Carol D. Torre 17/10/2014
É muito difícil para qualquer leitor dizer quais são seus livros favoritos e isso não é diferente comigo. Mas existem alguns poucos livros e séries que sempre vão aparecer imediatamente na minha cabeça quando alguém fizer uma pergunta do gênero e Percy Jackson e os Olimpianos é uma delas. É a série que eu mais reli na vida e são aqueles livros que eu sempre procuro quando nenhum outro está funcionando. Foi por isso que eu fiquei tão feliz quando descobri que teria mais do Percy e da Annabeth na minha vida e foi por essa ansiedade de rever meus personagens favoritos que tive muitos problemas com os dois primeiros livros de Os Heróis do Olimpo. Mas o Rick conseguiu se superar novamente, me fez amar esses novos personagens, me conectar ainda mais com os antigos e me surpreender de novo e de novo. E então veio A Casa de Hades, simplesmente o melhor livro que ele já escreveu e me deixou completamente louca pelo final da série. Quando comecei O Sangue do Olimpo estava animada, triste por dizer adeus e esperando algo tão épico quanto o anterior. E apesar de ter sido bom, eu infelizmente me decepcionei.
O mais difícil para mim foi aceitar que não teria o ponto de vista do Percy nesse livro, nem mesmo o da Annabeth. Eu sei que eles tiveram um grande destaque em A Casa de Hades e que existem outros personagens que também são protagonistas, mas eles são personagens que eu amo muito e essa é a última vez que teremos eles, pelo menos como principais, e é muito difícil não ter um único capítulo pelo ponto de vista deles, não ter um adeus apropriado. Acho que é ainda mais difícil saber que no lugar deles temos a Piper e o Jason. Se vocês me acompanham sabem que nunca gostei dos dois, principalmente porque eles foram um tanto quanto inúteis nos outros livros, mas, depois de terminar o livro eu entendi que foi exatamente por isso que o tio Rick deu tanto destaque a eles aqui. Eles compensam nesse último livro por tudo que deixaram de fazer nos outros e amadurecem muito, acho que agora posso dizer que gosto deles e meio que os admiro também.
No fim eu não fiquei irritada pela narração ser feita pelo Jason e pela Piper, nem mesmo pelo Leo que eu amo e muito menos pela Reyna e pelo Nico que acrescentaram muito para a estória. Mas fiquei triste porque os outros, o Percy, a Annabeth, a Hazel e o Frank foram jogados totalmente para escanteio, doí ver esses personagens serem ignorados justamente no grande final. Além de que isso me fez sentir que eu não consegui realmente dizer adeus, não ter eles brilhando em cena fez parecer que faltava alguma coisa.
Mas o livro não é ruim, longe disso. Nós temos tudo o que o Rick Riordan sabe fazer de melhor o que, convenhamos, é muita coisa. Nós temos aventura, mistérios e muito momentos de humor, dessa vez vindos muito mais do Leo do que do Percy. O livro é delicioso de ler, rápido, empolgante e envolvente. E apesar de a batalha final ter sido muito mais rápida e fácil do que o que eu estava esperando, eu não senti como faltasse alguma coisa nesse sentido.
Para mim, no entanto, o grande ponto positivo de O Sangue do Olimpo foi o Nico. Preciso confessar que nunca fui fã do personagem, não tinha nada contra, mas também não tinha muita coisa a favor. A revelação em relação a ele no livro passado foi um choque para todo mundo e abriu caminho para que pudêssemos conhecer ele melhor aqui. E depois de ler esse livro não tem como não amar o personagem e sentir muito por tudo que ele teve que passar até aqui. É muito triste e bonito ao mesmo tempo, triste ver tudo que ele guarda para si e bonito ver como a ligação que ele constrói com a Reyna se torna importante não só para ele, mas para ela também.
Eu sei que essa resenha parece muito negativa, mas quero que fique claro que eu ainda amei o livro. Ele me decepcionou em um ponto muito pessoal e em um expectativa que eu mesma criei, mas tirando isso o livro foi tudo o que eu esperava. Ainda foi maravilhoso ver esses personagens mais uma vez e poder dizer adeus. O Sangue do Olimpo não conseguiu ser tão intenso e especial quanto A Casa de Hades, mas não me fez amar a série menos, o autor menos ou os personagens menos. Tudo que eu quero agora é reler as duas séries novamente e esperar ansiosamente pelo próxima de mitologia nórdica e que vai se chamar Magnus Chase e the Gods of Asgard e torcer para que o sobrenome não seja mesmo uma coincidência.
"Jason construíra toda a sua vida em torno da inflamação gerada por aquelas palavras, como o grão de areia no centro de uma pérola. As pessoas mentem. Promessas são quebradas."
"Mas, por enquanto, o melhor que ele podia fazer era seguir sua velha regra: Não pare nunca. Não fique empacado. Não pense nas coisas ruins. Sorria e faça piadas mesmo sem ter vontade. Principalmente quando não tiver vontade."
" Foi aqui que ele atingiu a terra continuou Annabeth. Onde ele fez surgir uma nascente de água salgada quando disputou com minha mãe para ser patrono de Atenas.
Então foi aqui que começou a rivalidade concluiu Percy.
Foi.
Percy puxou Annabeth para si e a beijou Um beijo tão demorado que Piper ficou bem constrangida, embora não tenha dito nada. (...)
A rivalidade termina aqui disse Percy. Eu amo você, Sabidinha."
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