MeninoJupiter 30/05/2014
[Resenha] Herdeiro da Nevoa - Fabrício Medeiros
Resenha postada no blog: http://medeirosfabricio.blogspot.com.br/2014/05/resenha-o-herdeiro-da-nevoa-raquel-pagno.html
Primeira impressão do livro: O Herdeiro da Névoa meio que foi uma quebra no meu regime de leitura. Há quase dois meses eu não lia um livro realmente interessante o qual me arrastasse para dentro dele. Quando a autora me disse que o havia enviado, todo dia eu ia no rastreamento para ver se já estava quase chegando. Até que o livro chegou.
Como sempre gosto de fazer, vou passar para vocês algumas informações físicas do livro.
- Capa: A capa de "O Herdeiro" é totalmente linda. Ela é simples, no aspecto físico não tem nada de mais, é sem laminação e sem relevo, só impressa. Possui orelhas, uma em branco, e na outra uma "bio" da autora. Em síntese, a imagem da capa é uma especia de wallpaper de Paris, onde obviamente se passa a história. A torre Eiffel estampa a parte da frente da capa, onde com fontes marcantes e simples vem estampado o titulo do livro. (Adorei a escolha das fontes, que se não em engano é a "High Tower"). Por fim, o subtitulo que só me fez sentido no fim do livro e pelo qual me apaixonei, vem impresso em letras menores por baixo do título: O Que você faria se descobrisse que sua vida inteira não passou de uma mentira?
- Miolo: Assim como a capa o miolo do livro é bem simples, uma diagramação bem leve, e que se assentou bem ao livro, de forma que a leitura fluiu melhor. Sem muitos detalhes, a diagramação cumpre seu papel. Amo diagramações com desenhos e tudo mais, porém em O Herdeiro, não fez muita falta. Foram poucos os erros que achei no livro, em geral a revisão e diagramação ficou muito boa. O livro foi impresso em Polén Soft, confesso que dou muito valor ao livro quando ele vem em Polén, primeiro que o livro fica mais bonito, e a leitura mais confortável, e segundo que o Polén é um papel mais grosso, o que deixa o livro maior, e ao livros grandes.
Opinião de leitor: Então, o livro me encantou, de verdade. Foi um livro simples, escrita bem suave, mas com um suspense que me fez levantar hipóteses jamais imaginadas. Eu quis sequestrar a autora e obrigá-la a me contar o fim do livro (uma vez que amo spoilers, kkk). A história começa bem lenta, cheguei até a pensar que seria sempre assim, meio que por ser um tanto "clichê" essa coisa de troca de identidade, meio comum já, e previsível, uma vez que o que sempre acontece é a mesma coisa. Só que não foi bem assim, foi tudo se envolvendo, e se misturando pontos se ligando e se desligando, de forma que todas as hipóteses que eu criei caíram e se ergueram novas. A cada nova página algo novo aparecia e minhas ideias mudavam. Isso foi o mais bacana, essa teia de acontecimentos interligados. Fiquei com medo em certas partes, principalmente quando o lado mais sombrio da história se ressalta, os mocinhos se tornam vilões e os vilões se tornam mocinhos, mas logo tudo se altera de novo, e você não consegue parar até saber a real verdade.
Eu me lancei de cabeça no romance Roux e Chloé. E meu Deus! É tudo incrível.
Quando o álcool se apossava do meu sangue, vertendo abundante em minhas veias, despertava em mim uma ambição que eu não tinha quando estava sóbrio; o desejo de correr o mundo, derrubar as fronteiras e colocá-las aos meus pés. Tinha a nítida sensação de que era invencível, que conseguiria tudo o que desejasse, fosse um advogado excelente para o mundo, um amante irresistível para Chloé, um amigo inseparável para Stephen.
Opinião geral do livro: O Romance de Raquel Pagno, é um romance que avaliado num conjunto é quase que irresistivel. É fácil dizer que um livro prende o leitor do começo ao fim, isso é óbvio, aliás posso me ver preso a um livro de várias formas, estas que podem ser por prazer, ou por obrigação. Na minha leitura de "O Herdeiro da Névoa" eu me vi preso numa obrigação, a obrigação de desvendar aquele mistério. O livro traz um mistério que te absorve e te transporta para outro mundo, para uma paris palpável, num inverno o qual você sente na pela. Não sei se a autora já esteve em Paris, mas com o livro, você pode dizer que já esteve lá, tanto que as ruelas, as lojas e os pontos são todos familiares. O livro é de uma escrita quase que impecável, em 1ª (não é lá a minha favorita, mas...) e sobretudo no passado.
O enredo: É impossível não se envolver na trama do livro. Como eu frisei umas mil vezes anteriormente, há todo um mistério a ser desvendado. Afinal, o que realmente aconteceu com a família Roux? Desde o prólogo o mistério se ergue até culminar no fim do livro, numa única carta. O Livro conta como Inácio Vaz, de uma forma inexplicável é confundido em Paris, mais precisamente na Sobornne, com o último herdeiro Roux. A partir dai, persuadido pelo amigo, Stephen, que em Paris busca por uma história digna de ser escrita, ele assume a personalidade de François Roux. No entanto, além dos imóveis e da fortuna, Inácio, ao assumir o posto do verdadeiro François que jaz desaparecido no mundo, ele tem que conviver como o principal suspeito no assassinato de Chloé Champoudry. Confuso, Inácio não compreende, dado que Chloé, fora a mulher pela qual, ao apaixonar-se à primeira vista, trocou o curso de advocacia, para estar junto dela. Para completar essa história confusa, mas tão transparente, o clichê na verdade não é clichê. Começasse a história, como eu disse antes, com aquela ideia de que é só mais uma troca de identidade, mas que no fim o verdadeiro vem e retorna ao seu posto, mas com esse livro, se você o lê com essa ideia, você se decepciona, pois é completamente paradoxo. Suas ideias são quebradas a cada novo capitulo, você lê um capitulo e já tem aquela ideia de que tal personagem é o mocinho e aquele outro o vilão, mas na inocência sem saber que no próximo capitulo tudo acaba se tornando o contrário do que você imaginou. Super indico! Além do mais, é um livro que te instiga, te assusta, e te confunde. Você cria suas reais explicações quando de repente você vê que só a magia pode explicar o que está acontecendo, sendo que na verdade, é tudo simples.
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