Kate.Chitarrelli 30/08/2023
O quão humano pode ser um monstro?
?(?) não consigo mais ver o mundo como via antes, achando que as histórias de maldade e injustiça eram contos imaginários. Às vezes os humanos me parecem monstros, sedentos de sangue uns dos outros. ?
?Lembre-se, eu seria o seu Adão, mas me tornei um anjo caído, a quem você negou a alegria. Por todo lado eu vejo a felicidade, que me é negada. Eu era bom, mas a desgraça fez de mim um demônio. Torne-me feliz e eu serei outra vez virtuoso.?
Devo começar essa resenha citando um aprendizado que um ótimo professor de letras um dia me passou: não se conhece uma obra sem conhecer seu autor, assim como também não se conhece um autor sem conhecer sua obra.
É imprescindível que para a leitura e completa compreensão de Frankenstein o leitor conheça a história de Mary Shelley. Pesquise profundamente e veja filmes sobre ela. Admito que apenas depois que fiz isso, o conto do Monstro de Frankenstein me atingiu completamente.
Sinceramente não sei colocar em palavras o sentimento e o entendimento gigantesco que eu tive com Frankenstein. As atitudes de Victor mostram o quão volátil o homem pode ser, odiando com tanta força a própria criação, agindo com tanto egoísmo e se mostrando tão mesquinho que quando penso muito no assunto, meu estômago se contorce.
Um dos aspectos que eu mais gostei no livro foi a completa manipulação de narrativa, uma vez que quando se lê o livro pela perspectiva de Victor, é quase inevitável odiar o Monstro, mas quando essa visão é ao contrário, o efeito é automaticamente reverso.
Frankenstein é um livro para aqueles que alguma vez na vida já se sentiram isolados ou a margem de algo. De todas as minhas leituras, acho que nunca vi algo tão cru e ainda sim tão fantástico.