Clô 26/04/2016
Guia Politicamente Incorreto da História do Mundo Agrotóxicos
A história é contada de acordo com os interesses de cada um.
Não disponho de conhecimentos históricos para rebater os outros temas abordados no livro mas, o capítulo Agrotóxicos é, no mínimo, intrigante. Narloch usa de implicações óbvias para provar seu ponto de vista. Ele trata a agricultura orgânica como a causadora da fome, pois sua produção escassa não é capaz de alimentar 7 bilhões de pessoas, porém nem mesmo a atual produção em massa repleta de componentes que podem nos prejudicar é, já que milhões de pessoas em diversas áreas distintas do globo ainda passam fome. (E concomitantemente esse é o argumento que diz que o vegetarianismo não seria capaz de alimentar toda a população mundial, que é um argumento um tanto equivocado.)
E quando ele chega no ponto nevrálgico do assunto: o mal das substâncias tóxicas no nosso organismo, ele reforça que isso é uma completa falácia e diz que o número de pessoas com câncer por volta dos anos 50 DIMINUIU já que com os conservantes as pessoas podiam comer mais alimentos frescos.
No entanto, não é isso que os documentários "O veneno está na mesa" e "O veneno está na mesa 2" mostram.
O Brasil e o Agronegócio
O Brasil é o país que mais utiliza agrotóxicos e a regulamentação e inspeção é precária.
5,2 litros de agrotóxico por ano é o que as pessoas consomem sem perceber.
E o círculo de vítimas tem um raio gigante, que vai desde os trabalhadores manuais que despejam o tóxico, como também as pessoas que vivem próximo dos campos de produção e por último, todos nós, que consumimos essas frutas e verduras envenenadas.
Ao exemplo de um caso que aconteceu em uma escola rural próxima a uma plantação onde um mono-motor sobrevoou a área diversas vezes lançando pesticidas sobre ela. As crianças acabaram ingerindo o pesticida e os efeitos foram assustadores em seu organismo. Muitas delas tiveram que ser acompanhadas por especialistas por problemas encontrados em seu fígado e rins.
Agrotóxicos e um novo modelo de Agricultura
Há quem diga que agrotóxicos salvaram o mundo da fome. É indubitável que a produção de alimento cresceu inimaginavelmente com a Revolução Verde e o surgimento do Agronegócio, possibilitando que uma enorme quantidade fosse plantada com mais possibilidades de sucesso na plantação sem precisar derrubar mais árvores e conserguir mais espaço. Porém, quem garante que mais árvore não serão derrubadas? A agricultura é o setor que mais cresce no Brasil, e enquanto a sua preocupação em zelar pelo ambiente for ínfima como agora, ninguém garante que essas árvores estarão a salvo em suas florestas.
E as pragas e insetos?
Há uma verdadeira guerra nas plantações, quanto mais os agrotóxicos são utilizados, mais resistentes as próximas gerações de insetos serão, logo, as grandes produtoras são estimuladas a desenvolver substâncias cada vez mais potentes no combate a esses insetos e cada vez mais perigosas a nós e ao ambiente, já que grande parte dessas substâncias, quando lançadas, acabam caindo em rios e terras que não são plantações.
E por que há perigo?
A composição desses produtos geralmente é recheada de metais pesados, tais como chumbo e mercúrio. Esses metais têm efeitos cumulativos, o corpo não consegue expulsá-los, e ele se acumula no seu corpo, podendo levar a um envenenamento. Já foram encontrados substâncias como chumbo no leite materno. É disso que nossas crianças se alimentam?
Recomendação
Recomendo para quem se interessar pelo assunto o livro Primavera Silenciosa, escrito por Rachel Carson que trata desse assunto abordando o DDT, um perigossímo agrotóxico que foi bastante utilizado no mundo inteiro.