O Silmarillion

O Silmarillion J. R. R. Tolkien




Resenhas - O Silmarillion


1245 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Andreia Santana 07/09/2010

A origem do mundo em uma canção de amor e ciúme
O Silmarillion reúne novelas e contos que explicam e definem as origens de Arda (a Terra Média), mais precisamente a criação, a primeira e segunda eras e o comecinho da terceira. Seguindo uma lógica narrativa, seria uma espécie de abre alas para a saga de O Senhor dos Anéis (essa toda ambientada na terceira era de Arda), embora as histórias que o compõem tenham sido escritas, abandonadas, retomadas e reescritas pelo autor em diversas ocasiões diferentes no decorrer dos anos.

Iniciado por volta de 1925, como um conjunto de esboços dentro do projeto maior de J.R.R.Tolkien de criar uma mitologia nova a partir de antigas tradições, só virou livro na década de 70, quando Christopher Tolkien, filho do autor, reuniu e, – na medida da necessidade para criar uma narrativa coesa – remodelou (editou, mais precisamente) alguns dos textos do pai, tornando as partes dispersas em um todo com sentido e encadeamento. Há quem reclame das interferências do herdeiro na obra de Tolkien. Prefiro acreditar que as pistas para a publicação póstuma de muitas obras, o próprio pai deixou nos cadernos e outros rascunhos a lápis que antes de ser artigo raro disputado pelo mercado editorial, constituem-se em um fascinante acervo que demonstra o processo criativo de um gênio.

A ideia inicial de O Silmarillion remonta a 1917, quando Tolkien servia ao exército durante a I Guerra. A tentativa de publicação inicial só viria após o sucesso de O Hobbit (a novelinha fascinante que ele escreveu para entreter os filhos pequenos), mas a editora do escritor rejeitou o trabalho por considerá-lo sombrio e muito apegado à tradição celta. Em si, a ideia de O Silmarillion não é mesmo tão inédita quanto seria a de O Hobbit, por exemplo. Cinco, seis mil anos antes de Tolkien existir, diversos povos antigos explicavam a origem do mundo a partir de uma grande canção dos deuses. Mas o escritor foi mais além e com o Ainulindalë (a música dos ainur – capítulo de abertura), tornou a música palpável, dotada de uma poesia de carne, osso e sonho. No caso desse autor em particular, por mais etéreo que seja um sonho, é sempre denso a ponto de sentirmos na ponta dos dedos. O “mundo que é”, ou seja, esse aqui onde levamos nossas existências, nasceu de uma grande orquestração divina, em que cada nota, até as dissonantes, são indispensáveis. Pena que os editores do escritor não tenham percebido isso na época.

A metáfora da música como mito de origem da humanidade e da própria vida é de uma poesia e um lirismo só compreensíveis aos que ainda se permitem atentar para os sons ao redor, desde o arrulhar de um pássaro ao marulhar das águas de um córrego. Em tempos de tanta cacofonia, tornamo-nos cada vez mais surdos para a sutileza da “música dos ainur” e é aí que O Silmarillion, embora fale de deuses, elfos e homens, e mesmo com sua inconfundível marca celta, mantém-se tão atual 85 anos depois de seus primeiros esboços.

Nova mitologia, crenças antigas - O que o autor propõe é o resgate e a recriação dos mitos que explicam nossa existência. Herdados desde muito antes do florescimento da civilização greco-romana, mas consolidada a partir daí no Ocidente. Sem esquecer lógico, as contribuições de todos os povos nórdicos, anglo-saxões, celtas (olha eles aqui de novo) e muitos outros que se misturaram no caldeirão cultural do qual o próprio autor fazia parte. Desde que o homem aprendeu a contar histórias, utiliza narrativas de amor, ódio, encontros e desencantos, disputas de poder, vaidade, heroísmo e abnegação para atribuir sentido a si mesmo e ao ambiente em redor. O que Tolkien faz é estabelecer as próprias regras e a partir de elementos ancestrais de uma cultura, cria um mundo próprio, povoado de metáforas e encantos.

Profundo estudioso da cultura britânica, linguista e filólogo, é inegável a erudição do autor nas novelas e contos que compõem O Silmarillion – e em todas as obras anteriores e posteriores -, mas o que fascina é que todo esse conhecimento está misturado a uma capacidade de contar histórias como se ouvíssemos uma voz muito antiga e cálida embalando nosso sono.

Em termos de densidade e dramaticidade, O Silmarillion não fica atrás de outras obras de Tolkien. É um livro trágico, épico e grandioso, como bem manda a tradição dos mitos e lendas antigos e das novelas de cavalaria medievais. Quando existe, a redenção só chega á custo de muito sacrifício, uma referência tanto a religiosidade do autor quanto ao contexto histórico em que ele viveu. E aqui, essa religiosidade vem tanto da herança “pagã” dos celtas, quanto da cristianização da Europa. Não há como fugir dessa tradição, principalmente porque a produção dele se concentra no começo do século XX, mais precisamente no período entre as duas grandes guerras, onde provações, heroísmo, descrença e apego ao divino, por mais que sejam sentimentos opostos, conviviam juntos no mesmo imaginário coletivo.

Medieval e sombrio - Dividido em cinco partes, O Silmarillion cobre desde a criação do mundo, até a chegada dos filhos primogênitos (os elfos) à Terra Média, o ciúme destes para com os filhos mais novos (os humanos), as guerras entre elfos e humanos, que remodelaram a Terra Média e abriram caminho para os acontecimentos que vemos em O Senhor dos Anéis, a queda das cidades élficas e a separação (ruptura) entre o mundo humano e o divino. Neste conjunto, destaque para as baladas românticas - que remetem ao cancioneiro medieval - de Beren e Luthien e Turim Turambar (esta última publicada também nos Contos Inacabados e em separado, em versão ampliada, em Os Filhos de Hurín).

A maior parte da obra é justamente a novela sobre as silmarills, de onde o livro retira seu nome. O Quenta Silmarillion mostra a criação das pedras mágicas, a partir das árvores de luz de Valinor (a terra dos valar, dos deuses) e o rastro de sangue que elas deixam ao serem cobiçadas por elfos, humanos e criaturas da escuridão. O livro termina na transição entre o fim da segunda era e o começo da terceira, com a forja dos anéis de poder e a dominação de Sauron, o segundo senhor do escuro e ex-discípulo de Morgoth, o valar que, por ciúmes, se bandeou para o lado das trevas, numa alusão inegável a Lúcifer, o anjo caído que, também por inveja, introduz o mal no mundo e nos corações humanos.
Alana ! 09/09/2010minha estante
lindo!


Andreia Santana 11/09/2010minha estante
Obrigada, Alana :)


Tonych 12/09/2010minha estante
Bravo!


Andreia Santana 15/09/2010minha estante
Grata, Tonych :)


Gabi Pescarolo 15/02/2011minha estante
Parabéns pra vc, que resenha QUE-RI-DA! Boas leituras, muitos livros de VI-DA!


Andreia Santana 26/02/2011minha estante
Oi Gabi, obrigada pelo incentivo :)


José 11/03/2012minha estante
Parabéns pela sua resenha, fantástica.


Andreia Santana 11/03/2012minha estante
Obrigada, Alana :)


Rapha 19/09/2013minha estante
Parabéns, a partir de resenhas como estas podemos perceber quando alguém realmente entendeu o livro, mas nunca devemos subestimar O Silmarillion, pois cada vez que leio sempre percebo algo novo. :D


vinicius 18/10/2020minha estante
Que resenha linda! Parabéns pelo texto e por traduzir tão bem a grandeza desse livro e da obra do Tolkien!!


Andreia Santana 18/10/2020minha estante
Obrigada, Vini :)


Susana.Costa 15/01/2022minha estante
Amei este livro


Andreia Santana 15/01/2022minha estante
É uma excelente leitura mesmo. Um dos meus favoritos


Susana.Costa 18/01/2022minha estante
Também dos meus favoritos


Luciana.FAtima 10/03/2022minha estante
Que esplendor de exposição! Obrigada por isso! Livro maravilhoso é necessário para quem gosta de fantasia


Andreia Santana 10/03/2022minha estante
Obrigada, Luciana ?


Darklinne 04/05/2022minha estante
Da muito gosto de ler uma resenha dessa! Simplesmente apaixonada. ? parabéns.


Andreia Santana 04/05/2022minha estante
Obrigada, Darklinne?


Lucas Rebeque Machado 25/10/2022minha estante
Quem dera eu fazer uma resenha dessas ahahahahha Parabéns


Andreia Santana 25/10/2022minha estante
Comece a praticar e já já estará fazendo várias. Obrigada ?


Carolina 04/01/2023minha estante
Como faço pra ler?


Andreia Santana 04/01/2023minha estante
Para ler O Silmarillion tem disponível em ebook e livro físico na Amazon e em outros market places na internet, mas não sei o preço atual, o meu está comprado desde antes de postar a resenha aqui. Já pra ler a resenha, basta clicar no texto acima de todos os comentários. Espero ter ajudado!


NatAlia 15/10/2023minha estante
Que resenha é essa?? Muito obrigada, você me ajudou muito!!!?


Fagner 23/06/2024minha estante
Acabei de descobrir a origem dos Orcs! ?


Rodrigo1185 30/06/2024minha estante
Incrível. Resenha ao nível da obra!


Brendon33 09/07/2024minha estante
Ótima resenha




Leticia.Liesenfeld 02/02/2024

Apenas Frases
Assim teve início sua enorme labuta em espaços imensos e inexplorados, e em eras incontáveis e esquecidas, até que nas Profundezas do Tempo e no meio das vastas mansões de Eä, veio a surgir à hora e o lugar em que foi criada a habitação dos Filhos de Ilúvatar. E, nessa obra, a parte principal coube a Manwë, Aulë e Ulmo; mas Melkor também estava ali desde o início e interferia em tudo o que era feito, transformando-o, se conseguisse, de modo que satisfizesse seus próprios desejos e objetivos; e ele acendia enormes fogueiras. E assim, quando a Terra ainda era jovem e repleta de energia, Melkor a cobiçou e disse aos outros Valar: Este será o meu reino; e eu o designo como meu!
Pedro 02/02/2024minha estante
Bom demais!


Leticia.Liesenfeld 03/02/2024minha estante
Iniciarei o Hobbit, ansiosa


Pedro 03/02/2024minha estante
O Hobbit será uma das minhas leituras nos próximos meses.


Leticia.Liesenfeld 04/02/2024minha estante
Todo ano faço um Desafio de Leitura com a minha irmã, esse ano será Senhor dos Anéis, leremos 6 livros.


Pedro 04/02/2024minha estante
Eu li O Silmarillion alguns anos atrás. No ano passado eu li A Sociedade do Anel. Esse ano eu tô pretendendo ler O Hobbit e os Filhos de Húrin. Ainda não sei se irei ler As Duas Torres e O Retorno do Rei nesse ano.


Pedro 04/02/2024minha estante
Ah, boa leitura pra você e sua irmã:)


Leticia.Liesenfeld 04/02/2024minha estante
Obrigada, para vc tb




Grazi Comenta 03/10/2014

A doidera mais doida que já li na vida.
É um pouco difícil resenhar esse livro, não só porque é um obra de Tolkien, o que já em si conota uma coisa complexa, mas porque é um conjunto de contos sobre a criação de Arda (a terra média) e suas Primeira e Segunda Eras.

É a obra mais velha de Tolkien, datando de 1917. A maior parte dessas histórias foi escrita à lápis e não havia sido escrito para ser livro. O filho de Tolkien, Christopher, foi quem juntou essas histórias e as remodelou para que se tornassem um livro publicável. É daí que acho que vem a minha confusão lendo esse título. Algumas das histórias não tinha um final, ou não se encontravam com as outras e meio que dá pra notar isso na leitura. Apesar de tudo, o trabalho de Christopher foi bem feito.

Enfim. O livro é dividido em 5 contos:

1. Ainulindalë - A canção dos Ainur

Conta a história da criação de Arda. No início, havia Illúvatar, a divindade suprema. Ele criou os Ainur, seres de pensamento puro e dotados do dom da música, para o fazer compania. Um dia Illúvatar pediu que os Ainur cantassem para ele sobre um tema específico e então os Ainur cantaram. A música dos Ainur não era como um canto qualquer. Era cheio de cores, sentidos e vida. Durante a canção Illúvatar adicionou mais dois temas a ela, e os Ainur preenchiam-na com sua essência. Porém houve uma distorção na música, pois Melkor começara a desenvolver pensamentos de egoísmo. Manwë, o mais forte deles, contrapôs-se a Melkor na canção, junto aos outros.
Ao fim da música Illúvatar os apresentou a concretização de sua canção: Arda, a terra média. Ele os deu a opção de ir morar lá e muitos deles foram, inclusive Melkor. Aos Ainur que foram para Arda foi dado o nome de Valar (ex: Tom Bombadil) e aos seres ''inferiores'' que os acompanharam deu-se o nome de Maiar (ex: diz-se Saruman e Gandalf).

Bom, esse é o tipo de conto que te faz pensar que o autor fumou alguns baseados antes de escrevê-lo. Se não me engano, são as primeiras 30 páginas do livro e são uma doidera só. Tem que ser muito gênio para escrever um negócio desse e ainda fazer sentido. Tolkien.

2. Valaquenta - O Relato dos Valar

Este livro conta os fatos da Primeira Era de Arda. Os Ainur, agora em sua forma corpórea como Valar, começam a construir em Arda, criando e mantendo as plantas, riachos, montanhas e etc (Dizem que Tom Bambadil e sua mulher, Fruta d'Ouro, são Valar com nomes de Yvana e Ulmo). Porém, Melkor, que já tinha pensamentos de domínio sobre Arda ressente-se por não poder tomá-la para si e começa a destruir tudo que os Valar constroem. Em resumo, O Valaquenta relata as lutas de Manwë e os Valar contra a tentativa de domínio de Melkor (Morgoth, senhor de Sauron). Conta também sobre a criação dos Primogênitos, os Primeiro Filhos de Illúvatar, e os anões.


3. Quenta Silmarillion - A História das Silmarils

Essa história fala sobre a criação de Valinor, as terra do Ocidente, onde moravam os Valar, e as terra do Oriente, onde Melkor se escondia e reinava a escuridão. É nesse conto que são criados os Eldar (os Primogênitos), os Edain (os Primeiros Homens), o despertar dos Anões e a criação das Silmarils e seu destino. As Silmarils são gemas de pedras preciosas que tem em seu interior as luzes das árvores de Valinor. Foram forjados por Feanör, filho de Finwë, o rei noldor. O primor com o qual foi feito as Silmarils era tanto que deixou Feanör louco de cobiça e Melkor com seus olhos voltados a elas. Em resumo, o Quenta Silmarillion (conto principal dessa obra) conta as tentativas de Melkor para obter as Silmarils usando de intrigas para alimentar as loucuras de Finwë.

Neste livro também é contada a história de Beren e Lúthien, de quem dizem que Aragorn e Arwën são reencarnações.



4. Akkalabêth - A Queda dos Númenor

Esse conta fala sobre a história dos Numenorianos, um povo que devido a suas sábias escolhas, foram agraciado pelos Valar com vida longa e sabedoria. Há o relato do surgimento desse povo e seu declínio e é tudo após a queda de Melkor. Eles habitavam uma ilha que não era nem Valinor, nem Terra Média.
De primeira os Numenorianos viviam em harmonia com os dizeres dos Valar, mas com o passar do tempo tornaram-se rancorosos e invejosos sobre a imortalidade e juventude dos Valar. Apagavam-se à vida mesmo depois da perda da alegria e virilidade. Começaram a enfrentar os Valar. Seu povo divide-se entre os Homens do Rei e os Elendil, fiéis aos Valar (Aragorn descende destes últimos). As escolhas do rei e as atitudes dos Elendil são as ações que influenciam a destruição de Númenor.

É nesta época (já no fim da Segunda Era) que ressurge Sauron, o servo de Melkor/Morgoth.

5. Dos Anéis de Poder e da Terceira Era

Aqui são narrados os fatos do começo da Terceira Era de Arda. Conta sobre como Sauron conseguiu ludibriar os senhores Valar, Anões e Homens para forjar os Anéis de Poder enquanto, secretamente, forjava o Um Anel. Narra também as guerras contra a investida de Sauron e como Isildur ''derrotou-o'' e apossou-se do anel. Basicamente, ele dá introdução ao Senhor dos Áneis, contando como a linhagem de reis desapareceu e como Gandalf entra na história.

Como um livro normal de Tolkien, não podia falar as notas sobre a pronúncia dos nomes de pessoas e lugares, o glossário em que se explica o que é cada lugar e quem é cada pessoa, o apêndice com o significado dos nomes em quenya e os mapas das terras citadas.

Aqui vai a minha impressão na leitura: diferente de O Hobbit, que é um delicioso conto infantil, O Silmarillion tem uma pega fortemente sombria. Como em qualquer obra de Tolkien há uma narrativa bem estruturada, complexa e densa. Definitivamente não é para qualquer um. É um livro obrigatório para os fissurados em livros épicos e contos medievais, mas se você não tiver um amor grande por elfos, hobbits, nomes complicados, e em especial, pela obra de Tolkien, nem comece. Eu desisti pelo menos umas três vezes. Gostei de todos os contos, mas achei muito difícil manter um ritmo bom de leitura, pois como já falei, fica meio confuso, não sei se pela intromissão de Christopher ou porque algumas histórias não tinham conexão antes da interferência dele. Vale fácil as cinco estrelas porque é uma das melhores histórias já escritas, sem dúvida nenhuma. Então pela qualidade no todo, não merece menos que isso. Mas, já está avisado: não é uma leitura fácil. É aí que se descobre quem realmente tem amor pela coisa (y)

Eu provavelmente falei alguma besteira nos resumos dos contos porque tem muito tempo que li :p, mas enfim, é isso aí. Curtiram?

site: www.cantaremverso.blogspot.com.br
Alice Gonzalez 07/01/2017minha estante
Uma boa dica pra quem desistiu de ler o livro é ouvir o audiobook dele. Com narração humana é fácil de acompanhar e mais emocionante.


Grazi Comenta 07/01/2017minha estante
Verdade!


Luan107 05/03/2017minha estante
Amei sua explicação srta Grazy


Grazi Comenta 05/03/2017minha estante
Que bom :D


Wueslle Thibes 15/12/2017minha estante
Muito boa resenha Grazy! Só gostaria de colocar que a origem de tom bombadil é um mistério, são 15 os Valar que deixaram Eru Ilúvatar e foram para Ëa, os únicos que ficam fora das ilhas do oeste de Valinor são Tulkas e Ulmo, o Ulmo porem é um com a água e só quando ele precisa guiar Tuor para Gondolin ele se "materializa", o outro porém é um Vala guerreiro, é ele quem afugenta Melkor antes da criação de Telperion e Laurelin. Há quem diga que o Tom Bombadil representa o "fogo secreto" que dá existência a Arda, outros dizem que ele é uma personificação da música dos Valar, incorrupta e cheia do poder de Eru, e por isso Sauron não tinha poder na região dele, no fim são todas especulações porque diz-se que ele estava na terra média desde a criação e apenas, o poder dele parece ser maior que o dos Maia, e talvez compatível ou maior que dos Valar, é uma grande incognita no meio da mitologia do Tolkien


Grazi Comenta 27/12/2017minha estante
Obrigada pelo ótimo comentário!




Vênus_Alice 11/11/2022

Silmarillion
Relata o universo de Senhor dos Anéis e Hobbit. Apresentando o início das civilizações de Elfos, Anãos e quando surgiu os Humanos. As mudanças, as guerras e os momentos em que o mal e o Sauron apareciam e destruiam, formando Eras.
Há contos e descrições lindas e profundas.

A leitura em si é um pouco cansativa, pois há muitos nomes, que são parecidos e podem confundir, alguns personagens e locais trocam de nome e geram confusão. Além disso, há trechos que são cansativos e nada fluídos.

A criação do universo em si, como o mundo vai se compondo e certos personagens é o que fazem valer a pena essa obra.
Allyne.Matos 13/11/2022minha estante
Tô sofrendo pra dar andamento nessa leitura. Eu gosto das histórias em si, mas são cansativas demais e por vezes se tornam confusas pra entender ?


Vênus_Alice 13/11/2022minha estante
eu demorei viu, levei mais de um mês, não é um livro fácil, mesmo gostando do universo e das histórias


Allyne.Matos 13/11/2022minha estante
Já tem mais de um mês que tô na luta com o livro. Eu estou lendo também A libélula no Âmbar, e apesar de ter 944 pg, é muito menos cansativo ?


Vênus_Alice 13/11/2022minha estante
kkkkkk realmente, eu me perdia muito com os nomes parecidos




Thais645 21/03/2022

Achei uma leitura muuuito devagar, bem complicada, não consegui entender quase nada pra falar verdade, poucos "contos" do livro que eu entendi, mas não vou desistir do Tolkien, me falaram que esse seria assim mesmo. Vamos ver.
Leitor_aposentado 21/03/2022minha estante
Poxa. Tava pensando em começar a ler. Já li a trilogia principal, entt tô mais acostumado com a linguagem do Tolkien. Acha que vale a pena ou vou perder meu tempo lendo?


Thais645 21/03/2022minha estante
Falam que esse a trilogia principal e o Hobbit são realmente os melhores, tô ansiosa pra começar a ler. Mas talvez você por já estar acostumado a escrita dele deve de dar melhor com o livro, acho que vale a pena tentar sim


Vitor Cano 30/07/2022minha estante
Recomendo sempre começar a ler Tolkien pelo O Hobbit e depois SDA. Silmarillion é um livro que você só consegue aproveitar depois de já ter entrado na mitologia da Terra Média.


Thais645 30/07/2022minha estante
Eu gostei bastante de Hobbit mesmo, parecia outro escritor




Lucca 28/06/2023

MAIS UMA BOA JORNADA LIDA
Confesso que este livro foi uma esplendor para mim e alguns momentos me peguei enrolando para não terminar
Não nego que histórias que contam sobre os passados daquele universo e a mitologia me atraem bastante
Tolkien faz isso magistralmente através deste livro
Contando desde da gênese até o momento em que ocorre a saga Senhor dos Anéis
Admito que pelo excesso de informação e personagem (o filho que é neto do bisneto) me fizeram me perder um pouco
Mas para aqueles que amam Senhor dos Anéis ou tem qualquer apreço por história de fantasias
Este livro é mais que essencial
RECOMENDO FORTEMENTE
ÓTIMA LEITURA
??
Bray 28/06/2023minha estante
a história desse livro é amarradinha e fechadinha? tava querendo ler, mas ouvi dizer que precisava ler os contos inacabados ou algo assim


Lucca 28/06/2023minha estante
Então amigo a história é fechada e ao mesmo tempo não é pq é uma característica do Tolkien deixar que a história se conte então você vai ver algumas lacunas, mas é pq os personagens da trama não tiverem acesso a uma informação
Fez sentido?


Bray 28/06/2023minha estante
Tlgd. Você diria que seria legal começar pelo Silmarillion antes do LOTR? Eu to com o box aqui em casa, mas se for interessante começo pelo Silmarillion haha


Lucca 28/06/2023minha estante
Oooo massa demais, mas eu te recomendaria começar pelo senhor da anéis para vc se situar no mundo de Tolkien e sentir mais ou menos se vale a pena continuar a jornada




Douglas.Braga 19/05/2019

Complexidade que impressiona
É necessário dizer que o livro possui uma trama extremamente interligada, complexa, longa, cruel, sem medo de magoar o leitor com mortes e fins trágicos. Acima de tudo, o livro é como a Bíblia do universo de Tolkien, é um relato colecionado de diversas anotações do autor, reunidas por seu filho, que expandem a história de O Hobbit e O Senhor doa Anéis e descreve com cuidado os antecedentes dessa história, com as duas primeiras eras de Arda até o final da terceira era, onde o Um Anel é destruído, o que dá origem a Quarta Era, a dos homens. Para se situar em tão complexa trama, com centenas de personagens, o livro vai e vem no tempo e conceitua essas viagens temporais para nos fazer entender. Além disso, no final do livro há um glossário, um apêndice, um mapa detalhado e uma árvore genealógica das famílias descritas, a intenção é ajudar na localização dentro da história.
Falando sobre a qualidade, é impossível que, pelo menos depois da metade do livro, você não se sinta extremamente interessado pela história, apaixonado pelos personagens, embarcado na ambientação rica e impressionante.
Para um fã das histórias de Tolkien a história emociona, encanta e arrepia com toda a explicação para tudo que o autor criou. Para um leitor qualquer isso tudo pode parecer chato, complexo demais, impossível de entender, mas se você embarcar na proposta, é impossível não aprender a admirar essa história e perceber a profundidade desse livro. conhecer os filmes e os livros que fazem parte das histórias da Terra-média é importante para aumentar os conhecimentos que estão descritos ali, entender como tudo se forma, mas é apenas um extra, um "plus", já que as histórias são extremamente interessantes por si só, escritas com uma criatividade infinita, com idiomas e mapas próprios, com uma inteligência invejável na amarração doa pontos e na criação da linha temporal da história. Vale, claro, a homenagem a Christopher Tolkien, que organizou as histórias e anotações com muita competência, criando um livro que é um relato lindo de uma das histórias de fantasia mais incríveis da humanidade e pioneira no gênero.
Dani Abram 11/08/2019minha estante
Incrível sua resenha. Excelente homenagem ao autor.


Cecilia.Alcantara 29/09/2019minha estante
Eu só li O Hobbit, mas amei muito! Você acha que eu gostaria desse livro mesmo não lendo a trilogia de O Senhor dos Anéis?


Douglas.Braga 29/03/2020minha estante
Oi Cecy, desculpa estive um pouco afastado aqui do site. Mas então, O Silmarillion eu li após ter visto os filmes de O Hobbit e O Senhor dos anéis, o livro de O Hobbit eu li depois e ainda não li O Senhor dos Anéis. Saber essas.duas história acho que amplia sim seu aproveitamento de O Silmarillion, pois é cheio de histórias novas, curiosidades, fan facts. Imagino que pra quem não conhece nada da obra do Tolkien seja mais complicado, mas sendo que você já conhece O Hobbit, acredito que consiga gostar sim do livro. Não é impossível gostar ou entender, a história de O Senhor dos Anéis (que eu conheço dos filmes) amplia e ajuda a entender O Silmarillion, que se passa antes.


Cecilia.Alcantara 30/03/2020minha estante
Obrigada por esclarecer para mim!




Ravendark 05/03/2021

Depois de duas tentativas pela Martins Fontes...
Depois de duas tentativas com a edição da Martins Fontes, finalmente consegui ler essa da Harper Collins! Foi uma das melhores leituras da minha vida! Valeu cada minuto. É livro pra ler e reler.
Marcus 12/03/2021minha estante
A edição da Martins é uma leitura mais difícil?


Ravendark 17/03/2021minha estante
Não que seja mais difícil, mas essa nova tradução da Harper é impecável, sinto que de alguma forma tudo ficou mais claro e fluido, realmente fizeram um trabalho excelente, na tradução da Martins Fontes existem vários erros, inclusive tem umas coisas meio soltas, esse problema não existe nos livros da Harper Collins, estou montando toda a coleção, e lhe digo, vale muito apena.


Marcus 17/03/2021minha estante
?? Valeu, obrigado.


Ravendark 21/03/2021minha estante
??




Danilo 24/01/2024

Fascinante!!
"O Silmarillion", ou como muitos chamam, "A Bíblia da Terra Média", é como um mergulho profundo nas entranhas do universo mitológico magnífico criado por Tolkien.
Dividido em várias histórias, desde a criação do mundo até eventos épicos envolvendo elfos, homens e anões, a obra oferece uma rica gama de personagens e acontecimentos de grande importância para seu contexto.

No entanto, essa densidade na narrativa, essa abundância de nomes e lugares, pode ser um tremendo desafio para alguns leitores. Eu particularmente tive que recorrer a alguns vídeos disponibilizados na internet no término de alguns capítulos, para melhor entendimento e reorganização das ideias (rsrsrs).

Contudo, você pode encarar como um desafio, imagine que a leitura é como escalar uma grande montanha cheia de obstáculos, mas se você chegar ao topo, vai sentir-se recompensado com uma visão deslumbrante do mundo que Tolkien criou.
A partir desse ponto compreendendo melhor a maestria linguística e criatividade do autor, com uma sensação gigantesca de compensação!

Para quem gosta do universo de "O Senhor dos Anéis", o livro oferece uma profundidade fascinante, que faz de "O Silmarillion" uma leitura enriquecedora e essencial.
Toshiko.Pri 25/01/2024minha estante
Gostei da resenha e fiquei curiosa em saber quais videos viu???


Danilo 27/01/2024minha estante
Que bom que você gostou, Pri !!
Em relação aos vídeos, estava recorrendo a um canal chamado 'Projeto Tolkien', me ajudou bastante no entendimento da genealogia e geografia da Terra Média por exemplo, super recomendo.


Toshiko.Pri 28/01/2024minha estante
Obrigada!! Vou pesquisar ?


Menozin 03/02/2024minha estante
Pretendo iniciar a leitura desde livro em breve, estou muito ansioso para começar ler




Caio Gouveia 02/04/2017

Leitura complementar
Agora todas as peças foram encaixadas desde que eu li O Hobbit e O Senhor dos Anéis.
Eu recomendo você ler O Silmarillion após ter lido esses dois anteriores, pois ao meu ver me pareceu como uma leitura complementar e se você adentrar no mundo Tolkien começando pelo Silmarillion, pode ficar perdido por não estar habituado com certos nomes e personagens.
Achei uma leitura boa, um pouco difícil por ter muitos personagens e muitos deles com nomes parecidos (ex Curunín - Saruman / Curufin - um dos filhos de Feanor) e por conta disso ter que recorrer ao glossário algumas vezes interrompendo a leitura. Mas é isso que dá você ir ler a obra de um autor com uma imaginação e genialidade tão grandes.
Uma mitologia fantástica, com vários contos separados, mas que de alguma forma se conectam entre si. Se você é fã de Tolkien, não deixe de ler esta obra!
Melissa 20/01/2018minha estante
undefined


Caio Gouveia 22/01/2018minha estante
O que você quis dizer com isso, Maetamong?


Melissa 24/01/2018minha estante
Comentário foi engano!
Fique bem, ainda não li o livro e gostei da resenha (:.


Caio Gouveia 27/01/2018minha estante
Ok, obrigado :)




Herick 26/01/2010

O Silmarillion
Para meu desespero o filho de Tolkien estava certo ao avisar no prefácio que a obra era um apanhado do que ocorrera nos dias antigos, baseado em rascunhos e anotações.
O livro todo parece muito com um grande quebra cabeças onde as peças não foram cortadas de um jeito que facilitasse ser montado.
Eventos por vezes detalhados, noutros superficiais, mas que no todo não seguiam uma linha, uma história completa.
A pior parte foi a saraivada de nomes.
Muitos, para tudo!
E não bastasse isso, as pessoas, coisas e lugares mudavam de nome a todo momento, piorando ainda mais a tentativa de entender e registrar os fatos.
Poucas histórias conseguiram prender minha atenção, no geral foram enfadonhas.
Uma pena.
Tielle | @raposaleitora 27/03/2010minha estante
nossa.. to axando a msma coisa q vc!! "/ nao ta me prendendo é muitoo nome..


Bruno Pereira 02/07/2014minha estante
Eu acho que bons livros necessitam de críticas para leitores como eu que querem se aventurar. Vim procurar resenhas justamente dessa forma. Seu comentário esclareceu muito minhas dúvidas sobre comprar ou não esse livro. Obrigado!


Pedro 03/01/2015minha estante
Ao meu ver o livro foi publicado bem depois justamente por isso,ele foi feito e organizado para pessoas que realmente gostasse mesmo deste universo criado pelo magnífico J.R.R.Tolkien. Eu mesmo terminei de ler recentemente e mesmo com tantos nomes para tudo fiz questão de anotar tudo(10 folhas de caderno) para que ao final da história eu estivesse realmente interligado as origens daquele universo espetacular,acho que quem realmente dedica tempo a uma obra como essa usufrui das inúmeras mensagens metafóricas que esse autor que jaz entre nós consegue transmitir.


fah 12/02/2015minha estante
Concordo em partes, tem muito nome e é meio que um quebra cabeças sim, mas nem por isso deixou de ser bom, não pra quem realmente gosta do Tolkien. Apesar disso, achei o livro ótimo e pretendo reler mais pra frente, com o intuito de absorver mais informações.




Sergio.Vianna 25/06/2020

A Cobiça do Homem Será a Sua Própria Ruína
Muitas pessoas me falaram coisas negativa sobre este livro. Sobre como é uma leitura pesada, até mesmo cansativa. E isso me afastou de O Silmarillion por um bom tempo. De fato, O Hobbit tem a leitura mais ?fácil? das obras do Tolkien, fluindo melhor. Já O Senhor dos Anéis eu tive alguns problemas em alguns momentos do livro.

Mas O Silmarillion para mim foi uma grande supresa. Do início ao fim, eu fui surpreendido com uma estória extremamente bem trançada, com muitas revelações e viradas incríveis dentro da trama. Sem dúvida o trabalho que melhor traduz a genialidade de seu autor. A imensa quantidade de personagens, casas, e lugares podem ser cansativas para o público geral, e se não tiver cuidado, você pode facilmente se perder ali no meio. Mas admito que para mim foi bem tranquilo, pois a estória me prendeu do início ao fim, até mais do que o próprio O Senhor dos Anéis, talvez por se tratar de um território novo, mas ao mesmo tempo cheio de similaridades.

Indico facilmente para todos que já se deixaram seduzir pela Terra-Média, e que gostariam de entender a sua criação, o surgimento de suas belas criaturas, e de todos os terrores criados pela escuridão e cobiça.
bruno ereno 28/06/2020minha estante
por indicação de alguns blogs esse é o primeiro livro do Tolkien que estou lendo. tô bem no começo e confesso que foi muito chato esse monte de personagens descritos. mas agora está fluindo.


Sergio.Vianna 28/06/2020minha estante
Realmente não é um livro fácil, principalmente se for o seu primeiro contato com o autor. Mas eu também tive dificuldade no O Senhor dos Anéis. Essas descrições absurdas estão presentes nas outras obras, a diferença desse é a quantidade surreal de personagens, e isso realmente pode atrapalhar e cansar o leitor. Mas espero que você goste do livro, e se eu puder te indicar, O Hobbit seria uma boa continuação. :)


bruno ereno 28/06/2020minha estante
isso mesmo. na sequencia lerei os filhos de húrin, o hobbit, o senhor dos anéis e finalizo em contos inacabados.




@lucassntn 06/07/2010

Sim, eu sei, J.R.R. Tolkien é o mestre da criação de mundos fantásticos e sua capacidade imaginativa parece ser ilimitada. Mas, por favor, a quantidade de descrições, fatos e personagens desnecessários nesse livro é absurda, o que tornou o livro maçante e difícil de ser acompanhado. Sabe aquela vontade irresistível de pular 20 páginas? É exatamente disso que estou falando.
Amanda 31/07/2010minha estante
A principal característica de Tolkien é justamente essa, a descrição. Para ele até a direção do vento é importante ser dita, e é isso... Essa riqueza de detalhes que torna os livros dele tão maravilhosos. A história é de difícil compreensão sim, mas não é por esse motivo. É pelo fato de haver muitos personagens, que muitas vezes são intimamente ligados.
Principalmente falando sobre os valar e sobre o grau de parentesco dos elfos... Ah, quem é Tulkas? É casado com quem? E ele faz o que mesmo... Nesses detalhes tem que ser prestado bem atenção.


*Rô Bernas 03/01/2011minha estante
Simples, rápida e objetiva...amei!!!


Alexandre.Almeida 28/09/2015minha estante
Acho que como a maioria dos leitores de Tolkien, meu primeiro livro lido foi O Hobbit, partindo, quase em seguida, para O senhor dos anéis. Na leitura de ambos os livros é possível perceber uma descrição detalhada de paisagens, personagens e personagens, tanto no quesito físico como no histórico. O Silmarillion explica a razão de tudo isso. Veja, quanto Tolkien está detalhando as floredtas, no fundo, é sobre uma importante personagem, Yavanna, de quem ele está falando. O mesmo serve para os outros elementos naturais. Não achei nenhum personagem desnecessário, será que poderia me dar algum exemplo? O Silmarillion, de fato, não é um livro simples de ser lido, mas ele incorpora grandes pilares que explicam o surgimento dos eventos da Terceira Era. O Silmarillion é a criação de tudo. Talvez alguns personagens e fatos possam parecer desnecessários porque, além da cronologia do livro não possuir foco em um único personagem, nem todos são evidenciados com o devido foco. Entretanto, devemos considerar que não é um livro terminado. Tolkien nunca terminou o Silmarillion, por isso existem lacunas.




mariioliva 03/01/2012

O Silmarillion
Livro: O Silmarillion
Autor: J. R. R. Tolkien
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 1ª edição: 1999; 4ª edição: 2009
Número de Páginas: 465 páginas, contando com os mapas

"É que da bem-aventurança e da alegria na vida há pouco a ser dito enquanto duram; assim como as obras belas e maravilhosas, enquanto perduram para que os olhos as contemplem, são registros de si mesmas; e somente quando correm perigo ou são destruídas é que se transformam em poesia."

O Silmarillion é uma das mais antigas obras de J. R. R. Tolkien, escrito “em cadernos velhíssimos que remontam a 1917” (texto da contra-capa). Foi publicado pela primeira vez quatro anos após sua morte em 1977, por seu filho, Christopher Tolkien. O livro descreve acontecimentos da Primeira Era da Terra-média e é compreendido em cinco partes: Ainulindalë, Valaquenta, Quenta Silmarillion, Akallabêth, e Dos Anéis do Poder e da Terceira Era.


O Ainunlidalë, ou A Música dos Ainur, conta a história da criação do universo e da terra, ou Ëa, por Ilúvatar, ou Eru, o Deus Supremo, o criador onipotente, que criou Arda (o sistema solar, ou a própria Terra) através da composição de uma música magnífica, quando Ilúvatar solicitou aos Ainur, espécie de anjos, que criassem juntos uma grandiosa melodia, com a inspiração da Chama Imperecível. O Valaquenta (Relato dos Valar), fala sobre a natureza e as atribuições dos Valar e os Maiar (os Ainur que entraram em Ëa), bem como a relação destes com Melkor, ou Morgoth o Inimigo, e seu servo Sauron, o Senhor do Escuro; O Quenta Silmarillion, ou A História das Silmarils, relata a história dos eventos antes e durante a Primeira Era, a criação e o roubo das Silmarils, que provocou a guerra dos elfos contra Morgoth.

O Quenta Silmarillion (a maior e principal parte do livro) conta que nos Dias Antigos da Primeira Era, Fëanor, o mais talentoso dos elfos, e também o mais orgulhoso e mais arrogante, cria as Silmarils, três jóias perfeitas nas quais está contida parte da luz das Árvores de Valinor, o Reino Abençoado. Morgoth, o Senhor do Escuro, rouba as Silmarils e se refugia em sua fortaleza de Angband, no norte da Terra-média. Para recuperá-las, os altos-elfos travam uma guerra prolongada contra o poderoso inimigo. Possui 24 capítulos, sendo os melhores para mim: De Beren e Lúthien, De Túrin Turambar, De Tuor e da Queda de Gondolin e Da Viagem de Eärendil e da Guerra da Ira.

O Akallabêth, ou A Queda, conta a história da queda de Númenor, o maior reino dos humanos (Os Dúnedain). Fala sobre o esplendor de uma grande ilha chamada Númenor, localizada nos Mares Circundantes, em Arda, a Terra, na direção Oeste da Terra-média; e sua queda, causada pelo orgulho de seus habitantes e pelas mentiras de Sauron, o Senhor do Escuro. Seria uma alusão do autor a Atlândida.

Dos Anéis do Poder e da Terceira Era, um breve relato de como Sauron criou os Anéis do Poder num plano para estender seu domínio na Terra-média e como os Povos Livres, ajudados pelos Istari (os Magos) puderam resistir ao poder do Senhor do Escuro e destruí-lo (esse relato é detalhado pelo autor na trilogia O Senhor dos Anéis).

É um livro maravilhoso, mas só pode ser lido com muita paciência e força de vontade; eu recomendo para aqueles que querem ler a trilogia de O Senhor dos Anéis, que leia O Silmarillion antes. TODOS os zilhões de personagens têm pelo menos mais um nome diferente, você deve ter reparado mais acima no post. Até Gandalf era conhecido por outros nomes, Mithrandir, Olórin, Tharkûn ou Íncanus, sendo que em O Silmarillion, na sessão em que ele é citado (Dos Anéis do Poder e da Terceira Era), é conhecido por Gandalf ou Mithrandir. Muitas vezes tive que voltar dois ou mais parágrafos para reler e conseguir entender algumas coisas. É complicado, mas para quem gosta de desafios, uma boa pedida. Apesar dos poréns, é muito bom descobrir mais sobre alguns personagens já conhecidos de O Senhor dos Anéis, como Gandalf, Galadriel, Sauron e Elrond. Desculpem-me o linguajar, mas J. R. R. Tolkien é f*d@!

A ordem que eu acho mais adequada para leitura das obras que contam a história da Terra Média é: primeiro O Simarillion, que conta como a Terra-Média foi feita; depois Os Filhos de Húrin; Contos Inacabados em seguida; depois leia O Hobbit, que é o inicio (cronológico) da historia; e por último O Senhor dos Anéis, na ordem certa: A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei. Boa leitura!

Para mais resenhas literárias: http://amadoslivros.blogspot.com/
Daniel3085 14/01/2012minha estante
Encontrei em sua resenha algumas discordâncias para com a própria obra de Tolkien, O Silmarillion. Estou relendo o livro e, sua afirmação de que os Maiar são, na verdade, os "Ainur que entraram em Ëa", é errônea. Primeiro permita-me esclarecer uma coisa: Ëa, o Mundo Que É, corresponde a todo o mundo palpável que é fruto das canções dos Ainur, ou seja, engloba tanto a Terra-média (onde surgiram os elfos, anões e homens) quanto Aman (onde os Valar construíram sua morada). E quem são os Valar? Os Valar, por sua vez, são aqueles Ainur que decidiram, por vontade própria, habitam Ëa - não obrigatoriamente a Terra-média. São eles Ulmo, Yavanna, Tulkas, Mandos, dentre outros (tudo isso pode ser observado nas páginas 9 e 10). Voltando aos Maiar, n'O Silmarillion, pág. 21, é falado sobre eles. Os Maiar são do povo dos Valar, são SEUS CRIADOS E AUXILIARES. Então, primeiramente, e isso é totalmente compreensível, sua confusão iniciou-se ao imaginar que Ëa restringia-se apenas à Terra-média, e não a Aman, a morada dos Valar. Segundo, que aqueles Ainur que decidiram morar ali passaram a se chamar Valar, e que os que adentraram a Terra-média (onde não havia a luz das árvores de Varda) passaram, então, a ser denominados como Maiar.

Outro erro (e este vem, em sua resenha, antes do próprio engano sobre os Maiar) é sobre sua afirmação de que Eru, ou Illúvatar, é o criador do Sistema Solar, e de que Ëa foi criado por apenas este. O Mundo não foi criado apenas por Eru, para que esse possa ser chamado, conforme sua afirmação, de Deus onipotente; mas sim por todos os Ainur em sua canção - e aqui inclui-se, inclusive, Melkor, que compôs temas que destoavam da vontade de Illúvatar. Após a criação de Ëa, que estava mergulhada nas trevas, foram criadas as duas Árvores de Valinor que iluminavam Aman - e após a destruição destas duas por Melkor e Ungoliant é que o Sistema Solar (o Sol e a Lua) foram criados por Varda, com a flor de prata e a fruta de ouro colhidas por Yavanna das Árvores mortas.

Perdão por fazer essas correções, mas creio que sejam importantes para o futuro leitor, que poderia iniciar o livro com esse tipo de pré-conhecimento errôneo.

Finalmente, eu dou um conselho diferente do seu àqueles que querem ler a trilogia "O Senhor dos Anéis". Que, antes de ler até mesmo a trilogia, leiam O Hobbit, que é a história de como o Anel de Poder foi encontrado por Bilbo Bolseiro. Depois, que leiam a trilogia e, se por fim, gostarem do estilo de Tolkien, partam para O Silmarillion. Ler O Silmarillion antes de conhecer qualquer obra de Tolkien é uma façanha para poucos - o que pode levar muitos outros leitores ''despreparados'' a desistir do mundo de Tolkien, o que seria realmente uma pena. Dessa forma, inciando a jornada de leitura pel'O Hobbit, que é o livro mais infantil e de mais fácil entendimento, e passando pela trilogia, até chegar em O Silmarillion, o leitor estará mais familiarizado com a Terra-média, podendo desfrutar melhor da leitura.

Mais uma vez peço que me perdoe pela intromissão.


mariioliva 20/09/2012minha estante
Daniel, respeito muito sua opinião, obrigada pelo seu comentário, sua crítica é muito válida. Agora com relação à ordem de leitura das obras, eu sinceramente discordo de você, tanto que quando li Os Filhos de Húrin e O Hobbit (ambos após O Silmarillion) compreendi muito mais coisas, porque as histórias de Tolkien são bastante carregadas, muitos personagens, muita coisa para se absorver, e acredito que se não tivesse feito assim, não iria entender muita coisa da sequência da história. Achei que lendo O Silmarillion antes, consegui entender muito mais coisas das histórias que se seguem por ordem cronológica, acho que Silmarillion serviu como um "resumo" para as outras, pois ele cita do início do mundo até a destruição do Um Anel por Frodo. Mas cada um tem seu jeito de ler, suas preferências, né ^^ Quanto ao que você chama de erros sobre a minha compreensão da obra, bom não posso dizer que você está 100% certo ou errado, ou que eu estou 100% certa ou errada, acho que depende da visão de cada um de acordo com a leitura. Creio que uns concordarão com algumas partes da minha resenha, outros com a sua opinião, etc. Só uma coisa, eu disse que foi Illúvatar que criou o universo e a terra e que foi junto com os ainur, não somente ele: "O Ainunlidalë, ou A Música dos Ainur, conta a história da criação do universo e da terra, ou Ëa, por Ilúvatar, ou Eru, o Deus Supremo, o criador onipotente, que criou Arda (o sistema solar, ou a própria Terra) através da composição de uma música magnífica, quando Ilúvatar solicitou aos Ainur, espécie de anjos, que criassem juntos uma grandiosa melodia, com a inspiração da Chama Imperecível." leia novamente essa parte, acho que agora pode ser que você compreenda. Sobre Arda, eu a descrevi como sendo a terra inteira, tanto a milddle earth e todas as outras que surgiram. Eu entendi que Ëa é praticamente universo. A "terra" que eu descrevi como sendo a escolha de moradia dos Valar e dos Maiar não é exatamente a Milddle Earth. É a Ëa inteira.
De qualquer forma, considero um livro maravilhoso, creio que dispomos da mesma opinião nesse sentido, não? Mais uma vez, obrigada pelo seu comentário. =]


Alexandre.Almeida 28/09/2015minha estante
Gostei bastante da resenha e dos comentários feitos, que fazem bem para uma melhor compreensão da obra, pela qual tenho muito apreço. Em termos de linha de leitura eu concordo com os dois, mas em sentido completamente distintos. Vejam, acho que quando o Daniel sugeriu a leitura inicial do Hobbit e do Senhor dos Anéis, foi para familiarizar a leitura de alguém que tem conhecimento nulo sobre o Universo de Tolkien. De fato, acredito que o Hobbit é a melhor escolha para começar a adentrar as histórias, pois, além do fato de ser extremamente divertido e agradável, permite ao leitor compreender, de maneira quase didática, o tipo de escrita de Tolkien. Começar imediatamente pelo Silmarillion pode ser muito 'pesado' para leitores de primeira viagem, pois não é um livro tão simples de ser lido. Entretanto.....levando-se em consideração a ordem cronológica dos fatos de Eä, faz todo sentido seguir a ordem proposta pela mariiolivia, pois é possível observar todo o desencadeamento dos eventos na ordem correta. Vejam que interessante, considero as duas opiniões corretas, mas para situações diferentes, muito interessante hahaha.

Sobre a questão do Ainunlidalë, acredito que nunca é citado que ele criou o universo. Logo nas primeiras linhas já entra na questão da criação dos ainur, que, importante ressaltar, não são, propriamente, seus filhos, e suas músicas para a criação de Eä. Então vamos lá, Eru criou os ainur, que por sua conta e música, e orientação de Eru, criaram Eä. Vários ainur foram à "Terra" para criarem um ambiente propício para os elfos e homens nascerem e viverem. Acredito que a crítica de Daniel foi no sentido da "criação do sistema solar". Veja, antes mesmo da criação das árvores, vieram as duas grandes lanternas, Illuin ao norte e Ormal no sul, que mais tarde foram destruídas por Melkor. O sol e a lua só "nasceram" após a destruição das árvores por Ungoliant.
Entretanto, acredito que a diferenciação de Valar para Maiar seja "simplesmente" por quantidade de poder. Muitos Maiar são citados como discípulos dos Valar, na sua grande maioria, incluindo Sauron, que foi corrompido por Melkor, e Ossë, que quase teve o mesmo destino.

Achei a resenha muito boa, parabéns. Os comentários também foram muito bons, espero não ter ofendido com os comentários acima, apenas quis participar. :)




1245 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR