Aggretsuko0 11/10/2022
e o animalismo que ia ter, não teve?
Ai gente...
É triste a vida do proletariado, mas mais triste ainda é o proletariado enganado achando que trabalha para ele mesmo.
Esse livro é ao mesmo tempo, revoltante, angustiante, triste e atemporal. Como os pobres animais foram enganados de forma tão ultrajante? Simples: uma mistura de desiformação com alienação e uma pitada de discórdia com imaginação. O líder porco faz o uso do mesmo poder que foi usado no outro livro do mesmo autor (1984): o tempo. O tempo cura tudo, apaga as mágoas e, ao mesmo tempo, as memórias. Distorcendo fatos e criando inimigos imaginários ele fez os animais brigarem entre si e causou um caos que enfraqueceu o "povo", conduzindo ao medo, gerando na figura do líder, um ser de confiança para lutar contra as adversidades. Somando isso com o sentimento de comunidade e o patriotismo reforçado, temos uma ditadura mascarada de socialismo. É isso que o livro quer nos mostrar/alertar, em forma de fábula e o que podemos tirar como lição é que: educação é importante, mas não é tudo. Você pode saber ler, como Benjamin, mas pode não ter força de vontade para buscar mudanças. Você pode ter força de vontade, como o Boxer, mas sem educação para refletir e argumentar, você fará o seu máximo sem atingir os seus objetivos de forma satisfatória.
Enfim, é difícil refletir sobre tudo isso e chegar numa conclusão concreta, mas que pelo menos tiremos dessa estória (que nos lembra muito os dias atuais) que nada é o que parece e que o senso crítico, somando a informação e a coragem nos desviará da cegueira e da desinformação do que nos cerca.