Flores das "Flores do Mal" de Baudelaire

Flores das "Flores do Mal" de Baudelaire Charles Baudelaire




Resenhas - As Flores do Mal


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lexsouza 07/05/2020

Pessimismo como poesia
A maior parte dos poemas tem visão niilista, pessimista e até se ufana disso.
Essa edição bilíngue e anotada ajuda muito no entendimento.
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Manu 26/02/2020

Livro de poemas.
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Cinara... 15/02/2020

"É mais difícil amar a Deus do que acreditar nele. Ao contrário, é mais difícil para as pessoas deste século acreditar no Diabo do que amá-lo. Todo mundo o serve e ninguém crê nele. Sublime sutileza do Diabo.

Minha alma é tumba que, mau cenobita,
Desde sempre sou eu quem a percorre e habita;
Nada adorna as paredes de um clautro de horror "

Poemas que tocam a alma!
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Julia 10/02/2020

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"Longe dos túmulos famosos,
Num cemitério já sepulto,
Meu coração, tambor oculto,
Percute acordes dolorosos"
- O azar

As Flores do Mal é um clássico que me propus a ler desde que decidi mergulhar um pouco mais no universo da poesia e cuja leitura não decepciona. Destaco especialmente "O albatroz", um dos primeiros poemas apresentados no livro, que já demonstra desde o início o talento de Baudelaire. A introdução e as notas apresentadas são também muito interessantes, pois contextualizam a obra e apresentam um perfil do autor, o que ajuda a compreender melhor seus poemas.
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Kizzy 28/02/2019

"É Preciso ler Baudelaire"
Sempre me parece um sacrilégio escrever resenhas sobre obras e autores clássicos e de literatura rebuscada. Parece esse ser um lugar que apenas críticos ou acadêmicos da área da literatura podem ocupar, e que nós, leitores, não possuímos essa prerrogativa. De fato, não a tenho. Mas como minhas resenhas têm muito mais o objetivo de registrar os meus sentimentos no momento de leitura do que criticar obras de forma técnica, não deixarei de registrar meu parecer.

Começo falando sobre a tradução, introdução e notas dessa edição da Editora Nova Fronteira. Assinadas por Ivan Junqueira, elas são essenciais para o entendimento de aspectos importantes da obra. Se não tivesse lido atentamente toda a introdução, creio que não teria feito um bom aproveitamento dos poemas tão profundos e cobertos de significado de Baudelaire.

É impossível, também, entender o real significado dos poemas sem levar em consideração o contexto histórico. As grandes transformações sociais na França, a urbanização, a relação controversa de Baudelaire e sua mãe, o conflito interno do autor com sua religiosidade, sua atuação como crítico de arte plásticoa suas características Dandi e flâneur . Sem o conhecimento de todo esse bojo histórico social, creio que os poemas de Beaudelaire podem parecer ao leitor muito bem escritos, criativos e corajosos. Dentro do contexto eles são simplesmente fantásticos.

Baudelaire demonstra uma clareza e consciência de sua atualidade que produzem um rompimento brutal com o romantismo e cria um novo movimento literário, que será a base do simbolismo. O poeta escreve em diferentes formas, as vezes em sonetos, as vezes poesia em prosa, ou ainda em outras formas de poesia. Seus temas são aflitivos. O pecado, a musa não romantizada, mas decadente, satã sempre em uma abordagem cristã do mau, a finitude da beleza, a imperfeição do ser humano, os vícios. É tudo muito profundo, chocante e inovador.

“As Flores do mal” é de fato uma obra aflitiva e emocionante. Um retrato de um homem perturbado por sua realidade e amplamente talentoso em sua arte. Como já disse Carlos Drummond de Andrade “...é preciso ler Baudelaire, é preciso colher as flores de que rezam velhos autores. ”

“É a hora de vos embriagardes! Para não serdes escravos martirizados do tempo. Embriagai-vos! Embriagai-vos cem cessar! Com vinho, poesia, virtude! Como quiserdes!”
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AriAri0 19/02/2019

Baudelaire sobre de sintomas decorrentes da contradição da modernidade, admira a vida, deseja a morte, perde ajuda, mas não quer ser ajudado, tem esperanças em total desespero, o conflito é a dualidade, enfim, poemas obscuros com doçura simbólica
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Aline 10/03/2018

Flores doentias
Baudelaire dedica este livro a Gautier ( escritor francês ). O livro é considerado um marco da poesia moderna.
Nele o poeta exalta o amor erótico, o tédio, a morte, o exílio... O livro não foi bem visto na época que fora lançado, rendendo á Baudelaire um processo que duraria anos.
Conheci o livro em uma aula de Teoria da Literatura e apresentei um seminário onde o tema era 'As flores do mal'. Acredito ser um livro essencial para uma leitura, mas aviso que não será uma leitura fácil. A intensidade de Baudelaire é assustadora.
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Fernando Figura 25/02/2018

A edição da Martin Claret é plágio descarado de uma tradução dos anos 1950
A Martin Claret tem um projeto audacioso: editar obras clássicas da literatura mundial por preços muito populares.

Só que em 2007, a casa caiu. Descobriu-se que muitas traduções eram cópias de traduções alheias, cujos nomes dos tradutores verdadeiros eram omitidos.

É o caso aqui. A "tradução" de um certo Pietro Nassetti na verdade é um plágio descarado da tradução feita pelo poeta paulista Jamil Almansur Haddad (1914-1988), feita em 1957.

As diferenças são pouquíssimas. Resumem-se em trocar palavras mais difíceis por outras mais fáceis, atropelando rima e métrica.

Por isso, ler esse livro é uma sensação desconfortável. Quem desconhece desse fato e topa pela primeira vez o livro do gênio francês, é um interessante primeiro contato.

Se você tem esse exemplar porque comprou há muito tempo, ganhou ou simplesmente é o único que conseguiu, acho que dá pra seguir a leitura e conhecer versos célebres que inspiraram inúmeros poetas em fins do século XIX e começo do XX.

Falei da edição, agora falarei do texto. Quer dizer, não sei se tenho algo para falar da obra. São versos "elevados" sobre "coisas inglórias", versos que pintam com grande apuro poético coisas que à época eram tidas como feias e degradantes. A morte, a doença, a prostituição, o desespero, corpos em estado de putrefação, etc.

O parnasianos sofreram inegável influência de Baudelaire. São versos históricos. Baudelaire é um gigante do mundo da poesia, um clássico na real acepção da palavra.

Para quem ama poesia, ler Baudelaire é uma experiência incrível e quase obrigatório. Para quem não gosta de poesia, não creio que ele seja uma porta de entrada.
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Adriana Scarpin 26/02/2016

O Gato
"Vem cá, meu gato, aqui no meu regaço;
Guarda essas garras devagar,
E nos teus belos olhos de ágata e aço
Deixa-me aos poucos mergulhar.

Quando meus dedos cobrem de carícias
Tua cabeça e o dócil torso,
E minha mão se embriaga nas delícias

De afagar-te o elétrico dorso,
Em sonho a vejo. Seu olhar, profundo
Como o teu, amável felino,
Qual dardo dilacera e fere fundo,

E, dos pés à cabeça, um fino
Ar sutil, um perfume que envenena
Envolvem-lhe a carne morena."
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Be 14/01/2016

Fleurs du mal
Livro de Baudelaire, poeta da sensualidade r sinestesia, entre o desespero e a esperança o livro resume toda sua dualidade. Uma obra prima.
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Manuela 05/02/2014

Um mundo Baudelairiano
Pensei que já tinha encontrado o meu grande desafio literário no ano - vencer as páginas de "O Talentoso Ripley", foi um tanto quanto difícil. O ano é tão longo, tantos dias e meses pela frente, de alguma forma eu sabia que era só uma medida de "ilusão".

Obviamente que a motivação que tornou "As flores do mal" uma obra difícil para mim em muito se distancia daquela que transformou em quase suplício degustar a obra de Patricia Highsmith (alguma coisa na escrita, alguma coisa em relação ao texto, alguma coisa que me deixava com um certo azedume).

Fato. Tendenciosamente não gosto de livros de cunho policial.

E tenho uma enorme resistência às poesias.

As clássicas então...

Entendam, Vinicius, Cecília, Pessoa, Neruda e minha amiga Ediane Lopes, que dia desse se publica, por exemplo, conseguem me alcançar e me fazem digerir, com doçura, seus poemas.

Em Baudelaire não há doçura.

Contrariamente. As poesias dele são acompanhadas de um tom escuro, possível de enxergar desde a primeira linha. Um gênio da arte, me dizem. E eu acredito. Um gênio um tanto sádico (?) e meio triste, eu complementaria.

Um gênio.

Sim.

Bom, apesar desse meu tamanho adendo, que só serviu para ilustrar a dificuldade na leitura, devo confessar que me envolvi em cada partícula de palavras e frases e textos. Me estranhei com umas, me vi seduzida por outras, namorei e traí, concordei e adverti - e não são de anuências e discordâncias que também se fazem leitura?

As Flores do Mal trás uma coletânea de poemas que tratam de temas como a expulsão do paraíso, o amor, o erotismo, decadência e morte, tempo, exílio: o tédio. A obra que li, especificamente, insere ainda poemas excluídos da primeira publicação (alguns censurados ao tempo) e o mais interessantes, rascunhos de prefácios escritos pelo próprio Baudelaire e que não foram publicados no original - sendo possível capturar a essência do sentimento de ser visto, julgado, limitado. Como são os olhos dos outros para Baudelaire e como ele se sente - por dentro, ali no âmago.

Apesar das ruínas escuras em que permeia seus escritos, há tanta beleza em "As Flores do Mal" que torna o livro sublime e impactante.

--

À nós, leitores hipócritas, um brinde.


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Lista de Livros 22/12/2013

Lista de Livros: As flores do mal, de Charles Baudelaire
Spleen (LXXVIII)

Quando o céu plúmbeo e baixo pesa como tampa
Sobre o espírito exposto aos tédios e aos açoites,
E, ungindo toda a curva do horizonte, estampa
Um dia mais escuro e triste do que as noites;
Quando a terra se torna em calabouço horrendo,
Onde a Esperança, qual morcego espavorido,
Sua asa tímida nos muros vai batendo
E a cabeça roçando o teto apodrecido;
Quando a chuva, a escorrer as tranças fugidias
Imita as grades de uma lúgubre cadeia,
E a muda multidão das aranhas sombrias
Estende em nosso cérebro uma espessa teia,
Os sinos dobram, de repente, furibundos
E lançam contra o céu um uivo horripilante,
Como os espíritos sem pátria e vagabundos
Que se põem a gemer com vez recalcitrante.
– Sem música ou tambor, desfila lentamente
Em minha alma uma esguia e fúnebre carreta;
Chora a Esperança, e a Angústia, atroz e prepotente,
Enterra-me no crânio uma bandeira preta.
*
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site: https://listadelivros-doney.blogspot.com.br/2011/01/as-flores-do-mal-charles-baudelaire.html
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Marcos Faria 02/10/2013

Ler “As flores do mal” (Nova Fronteira, 1985, tradução de Ivan Junqueira) exige uma certa preparação, que começa a se estabelecer no “Convite à viagem”. É preciso querer acreditar no país onde tudo é ordem, beleza, luxo, calma e volúpia. Transposto esse limiar, Baudelaire cumpre o que promete. Tudo é beleza, porque só a beleza pode nos salvar de um mundo por natureza feio e cruel. A beleza e o amor, porque, mais até do que nas preces satanistas, é nos poemas eróticos (proibidos na primeira edição) que o poeta atinge mais claramente o seu objetivo.

site: http://almanaque.wordpress.com/2013/10/02/meninos-eu-li-39/
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