Mudança

Mudança Mo Yan




Resenhas - Mudança


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Marcelo.Campos 23/12/2017

Memórias do Autor
O autor escreve suas memórias de maneira leve e de leitura rápida. Às vezes temos uma imagem pré-concebida da China, dos seus cidadãos e também de seus escritores. Esse livro serviu para me mostrar que embora a cultura seja diferente, somos mais semelhantes do que se imagina.
Mo Yan relatando sua infância pobre em um vilarejo rural lembra muito a vida no Nordeste brasileiro. Seu relato de como o amigo enriqueceu também mostra mesma ?esperteza? que temos aqui. A presença forte do Estado na vida dos chineses é o que nos distingue e que também traz desconforto ao escritor.
O livro me deixou com muita curiosidade sobre as outras obras do autor, que conhecerei em breve lendo ?As Rãs?, que já está na minha estante.
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Jacqueline 02/11/2014

"Mudar de lugar pode ser ruim para as plantas, mas faz bem aos homens"
A biografia (romanceada) de Mo Yan é atravessada pelas mudanças da China nos últimos cinquenta anos. Acompanhamos Mo desde o seu insucesso escolar na infância - "nunca ninguém me relacionou a coisas boas, toda coisa ruim era sempre eu que fazia" - até sua constituição como escritor. Expulso da escola, não conseguia achar seu lugar: quando a expulsão acometeu a um colega, que a comemorou pulando pelas ruas, rasgando livros e cadernos, ganhou toda sua admiração; quando aconteceu com ele não teve a mesma conotação: não conseguia deixar de querê-la. Aprendeu aí a diferença entre ser herói e covarde. Conseguir mais tarde adentrar a Universidade não deixou de representar certa revanche com o passado.
A mudança no campo e na situação do campesinato, a migração para o trabalho fabril (mais tarde, a volta da valorização ao artesanal), as contradições entre o campo e as cidades, a filiação ao Partido vivida como privilégio, a morte de MAO, a abertura, as privatizações constituem o cenário da biografia de Mo Yan e muitas vezes contribuem sobremaneira para determinar o rumo de sua vida. Como em Machado de Assis, o narrador vai conversando como o leitor durante o relato dos fatos. Por meio dos sonhos do protagonista vemos o cruzamento do individual com o sócio-histórico: o sonho civil (e depois militar) de poder dirigir um caminhão GAZ 51 verde em alta velocidade (ação vista com admiração, em função do fascínio inicial pelas máquinas, não importando quantos animais morressem no caminho), o sonho de ser destacado para a guerra e aqui temos um emblemático significado (torto) dos conflitos bélicos: se se volta há condecoração e promoção, se se morre vira-se mártir e a família passa a gozar de um outro status político; uma morte gloriosa é melhor do que uma vida sem sentido) -, o sonho de entrar na Universidade e o de ser escritor.
Enfim, entre sonhos e realizações, uma vida que forneceu muito insumo para o ofício de escritor!
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leticia.ortiz.5 16/12/2014

Um delicado retrato de uma China em transformação
Meu primeiro contato com literatura chinesa e foi demais! Um livro de leitura fluída e rápida, li em menos de três horas.
Mo Yan narra a história e as transformações sociais de seu país de forma delicada e bastante singela, em sintonia com a própria história e com a história de alguns de seus contemporâneos.
Os acontecimentos sociais, políticos e econômicos não estão em primeiro plano, mas entranhamos na vida de Mo que os conta a partir da perspectiva de alguém que vê os anos passarem e tenta extrair o melhor deles, sem possuir uma consciência clara de que a história está sendo escrita e é dela um personagem. Não é a análise de um cientista política ou de um historiador que põe uma lupa em fatos e estabelece relações de causa e efeito. É a visão de um homem que simplesmente viveu aqueles anos.
Através da história da vida de Mo - contato por ele mesmo por meio da memória - vimos uma China rural construir grandes centros urbanos; percebemos transformações políticas; nos são descritas relações sociais (e o anseio dos personagens para escapar do que Mo chama de "última camada da sociedade); notamos símbolos e personalidades chineses (como a menção ao presidente Mao e ao Portão da Paz Celestial); e compreendemos como a vida das pessoas é afetada pelo contexto no qual estão inseridas sem que elas percebam realmente a magnitude desse fato.
Terminei a leitura do livro tentando perceber a minha própria realidade, me perguntando o quanto das minhas duas décadas de vida e das minhas decisões já foram influenciadas pela política, economia, cultura e sociedade do meu tempo (todas, talvez?); me interrogando o que se dirá amanhã dos dias de hoje.
Walaceboto 05/10/2015minha estante
Gostei da resenha e de sua análise.




Diógenes - Estr 09/01/2015

mudança
Uma autobiografia ficcionalizada perfeita para ler em um dia. Narrativa simples, porém de deliciosa leitura.
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Laura 29/09/2018

É um livro rápido e fácil de ler, mas creio que para mim faltou o conhecimento sobre a história geral da China para realmente conseguir apreciar e compreender as mudanças na sociedade chinesa que o autor nos conta a partir da história de vida de dois amigos de infância e da sua própria. Mas mesmo assim é possível perceber a inteligência do corte narrativo que ele fez dessas histórias para conseguir ilustrar as mudanças que ocorreram em seu país durante aqueles anos de sua vida. É um livro bom, talvez depois de expandir meu conhecimento sobre a China valha a pena uma releitura.
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Eric Asquini 07/02/2016

Aquém das minhas expectativas
O que despertou meu desejo para ler esta obra teve duas causas: o fato de o autor ser um Nobel de literatura e também pelas resenhas que tive acesso, que indicavam uma "biografia" que transcorre paralelamente às transformações da China a partir da década de 60. Não poderia esperar muito, a julgar pelo conteúdo proposto ao ser contrastado pelo número de páginas do livro, e após a leitura, percebi que, nem a biografia e nem o progresso chinês saíram da superfície. A parte biográfica não empolga e as mudanças daquele país não são devidamente esclarecidas. Mas não desanime: é um livro bom para se ler no intervalo entre duas obras densas, para descansar a cabeça.
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Mauricio.Alcides 24/02/2016

Simples, sutil e humilde
Tagore, Eliot, Russell, Hemingway, Sartre e agora Yan.

Eu sei que ter lido apenas 6 dos mais de 100 laureados pelo Nobel de Literatura é um pecado, mas a diversidade literária não me deixa tempo para todos.



Mo Yan foi o segundo chinês a ser laureado com um Nobel de literatura? (Gao Xingjian Laureado em 2000 é Chines mas naturalizado francês), com um estilo que é muitas vezes chamado de “Realismo magico” Yan conta sua historia de vida com uma sutileza, com uma simplicidade … com uma humildade que eu nunca tinha me deparado, “mudança” é um livro curto para contar toda a trajectória desse mestre da literatura mas é o suficiente para despertar o interesse pela cultura chinesa.

Nota: 9,8
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Julio.Argibay 13/09/2024

Lembranças
Mudança é um romance de Mo Yan. Na obra ele revela algumas memórias de sua juventude. São relatos de suas aventuras com seus amigos que o acompanharam ao longo de sua vida. A estória se passa anos atrás quando o autor ainda estava na escola. Ele conta que foi expulso dela devido a ele ter colocado um apelido no professor, Liu Boca Grande, o que não foi o caso. Mesmo assim, ele depois de insistir muito conseguiu frequentar o colégio para apenas ver os colegas. Ele lembra de um professor chamado Zhang, que sempre vestia uma roupa militar. He Zhiwu era um colega que fez uma redação com apenas três frases e foi debochado pelo dito professor e saiu da escola no mesmo dia. Lu Wenli começou a chorar pois ela era parte da redação do colega. O pai dela era motorista de caminhão e fazia sucesso na aldeia. Os direitistas, que trabalhavam na Fazenda Jiaohe, montaram uma banda de música para a escola. Certo dia, numa partida de ping pong, o professor acaba de engasgando com a bola lançada pela aluna Lu. O jovem Mo Xie consegue um emprego na fábrica de processamento de algodão. Ele não estava muito satisfeito com esse trabalho e, após várias tentativas, ele ingressa no exército e é deslocado pra outra província. Na unidade, ele conhece alguns colegas e por coincidência há outro caminhão igual ao do pai de sua amiga da escola. Assim, desperta o interesse no jovem de ser motorista. Certo dia, ele teve a oportunidade de viajar para Pequin com o motorista e o caminhão soviético velho. Na capital, ele sente as mudanças que a China está passando naquele período. Ele aproveita a oportunidade e visita os pais na aldeia e tem planos de voltar para casa. No quartel, ele tem uma boa notícia pois fará um concurso para Técnico numa universidade. Ele estuda bastante, com ajuda de um amigo. Mo Xie tem grandes dificuldades, pois não se formou, só frequentou até a 6a série. Logo ele é informado que a vaga foi cancelada. Mas, devido aos seus avanços, Mo Xie se torna professor do quartel. Ele também consegue publicar alguns contos de sucesso e é promovido. Seu amigo de infância He Zhiwu fez fortuna na Mongólia. Eles se encontraram e He Zhiwu conta sobre como ficou rico e suas tentativas de casar com Lu Wenli. Outro dia, ele recebe a visita dessa amiga para pedir a ele um favor. Então, ele atende Lu e sua rotina como um homem famoso continua... Só não sei que o motivou a aceitar a oferta dela.
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Pedro Azevedo 26/12/2014

"Não fale"
Mo Yan, escritor chinês, nasceu e cresceu durante uma época delicada da história recente da China. Em plena ascensão do Partido Comunista Chinês na figura de Mao Tsé-Tung, Mo Yan viu sua vida tomar rumos diferentes. No compasso da lembrança, ele deixa-se mergulhar nas memórias dos primeiros anos de sua vida, ainda na escola, quando todo o bairro parava para ver o único caminhão Gaz 51 da cidade correr pelas ruas, e assim caminha linearmente por suas escolhas e direções que o levaram até onde está hoje. E é claramente a mudança que dita o ritmo dessa leitura autobiográfica e histórica. A inconformação com o desperdício de sua juventude, se vendo jogado num meio ruralizado e completamente parado no tempo, serve de estopim para que ele faça sua primeira escolha: alistar-se no serviço militar, que, mesmo não correspondendo às suas expectativas iniciais, consegue alçá-lo a vôos mais altos.

Da surpresa que Mo Yan tem ao ver uma cópia idêntica daquele mesmo caminhão Gaz 51 que, pensava ele, ser único no país inteiro, na garagem de seu regimento, Mo tem seu primeiro choque com a dimensão do real. A sua percepção do universo exterior é abalada quando ele visita Pequim pela primeira vez. “A Pequim daquela época não era nem um décimo do que é hoje, mas para mim já parecia monstruosa e assustadora”. A fotografia das gruas e do canteiro de obras na parte interna da capa do livro nos dá idéia de movimento acelerado e crescente. O congestionamento ao fundo incita à dúvida: aonde estamos chegando?

Em seu livro, “Mudança”, Mo Yan conta a história da China a partir da sua história pessoal. A leitura deixa de ter, então, aquele referencial frio, monótono, automático e pragmático dos livros didáticos e ganha forma, cheiro e viço humanos. Indispensável para leitores interessados em História Contemporânea, socialismo, e cultura, Mudança carrega os retratos de uma época marcante na vida de seu autor, que, daquele tempo, carrega até hoje um sentido emblemático em seu pseudônimo: “Mo Yan” significa “não fale”.

“Numa entrevista recente, explicou ao público que o nome se refere ao período revolucionário da década de 1950, quando seus pais o instruíam a não falar tudo o que pensa quando em público.”
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Anny Campos 30/09/2023

As mudanças que uma sociedade atravessa em tão pouco tempo
Um dos livros do Clube do livro Shumian que li, e gostei mais desse do que As Rãs, mas sinto que os dois se complementam. Esse é mais uma bibliografia mostrando as mudanças que ocorreram na china em tão pouco tempo, uma geração.
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Walaceboto 04/09/2015

Mudanças de Mo Yan
História que atiçou minha curiosidade porém, esperava mais por ser de um escritor Premio Nobel, e de autor que viveu na China na época do governo do Mao, viveu as mudança ocorridas desse período até nos tempo de hoje. Presencio uma China muito fechada e agora se ver tão transformada.

Não que não retrate essas mudanças ocorridas no país durante esse período, sim o livro retrata porém de forma pessoal, e autobiográfica com pouca análises e sem muito julgamento relevantes. Outros autores fizeram obras que segue estilo parecido Bukowiki, Mario Vargas Llosa, Kundera. (Autores não se comparam são estilos diferente e viveram situações diferentes).

E sim retrata a mudança na China de forma sutil junto com a vida de um garoto do campo sem estudo sem muitas oportunidade em uma situação onde não tem lá muita chances, mas sem críticas negativas e positivas. Mas não desmereço totalmente obra tenho pontos positivos,uma delas é de leitura que fui muito bem, tirando a forma como são construidos os parágrafos que espero que seja pelo formato amobi do kindle.
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amandal.0 13/01/2023

o movimento é o que há de mais estável
Existe uma longa discussão se biografia não é por si já um estilo ficcional uma vez que os "fatos" descritos são selecionados e postos na ordem e relevância daquele que a escreve. Temos também o caminho que alguns escritores optam que é abraçar a discussão e fazer dela parte da obra. Mo Yan faz isso em Mudança, ficção autobiográfica como ele mesmo apresenta, e passeia sobre as transformações político - sociais da China, as contradições da vida humana, episódios pitorescos e outros dos mais banais.

Mudança propõe uma captura do movimento da história, espontânea e incontida, de forma meio íntima, como se fosse uma conversa. É um livro bem confortável de ler, pra quem se interessa pela história da China ainda mais interessante.

Entretanto é uma pena, até um pouco absurdo, que tenhamos tido acesso desta obra primeiro do que outros trabalhos do autor. Mudança é de 2013 e "As rãs" publicado pela Companhia das Letras data 2015, sendo as únicas traduções feitas por editoras brasileiras. Considerando toda a propaganda sob o título de Nobel da literatura é um tanto incômodo procurar mais de Mo Yan e não encontrar. O ano é 2023 e seguimos tendo apenas essas duas obras publicadas.

Vale super a leitura, só fica a frustração de querer mais do autor e não encontrar. Inclusive com C&N já extinta até essa edição pode ser tornar difícil de adquirir.
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Leticia 16/11/2015

Uma delícia!
Na verdade não consigo nem pensar em outro adjetivo diferente de delicioso para esse livro.
A obra narra momentos da vida vida do escritor e de alguns outros personagens presentes nela. As histórias são bem interessantes e trazem como pano de fundo a China comunista de algumas décadas atrás.
Mas o que é realmente fascinante é a forma com que Mo Yan conduz a narrativa. É um livro que você sente vontade de continuar a leitura por puro prazer, além de possuir uma trama muito bem construída.
Por mais que tenha apenas cerca de 100 páginas, é um daqueles livros que poderia facilmente ter 1.000 páginas e ainda sim não seria cansativo.
Enfim, recomendo muito para quem deseja conhecer o autor.

site: https://choppselivros.wordpress.com/
Augusto 24/04/2016minha estante
pequeno e maravilhoso.




Emi 16/02/2022

Uma leitura muito fácil e gostosa, demorei por falta de tempo..dava pra ter engolido. Inclusive o livro poderia ser maior que não seria cansativo. Me senti ouvindo causos de um avô.
Fiquei reflexiva com as perspectivas que as pessoas tinham numa China mais antiga e meios que viam de ascensão. Contatos, pequenas corrupções, a vida das mulheres e como são representadas ou esquecidas no relato..tudo me fez refletir.
Peguei esse livro despretensiosamente e não sabia que o autor havia ganhado um Nobel, então li com outro olhar.
O livro despertou minha curiosidade pro autor, personagens citados, filme, etc.
Em termos de história da China, não teve nada muito específico, então gostaria de mais, mas no geral gostei muito do livro. Quero ler outros do autor.
Ah, o final rs fiquei curiosa em saber o desenlace disso e um pouco surpresa..
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Victor 11/01/2016

"...Mudança foi um texto encomendado por Tariq Ali para uma coleção chamada “What Was Communism” e como ele deu liberdade para Mo Yan fazer do jeito que ele quisesse, o china resolveu escrever um pouco sobre a sua própria vida durante as décadas até chegar ao grande escritor que virou. O engraçado é que, se não tivesse a introdução explicando sobre o que é o texto, talvez passasse despercebido para o leitor que a história sobre seus conhecidos e os caminhões Gaz 51 mostram muito as mudanças que aconteceram na China decorrendo da morte de Mao Tse Tung e a abertura do país para o capitalismo."

resenha completa no site

site: http://ourbravenewblog.weebly.com/home/mudanca-por-mo-yan
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