Flora.Dantas 30/05/2022
Uma baita obra!
?Último dia de um condenado?, que apesar do nome do título ser esse, a novela relata as seis últimas semanas de um homem sentenciado à pena de morte.
A França do séc. XIX, como já sabemos, tratava a pena de morte de forma banal, algo costumeiro, um verdadeiro espetáculo para o público francês ?apreciar? em plena praça pública. Victor Hugo, com toda a sua eloquência e técnica, assistindo injuriado a essa situação em tempo real, escreveu, através dessa obra, um apelo político e social sobre como a pena de morte ia além de uma atrocidade. Para ele, a morte com data marcada estraçalhava e asfixiava aos poucos a alma de um condenado, era uma morte lenta, silenciosa. E mesmo concordando que os crimes pesados eram justos de punição, o escritor francês entendia que tal brutalidade não ajudava em nada a combater a criminalidade.
Victor Hugo não queria criar um caso isolado com essa obra, de tal maneira que o nome e o crime do condenado não foram informados. O que o escritor queria, na verdade, através desse manifesto, era uma defesa universal para ser aplicada em todos os casos, independente dos condenados e dos crimes, por questões de humanidade e princípios.
Essa é uma daquelas leituras ricas, curtas, porém esmagadoras e que te fará refletir sobre a pena de morte, que mesmo a nossa constituição afirmando que não haverá perna de morte, salvo em caso de guerra declarada, é um tema bastante discutido em nosso país.