Mari 13/01/2023
A fórmula continua certeira
O quinto livro da saga é, sinceramente, um dos melhores. Na minha última releitura, O Enigma do Príncipe havia se consagrado como o meu favorito, mas admito que talvez possa perder seu posto ? veremos.
Em ?Harry Potter e a Ordem da Fênix?, vemos uma Harry adolescente, frustrado com a falta de informações do mundo bruxo depois de ter passado por uma experiência tão traumática no último livro. Quando precisa enfrentar dementadores no subúrbio trouxa e tentar provar sua inocência, ele volta para o mundo a qual pertence. Lá, descobre que o Ministério da Magia nega piamente a volta do Lorde das Trevas, descreditando Harry, Dumbledore, e aqueles que neles acreditam. Isso, juntamente com o retorno de Voldemort, justifica a formação da antiga Ordem da Fênix, organização de bruxos que, já na primeira guerra, almejavam tirar Lord Voldemort do poder, e agora pretendem evitar que ele chegue lá novamente.
Em Hogwarts, Harry e os demais alunos precisam lidar com uma nova professora de Defesa Contra as Artes das Trevas, enviada pelo Ministério para fiscalizar os alunos e professores e garantir que estão tendo uma ?educação correta?, e logo, mediante os poderes cada vez mais absurdos possuídos por ela, os estudantes descobrem do que realmente se trata tudo isso.
O início e meio do livro não são tão repletos de ação e acontecimentos, apesar de terem boas descrições (que já falarei sobre), explicações e reflexões políticas, que adicionam um tom muito mais maduro do que os últimos da saga.
A descrição de cenários e personagens é sempre um ponto muito positivo nos livros. Consigo me imaginar claramente em Hogwarts, tendo aulas, observando a paisagem, estudando no salão comunal? Talvez esse seja o ponto que mais me puxa para esse universo com tanta frequência: a riqueza de detalhes que faz com que esqueçamos da realidade e de um mundo sem magia. O mundo criado pela autora é, indubitavelmente, extraordinário.
Uma outra coisa que me chamou bastante a atenção foi como são escritas as emoções dos personagens, em sua maioria adolescentes. O Harry, principalmente, parece ? finalmente ? ter uma personalidade. Enquanto Hermione já estava anos-luz à frente dele nesse quesito, a autora aborda e descreve muito bem seus acessos de raiva, a falta de paciência, seus pensamentos (apesar de que ela já o fazia com maestria em todos os livros) e, claro, o luto, que foi com certeza a descrição que mais mexeu comigo.
Como disse anteriormente, os capítulos iniciais até o meio-final do livro são bem mornos, mas em compensação, o final tem muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Apesar de todos os eventos narrados a partir daí serem muito bons, senti que nesse ponto eu já estava cansada da leitura. É um livro muito denso, e gostaria que os eventos fossem melhor espalhados pelos capítulos.
No mais, A Ordem da Fênix é mais um livro que segue a fórmula impecável da saga de nos transportar para um universo (literalmente) mágico, e os fãs com certeza se deliciarão, como eu, com os pitis de adolescente do Harry e sua habilidade de se enfiar em confusão.