pessoas que tiveram contato com o autor dão declarações sobre a relevância da poesia de Paulo, sobre a relação que mantinham e quanto sentem a falta dele. Alice Ruiz volta a ter a palavra em uma parte e o próprio Paulo Leminski tem um espaço (que foi retirado da introdução de um livro dele já publicado). O trecho que mais conseguiu transmitir toda a infinitude da poesia do Leminski foi justamente esse, achei-o perfeito:
“O poeta que aqui se lê, a exemplo dos faraós, construiu uma obra capaz de continuar falando, por si só, como as pirâmides, e transcender mesmo no deserto a aridez da mesmice da nossa finitude. E essa vida que se mostra, se despe e se despede nos deixa com gosto de mais vida e muito, muito mais poesia, de um jeito tal que, tenho certeza, ainda vai haver poesia um dia” – Alice Ruiz S.
Impossível, para quem gosta de poesia, não amar este livro. Eu estou com muita dor no coração por ter de devolver o exemplar que peguei. Espero, em breve, poder comprar um só para mim, pois sei que sentirei muita saudade de alguns versos do escritor.




















site: http://www.livroeneblina.com/2015/09/livro-toda-poesia.html
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Dardânia 22/02/2016

Toda poesia
"Antes que a tarde amanheça
e a noite vire dia
põe poesia no café
e café na poesia"

É tudo o que eu tenho para te dizer para convencê-lo a ler "Toda poesia" de Leminski!
Toda poesia realmente engloba tudo o que se pode transformar em poesia, amor, saudade, tristeza, pássaros e até mesmo uma boa xícara de café.
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Paloma 29/04/2016

Gostei
Eu estava muito focada em poesia, e eu adorei a leitura, levei duas semanas para ler tudo atentamente. Meu pai havia me dado, mas pediu de volta... acho que não vou devolver haha
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Anderson.Oliveira 25/06/2016

Ótimo
Leitura leve e que me trouxe uma paz e momentos de graça.
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Renato 27/08/2016

Leminski
Na minha estante de poucos livros, Toda Poesia de Leminski está marcado como "lendo" desde a primeira poesia lida. Leminski é inesgotável. Uma única poesia de Leminski é inesgotável. Os poemas me surpreendem pela complexidade travestida de aparente simplicidade.
Um livro para continuar na prateleira "lendo" por muito tempo.
Maria tereza 18/01/2017minha estante
Bem isso.




Gabi 03/09/2016

Leminski
"existe um planeta
perdido numa dobra
do sistema solar
aí é fácil confundir
sorrir com chorar
difícil é distinguir
esse planeta de sonhar."
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 09/09/2016

Paulo Leminski - Toda poesia
Editora Companhia das Letras - 424 páginas - Lançamento 27/02/2013.

O múltiplo Paulo Leminski (1944 - 1989) que foi poeta, romancista, tradutor e compositor (além de faixa preta de judô) deixou um grande vazio na poesia contemporânea brasileira. Como bem definiu outro grande poeta e tradutor, Haroldo de Campos (1929 - 2003), em texto publicado na primeira edição de "Caprichos e relaxos", resgatado agora como um dos apêndices desta antologia, Leminski que é o "polilingue paroquiano cósmico ou caboclo polaco-paranaense soube, muito precocemente, deglutir o pau-brasil oswaldiano e educar-se na pedra filosofal da poesia concreta". Isso significa que ele herdou a tradição da poesia erudita e participou ativamente na formação de uma geração influenciada pelo movimento concretista, que tinha no próprio Haroldo de Campos um dos seus fundadores, chegando até o movimento da poesia marginal ou de mimeógrafo, tão representativa da cultura pop dos anos setenta. O texto abaixo de José Miguel Wisnik resume muito bem esse encontro entre o clássico e o revolucionário na poesia de Paulo Leminski e a sua importância em nossa cultura:

"Não é fácil definir esse lugar, entre a erudição e o chamado 'desbunde', entre a disposição da informalidade existencial, no marco da contracultura dos anos de 1970, e as exigências da construção formal, que parecem polares e insolúveis. Leyla Perrone-Moisés definiu, no entanto, de modo preciso, a sua dicção poética como sendo capaz de cortar esse nó com a lâmina afiada de 'samurai-malandro', o sacador-fazedor que estiliza a instantaneidade tendo como background um largo repertório acumulado. O curitibano Leminski escancara a condição provinciana, que toma estrategicamente como congênita, sem perder de vista a poesia universal da qual é íntimo, e, ao fazê-lo, comenta a crise da poesia ao mesmo tempo que cria para si um centro decidido e esquivo, todo feito de meias-palavras inteiras. De fato, a ambição artística do 'paroquiano cósmico' assume astuciosa e sabiamente, como sua, a oscilação irônica entre a grandeza e a desimportância, entre o menor e o enorme, a pretensão e o desconfiômetro, e adere a ela no interior da própria obra. (...) Não por acaso Paulo Leminski colocou-se, em boa parte por provocação, no alvo das pendengas sobre o discutido valor literário da poesia contemporânea brasileira, de difícil canonização, como se ele fosse, dela, ao mesmo tempo o arqueiro zen e o calcanhar de Aquiles." - nota sobre leminski cancionista - José Miguel Wisnik (págs. 385 e 386)

Como nos ensina Leyla Perrone-Moisés, citada acima por Wisnik, em seu texto "leminski, o samurai malandro", publicado originalmente no suplemento cultural do Estado de S. Paulo em 1983: "A forma breve não é um valor em si; o breve pode ser apenas pouco. Ter ouvido a lição da poesia concreta também não é garantia de concretizar poesia. Quando o jogo de palavras é só graçola, não cola." Enfim, tanta teoria não faz justiça à poesia de Leminski que fala por si mesma e está mais viva do que nunca, principalmente na forma de seus grandes "pequenos" poemas muito famosos em compartilhamentos nas redes sociais devido à sua aparente simplicidade. Digo aparente porque, em nossos tempos de primazia da irrelevância e tirania da superficialidade da informação, ficamos de repente surpreendidos quando na enxurrada de bobagens da nossa linha do tempo diária aparecem certos diamantes que nos pegam de surpresa, assim como um golpe preciso de espada de samurai.

De "caprichos e relaxos" - polonaises (pág. 70)
(Editora Brasiliense - 1983)

Um passarinho
volta pra árvore
que não mais existe

meu pensamento
voa até você
só pra ficar triste

De "distraídos venceremos" (pág. 228)
(Editora Brasiliense - 1987)

Incenso fosse música

Isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além

De O ex-estranho (pág. 329)
(Livro póstumo - Editora Iluminuras - 1996)

Invernáculo

Esta língua não é minha,
qualquer um percebe.
Quando o sentido caminha,
a palavra permanece.
Quem sabe mal digo mentiras,
vai ver que só minto verdades.
Assim me falo, eu, mínima,
quem sabe, eu sinto, mal sabe.
Esta não é minha língua.
A língua que eu falo trava
uma canção longínqua,
a voz, além, nem palavra.
O dialeto que se usa
à margem esquerda da frase,
eis a fala que me lusa,
eu, meio, eu dentro, eu, quase.

Esta antologia passa por toda a produção de Paulo Leminski (inclusive as edições póstumas), iniciando no hoje raro "quarenta clics em curitiba" (1976) e seguindo cronologicamente com: "caprichos e relaxos" (1983), "distraídos venceremos" (1987), "la vie en close" (1991), "o ex-estranho" (1996), "winterverno" (2001) e alguns poemas ainda inéditos incluídos na última parte como "poemas esparsos". A apresentação é da poeta Alice Ruiz S que foi sua companheira dele por duas décadas, posfácio do crítico e compositor José Miguel Wisnik e apêndice com textos de Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés.
Thiago 11/09/2016minha estante
Ótima resenha meu caro.


Alexandre Kovacs / Mundo de K 12/09/2016minha estante
Obrigado Thiago!




Milena @albumdeleitura 08/11/2016

Toda Poesia
Nascido em Curitiba, Paulo Leminski foi poeta, romancista, tradutor, compositor, biógrafo e ensaísta.

Confesso que a leitura desse livro foi o meu primeiro contato com o autor. Ganhei de presente de uma amiga já há algum tempo, mas acabei me identificando mais com poesia esse ano, por isso resolvi lê-lo só agora.

Toda Poesia é um presente aos leitores, pois é a primeira obra que reúne as poesias já publicadas pelo autor, inclusive, postumamente.

A temática dos poemas é bastante variada, o que agrega valor e dinâmica à leitura, pois se lemos algo triste em um primeiro momento, em outro lemos algo alegre. Encontrei-me em diversas passagens e acredito que cada leitor conseguirá se envolver à sua maneira.

e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós

Os poemas são curtos e carregados de sensibilidade. A leitura é rápida e fluida. Nunca havia lido poesia em outros idiomas e, essa experiência foi simplesmente incrível, mediante à qualidade da escrita de Leminski.

nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé

certezas o vento leva
só dúvidas continuam de pé

site: https://albumdeleitura.blogspot.com.br/2016/11/eu-li-e-voce-64.html
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wesley.moreiradeandrade 11/01/2017

Paulo Leminski é um dos poetas brasileiros mais pop do século passado. Tem seus versos frequentemente citado pelas redes sociais, sua antologia de poemas, Toda Poesia, publicada pela Companhia das Letras, foi um grande sucesso de vendas que apenas demonstra o apelo popular deste artista curitibano que marcou a poesia brasileira contemporânea com humor, concisão e um domínio com as palavras que ora flertavam com a aparente simplicidade, ora com a erudição e o alto domínio do fazer poético.
Toda Poesia reúne todos os trabalhos de Lemisnki publicados em vida e alguns textos inéditos, organizados por sua esposa Alice Ruiz, além disso, traz textos escritos por José Miguel Wisnik, Caetano Veloso, Haroldo de Campos, Wilson das Neves e a própria Alice Ruiz sobre a estilística e a poética desse escritor que morreu precocemente em decorrência de uma cirrose hepática, mas cuja voz não silenciou e os ecos ainda se escutam por aí, nunca sem perder a frequência.
A leitura de um livro de poemas é sempre um convite à releitura, é um ato que não se esgota em si, do primeiro ao último verso, ainda mais com Leminski que parece brincar e se divertir com a linguagem usando e abusando dos trocadilhos, das aliterações e assonâncias, das metáforas nunca convencionais tirando a palavra de seu estado literal para outro nível de entendimento. Além disso, Leminski foi um dos grandes divulgadores das formas breves como o haikai, texto tradicional japonês que ele dominou como poucos também.
Em meio a tanto pedantismo no meio literário, Leminski é tudo menos careta, até mesmo quando flerta com a poesia mais tradicional, incorporou a filosofia beatnik, o Tropicalismo, não se levando a sério, mas levando o seu ofício de produzir poesia com esmero, não com o peso da obrigação ou predestinação, mas com a leveza e o prazer do lidar com as palavras que isso traz.

site: https://escritoswesleymoreira.blogspot.com.br/2016/07/na-estante-62-toda-poesia-paulo-leminski.html
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Nádia 02/05/2017

#resenhapomarliterario Toda poesia
" esse súbito não ter esse estúpido querer que me leva a duvidar quando eu devia crer esse sentir-se cair quando não existe lugar aonde se possa ir esse pegar ou largar essa poesia vulgar que não me deixa mentir"
.
Terminei o livro semana passada porém o apêndice só hj li. É um autor realmente muito bom e eu não havia lido nenhuma obra ainda. Sem demagogia, com amor e humor, talento e lucidez, Leminski vai abrindo caminhos na selva selvagem da linguagem. Destila tudo com sabedoria, e suas gotas de poesia são colírio para nossos olhos poluídos. Eu simplesmente amei. O livro é uma coletânea com poemas já publicados em obras anteriores. Recomendo!

site: https://www.instagram.com/p/gOki3Wmv17/?taken-by=pomarliterario
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