Raquel 01/01/2024A Hora das Bruxas, de Anne RiceReleitura no meu projeto de 2023: “Relendo as Crônicas Vampirescas de Anne Rice”.
‘A Hora das Bruxas’ foi dividida em dois livros aqui no Brasil, porém, é na realidade, uma história única. A história continua com o terceiro livro, ‘Lasher’, e se encerra em ‘Taltos’.
“A bruxa é uma pessoa que tem o poder de atrair e manipular forças invisíveis.”
Deirdre Mayfair é apenas uma sombra de mulher na sacada do casarão do Garden District em New Orleans. Todo mundo na cidade conhece a família Mayfair e sabem também a sua história. Desde muito nova ela teve episódios e passou por vários tratamentos psicológicos, e há sete anos ela definha lá sentada todos os dias. Há vários anos ela deu à luz uma menina, mas sua tia Carlotta fez com que Deirdre desse a menina para adoção por uma prima que morava do outro lado do pais, tentando livrar a criança da maldição que cerca essa família.
Do outro lado do país, Michael Cury sofre um acidente e tem uma experiência pós-morte. Ao ressuscitar, depois de minutos morto, ele ganha um poder estranho: ao tocar objetos ele é capaz de ver imagens das pessoas que tocaram o objeto antes e isso passa a atormentá-lo. Algo também o chama, e ele acredita que precisa voltar para New Orleans, onde cresceu. Mas antes ele quer tocar o convés do barco que o resgatou, para lembrar seus primeiros momentos de volta e tentar captar alguma coisa. Para isso ele precisa também reencontrar a mulher que o salvou.
Rowan Mayfair é uma brilhante neurocirurgiã que tem como hobby velejar, e foi ela quem achou o sr. Curry desacordado no mar, o trazendo de volta. Ela ficou sabendo do “poder” que ele agora tem e concorda em encontrá-lo. O que Rowan não sabe é que ela é a herdeira de uma linhagem centenária de Bruxas, que sua mãe está definhando cada dia mais rápido e que o legado da família está prestes a bater à sua porta.
A partir desses 3 personagens iniciais, A Hora das Bruxas, volumes I e II, mergulha na história da família Mayfair, uma linhagem repleta de mulheres poderosas, inteligentes e ambiciosas que não medem esforços para conseguir o que desejam — mesmo que isso signifique se aliar a um espírito demoníaco que as persegue por centenas de anos, passando como um legado macabro de geração para geração. A família Mayfair se estende por mais de 400 anos e desde a primeira bruxa, o espírito demoníaco, Lasher, surge como um elo entre elas além de uma herança difícil de manejar.
A trama do livro se desenvolve entre idas e vindas, com capítulos de presente e passado, desvendando os meandros dessa família singular. Os Mayfair possuem poderem especiais (telepatia, premonição...), além de alguns hábitos pouco ortodoxos como incesto, assassinatos e crianças predestinadas. Os capítulos intercalados nos mostram os primórdios da família Mayfair na França, sua passagem por Haiti, Nova Orleans e São Francisco, os acordos que fizeram com Lasher e como o demônio foi responsável pelo enriquecimento da família com o passar dos séculos. E assim, nesse contexto, encontramos Rowan Mayfair. Apesar de todos os personagens presentes nessa história serem riquíssimos e com muito para contar, Rowan acaba por tomar o protagonismo para si. É junto com ela que o leitor descobre o que significa ser parte da família Mayfair e o peso do legado em forma de demônio que é Lasher. Rowan foi afastada do cerne familiar por muitos anos, vivendo do outro lado dos Estados Unidos, em São Francisco, enquanto a maior parte de seus familiares residia em Nova Orleans. Com a morte de sua mãe biológica, o legado da família recai sobre suas costas e ela precisa entender a dimensão desses novos fatos, como lidar com uma família secular cuja herança vem em forma de um ser sobrenatural como Lasher e o que fazer com tudo isso. Rowan é a décima terceira bruxa da linhagem Mayfair original e a mais poderosa, portanto Lasher faz o possível para seduzi-la de maneira a poder utilizá-la para seu propósito.
A série das Bruxas Mayfair é a minha história favorita da Anne Rice. É uma saga de 400 anos com muitos personagens contada em detalhes. Voltar novamente a esse mundo me trouxe muita nostalgia e mais uma vez me apaixonei pela história. Foi minha segunda leitura (após 26 anos!!) e com certeza eu lerei novamente no futuro.