cid 24/07/2009os oprimidos e o poderRomance histórico muito politizado, escrito na prisão , e editado as proprias custas pelo escritor, pois nenhuma editora quis correr os riscos num período obscuro. Diversos personagens falam sobre Spartacus o gladiador escravo que liderou a revolta dos escravos em 73 AC. Patricios ricos e fúteis, o general romano que o venceu , e o personagem que a meu ver fala pelo autor , o senador Grachus, desfilam pelo livro , que inicia com a derrota dos escravos e crucificação de 6472 homens ao longo da via Apia. A crucificação, os sofrimentos na minas de ouro , o desespero de um gladiador treinando para a luta na arena , são descrições que nos tiram o folego. O sofrimento se faz presente na leitura e nos colocamos ao lado daqueles seres que lutaram pelo direto mais básico que o ser humano tem que é viver como deseja , sem sofrer o chicote de outro ser humano nas suas costas. Em um determinado momento Grachus o político fala em termos muito cinicos do funcionamento da sociedade . Veja só : Existe os que tem muito, que precisam se proteger dos que não tem nada, e mais do que isso conservar suas propriedades e portanto os que nada tem precisam estar dispostos a morrer pela propriedade da classe dominante. Roma possui muitas legiões , que lutam na sujeira e miséria para manter as propriedades e privilégios de alguns. Os camponeses pobres são expulsos de suas terras pelos latifundiários e vão lutar nas legiões , contra os seus próprios interesses.
É um livro que faz pensar, quanto o mundo realmente mudou. Mas, a pergunta é : Quando o poder chega as mãos dos que foram oprimidos , eles o usam exatamente como seus opressores ?