Tiago 27/01/2021Por quê uma égua é chamada de cavalo? Apesar de acreditar que este último volume foi mais bem escrito e elaborado do que os volumes anteriores, ainda fico tendo como preferido dos três o primeiro. Todo o conteúdo foi escrito de uma maneira muito boa para que encaixasse com o findar planejado pelo autor.
Ao contrário do que aconteceu em A Missão (vol. 2), que as informações eram inseridas pouco antes de acontecer algum fato, para que fizesse sentido para nós leitores, neste último volume esse erro foi corrigido e a espingarda que aparece no primeiro ato era apropriadamente usada no último ato. Os acontecimentos apresentados durante o curso guerra foram satisfatórios, nada de deuses ex-machina, todas as ferramentas utilizadas estavam lá.
Ainda acho muito estranha a relação dos protagonistas, embora nos últimos momentos se apresente bastante forte e íntima, ainda não entendo como aconteceu tão imediatamente de um volume para o outro (falo do primeiro para o segundo volume), mas consigo entender que tenha se estabelecido uma intensidade, dado o histórico não só recente, mas do início da vida até aquele momento, referente aos protagonistas.
O desenvolvimento atípico foi bem trabalhado e por momentos me surpreendi com algumas situações apresentadas, coisas que realmente não esperava que pudessem ocorrer. Mas ainda tem bastante coisa que gerou dúvidas e que, ao finalizar a leitura, ainda ficaram sem resposta. Entendo que Todd desenvolveu habilidades importantes durante sua vivência em Nova Prentissburgo, mas não explica o que havia de tão especial nele antes de sua chegada a cidade, coisa que moveu um exército inteiro, um homem obcecado e um padre sociopata para chegarem ao encontro do garoto. Que sentido e/ou consequência benéfica trouxe o ato final da Sra. Coyle para a comunidade diminuta de seres humanos no local? Ou ela só estava cansada mesmo de tudo? Como um cego consegue atirar certeiramente na testa de um inimigo? Por quê uma égua é chamada de cavalo? Opa! Ninguém lembra que o “salvador” da paz matou tantas pessoas anteriormente, inclusive alguém sumamente próximo, e continuam mostrando os dentes para ele como se o mesmo tivesse sido instantaneamente redimido?
Os momentos mais maçantes foram os capítulos em que Terra falava, em que não só trouxe uma dificuldade inicial para entender a mecânica do diálogo, esta que, da metade para o final do livro o autor mudou radicalmente.
Enfim, gostei do desenvolvimento do livro, o que o pontua como fiz, mas o findar da história pareceu de uma escrita deveras preguiçosa. Além de não saber como os novos habitantes reagiriam a tudo o que aconteceu, parece que o autor não sabia como terminar os conflitos apresentados e inventou algo para se eximir da responsabilidade de colocar isso no papel.