O Último Dia de um Condenado é uns dos livros primordiais para entender o pensamento social de Victor Hugo, defendendo os direitos humanos sendo peremptoriamente contra a pena capital.
Como Gente Pobre é para Crime e Castigo de Dostoiévski, este livro é para Os Miseráveis, isto é, O Último Dia de um Condenado é um livro que encontramos um "rascunho" da história de Jean Valjean desde o roubo do pão até suas idas e vindas das galés e as gírias que ele vai aperfeiçoar em sua obra prima, entre outros assuntos também vemos as aflições de uma pessoa, aliás, de uma alma, como só Hugo sabe transcrever, em agonia ao pé do cadafalso.
Um livro que em primeiro momento era um desabafo, pois Victor Hugo não queria ficar em silêncio, ou seja, consentindo com o que estava acontecendo em praça pública, que no entanto ao escrevê-lo, foi mais ousado e quis não só expor sua indignação, mas, outrossim, impedir que a pena de morte continuasse.
"A guilhotina é a concreção da lei, chama-se vingança, não é neutra nem permite que se fique neutro.(...) - Não imaginava que aquilo fosse tão monstruoso! É um erro absorver-se tanto pela lei divina a ponto de não se dar conta da lei humana. A morte só pertence a Deus! Com que direito os homens põem a mão nessa coisa desconhecida?" – Os Miseráveis