Cássio Costa 01/04/2021
o Batismo na visão de um presbiteriano
Pequeno em tamanho porém grande em conteúdo, assim resumo este livro da série Questões Cruciais de R.C Sproul, que mais uma vez foi eficaz em explorar muito bem o tema abordado.
O Batismo é um tema por demais importante e dogmático na igreja de Cristo. Entretanto mesmo sendo dogmático o mesmo atrai bastante divergências quanto ao seu modo de praticá-lo. Sproul nos traz em seis capítulos algumas informações teológicas sobre o batismo e sua aplicabilidade nos dias atuais
Farei um breve resumo dos capítulos para todos aqueles que quiserem ter contato com o que a teologia reformada Presbiteriana pensa sobre o tema.
No primeiro capítulo, Sproul trata da relação entre o batismo e a salvação. Aborda a relação da fé com o batismo, fala sobre a teologia católica e seu sacramento batismal junto com a doutrina do ex opere operato
No segundo capítulo ele fala sobre o batismo de João e o batismo de Jesus. A relação do batismo com o antigo testamento, a profecia de Isaías, e do profeta Malaquias sobre a vinda de Elias e a continuidade de seu ministério na vida de João Batista. Fala ainda sobre o escândalo que era para os Judeus a idéia de se batizarem pois para eles, o povo Judeu era "limpo" sem necessidade do rito de limpeza que era realizado nos néofitos do judaísmo.
O terceiro capítulo é dedicado às alianças que Deus fez com alguns homens no antigo testamento e os sinais que as acompanhavam e como essas alianças se relacionam com a nova aliança do novo testamento e o seu sinal que é o batismo. E finaliza com a continuidade e descontinuidade da circuncisão e o batismo.
O significado do batismo é abordado aqui. O seu carácter físico e principalmente espiritual é descrito habilidosamente por Sproul. Ele cita a confissão de Fé de Westminster e comenta sobre o termo Regeneração na teologia reformada. Fala também sobre uma comparação entre o batismo nas águas e o batismo do espírito santo e por fim ele faz uma ligação entre o batismo com a morte e ressurreição.
No quinto capítulo, um dos temas mais questionados nas igrejas, o modo de como se deve batizar um crente, se o mesmo tem que ser por imersão ou aspersão é abordado. Usando de sua habitual maestria, sproul nos mostra vários texto no novo testamento que corroboram com sua ideia, extraídos do texto grego, e em passagens do antigo testamento, ele usa a septuaginta para reforçar seu argumento em favor da aspersão com bom presbiteriano que ele é. Todavia com uma sensatez brilhante, Sproul não enfatiza que a aspersão tem que ser aceita e praticada em todas as igrejas e sim que o modo diferente de batizar não deveria nos dividir pois a finalidade, que é inserir uma nova pessoa no corpo de Cristo, ainda se mantém, independente de como batizamos.
Deixando para o final, aquele que sem sombra de dúvidas é o mais polêmico tema que está em volta do batismo, o batismo de crianças. Assim como no capítulo anterior, Sproul nos leva a uma enxurrada de textos que dão embasamento a sua ideia e sabiamente nos apresenta seus argumentos que vai desde a circuncisão até a igreja primitiva e finaliza seu ponto com a carta de Paulo aos Coríntios.
É um livro curto, assim como todos os outros da série, entretanto, cheio de ensinamentos e muito bem escrito. Você não encontrará muita profundidade nos assuntos abordados pois esse não é o intuito, mas para aquele que deseja aprender mais sobre o que pensam os presbiterianos sobre o batismo, esse é sem dúvidas um livro que recomendo.