Além de 50 Tons 21/03/2019
O Anjo do Demônio
Que Drake é o membro da banda mais atormentado pelo passado, todo mundo que leu os livros anteriores já sabe, então eu já comecei a ler o livro com aquele medo misturado com curiosidade pra saber tudo que o meu bebê tinha passado na sua infância.
O prólogo, seguindo os outros livros da série, nos deixa com o coração sangrando, mas dessa vez foi muito pior que todos os outros. Dessa vez, não é apenas sobre Emmie, é sobre Drake e Shane, que têm seu próprio demônio pra lidar, um demônio horrível e perverso que nenhuma criança no mundo deveria ter que enfrentar. Logo percebemos o que assombra tanto Drake a ponto de fazê-lo ter tantos problemas com bebidas atualmente. Vemos que o mesmo tormento assombra Shane, mas ele enfrenta isso de outra forma. Só sei que meu coração quebrou pelos dois igualmente.
Assim, querendo colocar os irmãos Stevenson no colo e nunca mais soltar, de volta ao presente, temos Drake na sua rotina matutina habitual: acordando de um pesadelo sentindo o gosto horrível de Jack Daniels na boca e correndo pro banheiro vomitar tudo que tem no estômago. Emmie logo entra no quarto dele, gigante e grávida, dizendo pra ele se arrumar que ele ia ajudar Jesse na mudança de Layla.
Nós já conhecemos a cena que vai se passar daí pra frente, pois ela aconteceu no livro passado, quando Jesse e Drake vão ajudar Layla, a nova funcionária deles, na mudança pra casa de hóspedes. Estamos revendo essa cena porque foi aqui que Drake e Lana se viram pela primeira vez e já se sentem ligados no primeiro olhar. Pra quem não sabe, Lana é a irmã mais nova de Layla e isso é o pior pesadelo de Drake porque ele começa a sentir algo por uma pessoa que, por mais adulta que pareça ser, na identidade ela ainda é menor de idade.
“Na verdade, eu acho que realmente tinha sentido o sangue do meu rosto desaparecer quando Layla disse a palavra dezessete. Eu me senti mal do estômago por uma razão completamente diferente de quando tinha acordado.”
Lana, por sua vez, cria uma paixonite por Drake logo de cara, mas a diferença de idade entre os dois os mantém nos limites certos. Por mais que o coração queira mais, os dois criam uma amizade linda que os faz apoiar um ao outro, já que o romance está fora de questão para ambos. Lana nunca foi de fazer amigos e por isso, ela só tem a Layla e a Lucy, a caçula das três, com quem conversar. Quando ela encontra em Drake uma amizade segura, sincera, leve e descontraída, ela não deixa passar. O mesmo acontece com Drake e assim, de forma bastante rápida conseguimos alguns vislumbres da amizade bonita que os dois mostraram ter no livro do Jesse.
Mas a química sempre esteve presente e foi causa de grande dor e desespero pra Drake, todo o sentimento que ele estava nutrindo por Lana era errado. Ele a vê como seu anjo, e ele a chama assim, mas ele prefere ir para o inferno antes de tocá-la da forma que gostaria. Ele continua se afundando cada vez mais na bebida, agora por outro motivo além do passado: ele precisa esquecer os sentimentos que tem por ela e se contentar com a paz que sente apenas quando seu anjo está por perto.
Mesmo quando Lana finalmente faz dezoito anos, Drake ainda se mantém na friendzone por conta da diferença de idade. Mas o medo de um dia perder sua melhor amiga o mantém em alerta pra toda e qualquer briga da Layla com o Jesse. Num dia, quando Layla ameaça ir embora, Drake surta e as coisas saem um pouco do seu controle e suas ações acabam afastando Lana definitivamente.
Confesso que meu coração dói pelo Drake toda vez que leio esse livro. SIM! Já li e reli várias vezes rs. A fragilidade dele e toda a dor que ele carrega no coração, tendo como único escape a bebida; me faz querer protegê-lo e colocá-lo numa redoma de vidro. Não estou dando desculpas para as coisas erradas que ele acaba fazendo durante o livro, mas não é uma coisa fácil de se superar e, mesmo Shane tendo passado por isso da mesma forma e encontrado outra forma de lidar com o passado, podemos ver que Drake faz o melhor que pode e, quando vê que pode perder seu Anjo de vez, ele se esforça cada vez mais e mais pra ser o cara que ela merece ter.
Lana é uma garota incrível e forte. Assim como Layla, sua infância não foi das melhores com uma mãe que vivia cada noite numa cama diferente, em sua maioria rockstars, e que a maltratava sempre que podia. Mas isso não moldou a pessoa que Lana se tornou e ela estuda muito mais que qualquer outra pessoa que conhece para ter um futuro diferente. Com Layla e Jesse juntos, essa possibilidade se torna cada vez mais real e ela vai em busca de fazer o que tem que fazer e usa isso como uma fuga dos seus sentimentos por Drake.
“- Eu não quero que esse momento acabe nunca (…) Não quero que os pesadelos comessem e levem este sonho de mim.”
Nesse livro temos muito mais de Shane. Como ele é o irmão de Drake, descobrimos muito do seu passado, assim como dos demônios que ele próprio carrega e disfarça tão bem com seu sorriso fácil. Confesso que foi uma surpresa pra mim, saber tudo que Shane passou porque ele realmente não demonstra nos outros livros. Enquanto Drake desconta toda a dor na bebida, Shane usa o sexo, de todas as formas possíveis, para fugir do passado. Mas podemos ver que o mundo dele está para mudar quando ele encontra pela primeira vez a protagonista do seu livro. E já posso dizer que estou muito ansiosa por ele!
“Você tem que parar de culpar a si mesmo, irmão. Tem que deixar isso no passado, cara. E seguir em frente”
A diagramação do livro segue a dos livros anteriores, com fonte e espaçamento bons para uma leitura confortável. Talvez o fato de eu amar esse livro tenha me feito esquecer o quando eu fiquei triste com o tamanho dele rs, mas dessa vez isso não me incomodou nem um pouco. Eu gostei bastante do título que colocaram que mais uma vez não tem nada a ver com a tradução do original, The Rocker Who Needs Me. Assim como a capa que é bem mais bonita que a do livro original. Posso parabenizar a Editora Bezz por isso. E quando comprei o livro, veio junto um chaveirinho de guitarra mais fofo da vida. Thanks Bezz!
Preciso dizer que Emmie me decepcionou um pouco nesse livro. Drake, com todo o seu jeito quebrado de ser, nos faz querer protegê-lo de tudo e de todos e, com Em, é ainda pior. Mas em alguns momentos durante a leitura, me deu vontade de mandá-la se colocar no lugar dela e parar de achar que Lana tem culpa de tudo que acontece com Drake. Afinal de contas, ele é um homem crescido e as decisões que ele toma são única e exclusivamente dele e, infelizmente, tudo que ele faz acaba atingindo Lana de alguma forma. Lana, por sua vez, não é obrigada a aguentar tudo sorrindo, enquanto é machucada no processo de cura do Drake. Teve um momento no livro que a minha vontade era dar um tapa na Em, mas logo passou rs.
Outra coisa que é preciso falar é sobre o assunto pedofilia que é abordado no livro. Senti o cuidado da autora ao deixar bem claro o quanto Drake se mantém afastado romanticamente de Lana enquanto ela é menor de idade e ainda por um tempo depois. Acho que é um assunto delicado e ela ficou no limite do limite de fazer a premissa desse livro ir por água abaixo. Essa foi uma das minhas preocupações quando comecei a ler e vi que Lana tinha apenas dezessete anos, mas fiquei tranquila quando vi que em todo momento Drake a respeitou acima de qualquer outro sentimento que acabou nascendo dentro dele.
Assim, querendo acrescentar o Drake no meu potinho especial reservado para os integrantes da banda Demon’s Wings, deixo minhas super 5 Angélicas pra essa história tão doída e ao mesmo tempo tão fofa, e fico na espera do lançamento do livro do Shane, que a editora disse num evento que seria no segundo semestre de 2018! Estou no aguardo, Bezz!
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