vasilisamorozko 30/10/2020
Ta Me Diz Ai: se Alguém Faz O Sinal Da Cruz Em Sua Direção Você Não Deveria Correr?
“As grandes revelações da natureza sempre impressionam e eu não estava de todo desacostumado a ter aquele tipo de sensação. As montanhas oprimem, os oceanos aterrorizam, o mistério das grandes florestas têm um efeito peculiar sobre cada um de nós.”
“Há em nós alguma coisa que leva à desordem, à desintegração, à destruição, à autodestruição — disse, num dado momento, diante da fogueira que ardia. — Em algum ponto, nós cruzamos a linha de segurança.”
#254 - Porque meu bem,se fosse eu no lugar dos dois principais do conto teria picado minha mula em piscar de olhos... e não é que seja uma medrosa nível Salsicha Rogers e só que eu sou precavida. Nada de bom está pra acontecer depois deste tipo de situação. Mas enfim os dois ficaram na ilha bancando os bambambãs e tremendo na base, claro.
O negocio pega pra mim nesta parte mesmo, ainda mais porque em 2014 eu li um outro conto que se passava em uma ilha e que até hoje morro de medo dele, e Os Salgueiros chegou pra fazer par de jarro com ele porque Maria Amada juro que eu nunca, never, riamh, mai, noch nie - e em todas as línguas possíveis - eu jamais, digo JAMAIS, vou pisar em uma ilha, não importa qual seja (se um dia falei que gostaria de conhecer Cingapura ou Manhattan, há, não lembro) e muito menos passar a noite, deus me defenderay nunca no brasil, não sou idiota!
Continuei lendo (tremendo na base também) e conto vai conto vem até que aconteceu uma coisa que eu não esperava, quando o narrador começou a falar sobre os salgueiros e em como eles se balançavam de forma sobrenatural eu fui transportada pros meus 8 anos de idade, e pra vocês entenderem nesta época eu estudava de manhã então tinha que espera na janela pra ver a pirua certo, as 5:40 manhã num breu desgraçado e do lado da minha casa tinha um parque e gente como eu morria de medo quando chovia forte e as árvores ficavam balançando e formando formas assustadoras. Nunca pensei que ia dizer isso mas senti o pânico dos personagens em outro nível.
E depois de ver o show das árvores dançantes esse homem ainda sai pra explorar no meio da noite pra chegar num ponto mais alto daquele lugar sinistro e constatar que os salgueiros pareciam estar se fechando sobre eles. Ai Jesus! Mas o mais engraçado é que na manhã seguinte ele age como se nada tivesse acontecido (qualquer pessoa sã sairia dali correndo) porém o Sueco (o outro personagem) já tá mais "algo de errado não está certo" e começou a falar uns negócios que eu fiquei moço para já ta ruim, serio, segue os diálogos:
"Acho bom sairmos daqui a uma hora — disse eu, tentando abrir caminho para que ele afinal dissesse o que sentia
E a resposta me intrigou: — Claro! Se eles deixarem.
— Eles, quem? Os elementos? — perguntei, rápido, fingindo desconfiança"
*
"— Em 24 horas, estaremos a quilômetros de distância daqui.
— Espero que sim. Juro por Deus que espero — resmungou ele, recolocando as provisões nos saco. E, rindo, acrescentou: — A não ser que antes disso sejamos escolhidos como vítimas do sacrifício"
Ai você me diz, como tentar ficar calmo num lugarzinho sinistro com uma criatura positiva desta?
Não tem como!
Enfim, o conto é curto e o resto seria um spoiler que tiraria toda a graça. Por isso recomendo que você leia (não de madrugada se for medrosa como eu) por que vale a pena!
Agora minhas conclusões são de que tenho que repensar se willow tree ainda é minha música favorita e que eu deveria me envergonhar por ter medo de plantas (mora de frente um parque é um gatilho.)