Li 23/08/2012DESAFIO LITERÁRIO 2012 - AGOSTO - TERROR *LIVRO 5*Sinopse: Após desfilar a fascinante galeria de vampiros e múmias que a tornaram uma das mais famosas escritoras americanas, Anne Rice mergulha no universo da bruxaria em "A Hora das Bruxas". Considerada uma das maiores escritoras de terror erótico, Anne Rice mistura com equilíbrio elementos góticos e modernos, numa narrativa romântica, de extrema crueldade, mas de paixões arrebatadoras. (...) A família Mayfair é o ponto central de uma dinastia de bruxos, que cresceu e prosperou dedicando-se à magia negra. Entre os Mayfair, convive-se pacificamente com o incesto, os assassinatos e com o espírito meio divindade celta, meio demônio, chamado Lasher.
O romance se desenrola cronologicamente para a frente e para trás, passando por Nova Orleans e São Francisco atuais e deslocando-se até o Haiti ou a um castelo na França de Luis XIV. As bruxas de Anne Rice não pilotam vassouras: são mulheres mafiosas, ocultas sob uma delicadeza fútil. Para elas, a bruxaria é a ciência mais confiável.
Os dois volumes de “A hora das bruxas” me interessaram desde que li outros dois da autora, com a temática dos vampiros, por dois motivos: O primeiro porque gosto do tema "bruxaria" e o segundo porque os livros que li dela me decepcionaram muito, então pensei em mudar de seres sobrenaturais e ver o que achava.
Sempre tive um grande interesse pela época da inquisição e saber sobre bruxas e ocultismo, apesar de nunca ter tido vontade de me envolver com nada muito pesado diretamente. Sou simpatizante do wiccanismo, já pensei em me envolver mais, mas isto nunca passou da mera curiosidade mesmo, jamais gostei de me sentir presa a qualquer crença que fosse.
A hora das bruxas, vol. 1 é um livro peculiar. Não vou dizer que gostei imensamente porque, como já disse em outras resenhas deste mês, o que me apavora são coisas relacionadas ao fato de se estar vivo, e neste livro tem bastante delas, principalmente na primeira parte, e eu, se puder, não gosto de ler sobre isso... Achei a narração meio arrastada também. A segunda parte do livro é ótima, porque narra a saga das bruxas Mayfair desde o século XIV, então a leitura ficou mais interessante para mim, mas quando começou a se aproximar do século XX comecei a ler para terminar o livro, e só, nem sei como vai ser ler o vol. 2...
O enredo pode até ser assustador para algumas pessoas, mas não me assusto com paranormalidade alheia, e como Lasher não chega a ser um demônio, não me importei muito com a presença dele... Então, sei lá, fora os casos de doença e as freqüentes alusões a elas, o livro não me assustou nem um pouco, e olha que lia tanto a ponto de ter dores de cabeça quando acordava, mas não tive pesadelos, coisa que geralmente acontece quando leio grandes volumes de páginas de um mesmo livro de uma vez.
Mas, para falar sério, me peguei pensando “poxa, eu queria fazer parte de uma organização como o Talamasca!”, e a autora escreve de uma forma como se isso tudo fosse real, o que é de fato bem interessante... Fiquei imaginando como uma pessoa consegue escrever de uma forma tão detalhada e detalhista um enredo tão grande e tão complexo!
“- Tudo bem, companheiro – disse Michael, olhando para a camélia na sua mão, tentado vê-la melhor na escuridão. E aquilo era o brilho de um sapato preto bem à sua frente à direita, do outro lado da cerca? Mais uma vez o farfalhar. Ora, pois ele não estava vendo a perna de uma calça masculina? Alguém estava parado ali a centímetros de distância. Perdeu o equilíbrio ao olhar para cima. E quando seus joelhos bateram nas lajes, ele viu uma figura acima dele, que o examinava através da cerca, com os olhos refletindo apenas uma centelha. A figura parecia paralisada, de olhos muito abertos, perigosamente próxima e com sua atenção violentamente concentrada nele. Uma mão foi estendida, não mais do que uma mancha branca nas sombras. Michael foi se afastando pelas lajes, com uma sensação de alarme instintiva e inquestionável. Agora, porém, ao olhar para a folhagem exuberante, ele percebia que não havia ninguém ali.
Esse vazio era de repente tão aterrador quanto a figura que desaparecera.
- Deus me livre! - Sussurrou.”
Enfim, o livro é muito sombrio e o clã Mayfair é realmente muito sinistro, se você gosta do tema e não tem problema com doenças, vale a pena encarar!