Flores das "Flores do Mal" de Baudelaire

Flores das "Flores do Mal" de Baudelaire Charles Baudelaire




Resenhas - As Flores do Mal


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EduardoCDias 02/10/2023

Clássico e difícil
Talvez porque não goste muito de poesia, o livro não me prendeu. Mas é interessante pela importância da obra. Poemas de amor, sensuais, sobre a morte e muitos outros, inclusive alguns proibidos na época e que foram reincorporados. Há poemas bem fáceis de entender, mas outros em que assumo minha completa ignorância na compreensão.
Litchas 03/10/2023minha estante
Quando li tb tive dificuldade, depois me mostraram as mesmas poesias com outra tradução, ficaram quase irreconhecíveis e muito melhores!


EduardoCDias 03/10/2023minha estante
Bom saber! Poderia me indicar qual?


Litchas 03/10/2023minha estante
Poxa não vou lembrar qual editora era...


EduardoCDias 03/10/2023minha estante
Obrigado!




Fabi Copetti 05/09/2023

Não é a minha zona de conforto
Poesia não é a minha zona de conforto. Fiz uma tentativa, mas não me conectei. Pesquisei. Entendo a dimensão da obra e do autor e sua importância literária, mas não foi uma leitura prazerosa para mim. Mas nso sou apreciadora de poesia. Busco ler sempre mais e talvez esse não tenha sido o momento adequado. A diversidade de temas é surpreendente. Do amor à dor. Mas não me conectei. Fica para uma próxima experiência.
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Maiara 27/07/2023

Curti
Gostei bastante, porém a melancolia não me atingiu tanto assim. Creio que seja pela fase da vida ou algo assim.
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Jose 15/07/2023

As Flores do Mal, do francês oitocentista Charles Baudelaire, é uma coletânea de poemas que descrevem as mais variadas temáticas, indo do religioso ao sexual, do grotesco ao tédio. A edição que tenho em mãos é da Martin Claret, sendo sua tradução do professor Mario Laranjeira.

O livro teve um lançamento conturbado e foi duramente criticado por jornais e críticos mais conservadores por tratar de temas considerados de mau gosto e que insultavam os bons costumes. Seu autor, considerado hoje em dia como um poeta maldito, recebeu uma multa e seu livro foi censurado para que fosse publicado. Anos depois, uma segunda publicação é lançada com mais poemas e só temos realmente acesso a obra em sua completude após a morte do autor.

Esse foi o primeiro livro longo de poesia que li na vida e admito ter ficado um pouco confuso no início. Não estava acostumado com o ritmo e com a cisão que há entre um poema e outro (embora Baudelaire tenha separado sua obra em 6 partes que tratam de temas diferentes, ou seja, há coesão unitária e como um todo) e não sabia muito bem como realmente ler poesia. Mesmo assim, persisti e tive uma experiência muito agradável, chegando até a ficar empolgado e recitar em vídeo os meus preferidos. Gosto muito da poesia maldita que autores como Baudelaire produziam e produzem. Não sei se posso chamar de temática, mas é algo que me agrada muito e sempre fico encantado pelo grotesco e pela autenticidade.

Essa edição é compacta e traz mais do que As Flores do Mal original, adicionando peças condenadas, epígrafes, peças diversas do autor, projetos de epílogo e prefácio, além de um prefácio introdutório sobre a obra e autor do professor Álvaro Faleiros e notas no final que explicam muito da linguagem utilizada por Baudelaire.
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Carla.Floores 27/06/2023

Muso
Pra quem gosta de um toque mórbido, obscuro e sensual,
Que gosta de ler nas entrelinhas, na contramão do banal,
Charles Baudelaire inspira, faz cócegas na alma
Que, inclusive, ele deixa por entender de qual.

Com temas que vai do vinho ao vulto
Morte, calamidade, sorte, luto
Charles Baudelaire inspira, com tamanha formosura
Medo, tédio, desejo, amargura.

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livrosmortificados 25/06/2023

"Extrair do mal a beleza"
Lançado em 1857, pessimista, melancolico e completamente politico!!!
O neoclassicismo francés, o fim do medieval e o começo da modernidade, estopim do capitalismo.
Baudelaire fala constantemente do desconforto do poeta nesse mundo "Um manco o imitam, pois que nao voa,o doente!", o desprezo da sociedade pela arte, afinal a arte é inutil para a capital, mas também fala da necessidade que nos, o povo temos pela arte, é a nossa liberdade, é o grito preso em geraçoes, ansiamos pela arte "São os ecos por mil labirintos reditos. São divino opio para coraçoes mortais!"
a rebeldia é protagonista aqui, baudelaire escolhe falar daquilo que incomoda, o mal, a morte, satã, as "escorias" da sociedade, critica todo esse moralismo falso da burguesía, ate as flores que eram sinonimo de "beleza", pureza, aqui as flores são do mal.
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anna peron 02/06/2023

Baudelaire é profundo e brinca muito com o obscuro, o cemitério, o amor incondicional. consegui fazer uma leitura fácil e analisar, mesmo com a linguagem difícil! love you mr baudelaire
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Max 15/05/2023

O "maldito"...
Obra prima do poeta "maldito" francês, Charles Baudelaire.
Ele era aquele típico poeta, sensível, sofredor, boêmio, marginal. Contendo temas polêmicos, muito à frente de sua época, foi incompreendido pelo público e crítica. O que chega ao nosso tempo é uma obra atemporal, sólida e muito original. Como em todo livro de poesia, é necessário a atenção para apreciar as pérolas espetaculares que se encontram aqui e ali.
Tendo eu um francês sofrível, nesta edição primorosa, bilíngue, vale destacar a também inspiradora tradução feita por Mário Laranjeira, um deleite!
Super recomendo! ?
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Carolina Del Puppo 14/05/2023

"porque o túmulo sempre há de entender o poeta"
Foi difícil mas valeu a pena como primeira tentativa. Ler este livro foi como aprender a saborear um bom vinho, mergulhando nas sensações mais profundas, vivendo o sentimento de um coração cheio de trevas, incrível!
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Carla.Zuqueti 15/04/2023

Para causar incômodo
O livro de poesias ?As Flores do Mal? é considerado um marco na poesia francesa da época. Isso porque a França passava por uma mudança social em busca da modernidade, conflitando com valores interioranos. É para refletir esse ambiente que Baudelaire escreve essa coletânea de poesias.

Nessa versão do livro da editora Martin Claret, além de ?Flores do Mal?, ainda há um prefácio detalhado e a inclusão de algumas poesias incluídas posteriormente ao primeiro lançamento e poesias rejeitadas pela época.

Nem sempre a beleza é óbvia e o poeta tenta mostrar a beleza de outros ângulos.

O que achei? Que se o poeta queria causar impacto conseguiu. Realmente é um livro com poesias marcantes e algumas um tanto doentias pro meu gosto. Muitas citações sobre o mal, até mesmo glorificando o mal - não faz meu estilo. Talvez eu seja cristã demais para apreciar a obra sem preconceitos. Mas não me acrescentou muita coisa além de incômodo.
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adriebacelar 07/04/2023

Uma leitura muito bonita (e difícil)
O livro possuí uma linguagem muito culta. é o livro em uma mão e o dicionário na outra, mas não é ruim nãokkkk
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Marcos606 22/03/2023

Sexo e decadência
Uma confissão de esperanças, sonhos, fracassos e pecados, As Flores do Mal tenta extrair a beleza do maligno. Ao contrário da poesia tradicional que dependia da beleza serena do mundo natural para transmitir emoções, Baudelaire sentiu que a poesia moderna deve evocar os aspectos artificiais e paradoxais da vida. Ele pensava que a beleza poderia evoluir por si mesma, independentemente da natureza e até mesmo alimentada pelo pecado. O resultado é uma clara oposição entre dois mundos, o “baço” e o “ideal”. Baço significa tudo o que há de errado com o mundo: morte, desespero, solidão, assassinato e doença. (O baço, um órgão que remove agentes causadores de doenças da corrente sanguínea, era tradicionalmente associado ao mal-estar) Em contraste, o ideal representa uma transcendência sobre a dura realidade do baço, onde o amor é possível e os sentidos se unem em êxtase.

O ideal é principalmente uma fuga da realidade através do vinho, do ópio, das viagens e da paixão. Atenuando o duro impacto do fracasso e do arrependimento, o ideal é um estado imaginado de felicidade, êxtase e voluptuosidade onde o tempo e a morte não têm lugar. Baudelaire costuma usar imagens eróticas para transmitir o sentimento apaixonado do ideal. No entanto, o orador fica constantemente desapontado quando o baço assume novamente o seu reinado. Ele é infinitamente confrontado com o medo da morte, com o fracasso de sua vontade e com a sufocação de seu espírito. No entanto, mesmo quando o orador do poema é frustrado pelo desânimo, o próprio Baudelaire nunca desiste de sua tentativa de tornar belo o bizarro, uma tentativa perfeitamente expressa pela justaposição de seus dois mundos.

As mulheres são a principal fonte de simbolismo, muitas vezes servindo como intermediárias entre o ideal e o baço. Assim, enquanto o orador deve passar as mãos pelos cabelos de uma mulher para evocar seu mundo ideal, mais tarde ele compara sua amante a um animal em decomposição, lembrando-a de que um dia ela beijará vermes em vez dele. Sua amante é ao mesmo tempo sua musa, proporcionando uma perfeição efêmera, e uma maldição, condenando-o ao amor não correspondido e a uma morte prematura. As mulheres, portanto, incorporam tanto o que Baudelaire chamou de elevação em direção a Deus quanto o que ele chamou de descida gradual em direção a Satanás: elas são guias luminosas de sua imaginação, mas também vampiros monstruosos que intensificam seu sentimento de melancolia ou mau humor. O resultado é uma misoginia moderada: Baudelaire associa as mulheres à natureza; assim, a sua tentativa de capturar a poesia do artificial negou necessariamente às mulheres um papel positivo na sua visão artística.

A poesia de Baudelaire também evoca obsessivamente a presença da morte. No entanto, a passagem do tempo, especialmente na forma de uma Paris recentemente remodelada, isola o orador e faz com que ele se sinta alienado da sociedade. Este tema da alienação deixa o orador sozinho na horrível contemplação de si mesmo e nas esperanças de uma morte consoladora. Baudelaire enfatiza ainda mais a proximidade da morte através de sua confiança em imagens e fantasias religiosas. Ele acredita sinceramente que Satanás controla suas ações cotidianas, fazendo do pecado um lembrete deprimente de sua falta de livre arbítrio e eventual morte.

Finalmente, elementos de terror fantástico – de fantasmas a morcegos e gatos pretos – amplificam a força destrutiva do baço na mente. Baudelaire foi inspirado em Edgar Allen Poe, e viu o uso da fantasia por Poe como uma forma de enfatizar o mistério e a tragédia da existência humana. Por exemplo, os três poemas diferentes de Baudelaire sobre gatos pretos expressam o que ele via como a ambiguidade provocadora das mulheres. Além disso, a presença de demônios e fantasmas torturados torna a possibilidade de morte mais imediata para quem fala, prefigurando o medo e o isolamento que a morte trará.
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Élida Mercês 06/03/2023

"(...) me detive diante da assustadora inutilidade de explicar o que quer que seja a quem quer que seja. Os que sabem, intuem-me, e para aqueles que não podem ou não querem compreender, eu amontoaria infrutiferamente as explicações."
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