Tamara 19/01/2021
Não é novidade para ninguém que Outlander é a minha série de livros favorita, e Claire, a protagonista dessa história é a personagem que mais adoro em todo o universo literário. Dessa forma, acompanho com muito fervor as novidades dos livros de Outlander, e fico ansiando para termos novos lançamentos, já que quando acabo um capítulo dessa linda saga, fico com uma ressaca daquelas.
O oitavo livro de Outlander, Escrito com o sangue do meu coração era o único dentre os lançados que ainda faltava vir para o Brasil, e para a minha felicidade ele chegou no ano passado, no mês de novembro e o escolhi para estar entre as minhas primeiras leituras de 2021.
Assim como das outras vezes, Diana Gabaldon não me decepcionou em um só minuto e devorei as quase 900 páginas sem ver o tempo passar, como se devorasse um livro pequeno, e como sempre me emocionei, sorri, vibrei, briguei mentalmente com os personagens e quase tive mini infartos à medida em que eles se colocavam em perigo, sofriam com algumas questões e assim por diante. Além disso, algo muito importante que ocorreu nesse livro foi a presença de um final satisfatório que para mim quase poderia ter sido o fim da série, caso a autora tivesse se se estendido mais e esclarecido umas poucas questões pendentes, e confesso que tenho certo receio de ela fazer bobagem em uma história já perfeita com a publicação de mais um livro que sequer sabemos quando chegará, já que faz quase sete anos que a autora o escreve e ainda fala-se em um décimo livro, desnecessário também na minha opinião
Mas, falando mais diretamente sobre a história, o começo foi bastante cansativo para mim, ao menos os primeiros dez por cento uma vez que a autora faz diversas referências às questões do fim do sétimo livro e tive que voltar várias vezes a folhear as páginas do exemplar anterior, já que a minha leitura havia acontecido fazia mais de um ano e meio. Após os 10 por cento, peguei o ritmo da coisa, relembrei o que era importante e daí em diante foi só diversão, ou melhor, foi também drama, romance e muito amor pela série.
Nesse livro, temos continuações diretas de acontecimentos que vinham se desenvolvendo e tudo foi muito bem conduzido por Diana. Acompanhamos novas partes da guerra travada para a independência dos Estados Unidos, e embora possa ser incômodo para alguns leitores a quantidade de descrições da guerra, embora também se o leitor chegou até aqui na leitura de Outlander é porque gosta desse viés, eu amei as descrições, a narrativa de Claire cuidando dos feridos, as descrições macabras e que nos deixam com o estômago embrulhado com os procedimentos médicos, e esse livro foi campeão nessas descrições, sendo provavelmente um dos mais intensos nesse sentido.
Além disso, revemos personagens queridos como Briana, Roger e as crianças e temos um novo destino bastante interessante para todos eles, o que de certa maneira acalmou meu coração pois de alguns livros para cá a situação destes era bastante incômoda para mim. Ainda, posso destacar a força do amor de Claire e Jamie, a união, a coragem desses personagens e mais uma vez, foi maravilhoso ver a vida de vários dos nossos personagens queridos seguindo um caminho bem estabelecido.
Por falar nisso, eu sempre admiro a capacidade de Diana de dar um espaço muito claro e forte para os protagonistas, é óbvio, mas ao mesmo tempo ela dá um grande espaço para os coadjuvantes que acabam conquistando igualmente nosso afeto, nos fazem desenvolver uma forte torcida e amar também suas histórias.
Mas, nem só de acontecimentos felizes esse livro foi feito, e para mim a história tem a maior tragédia que já presenciei em Outlander, e não, já alerto que nenhum dos protagonistas morre, mas foi algo bastante duro de engolir e algo jamais esperado por mim, embora Diana aborde com sensibilidade e não se demore tanto na situação, dando-lhe a medida correta de drama.
O livro oito de Outlander foi antes de tudo uma leitura envolvente e surpreendente, uma vez que nos outros livros eu já sabia mais ou menos o que esperar, mas nesse fui surpreendida com alguns rumos diferentes, as vezes tristes e em outras encantadores.
Cabe por fim falar sobre a grande mescla de gêneros que essa obra trouxe, sendo presenças constantes o drama, o romance, o humor incrível que essa autora constrói, e encontramos também até mesmo uma parte de aventura com suspense, se é que podemos chamar assim a parte referente a teoria da conspiração a qual os leitores que já leram esse livro saberão do que falo.
Assim, encerro dizendo que Outlander me deixou de coração quentinho, feliz e satisfeita em seu final, e que torço para que os leitores desse livro o amem tanto quanto eu amei, e digo também que Outlander jamais estará a altura de qualquer palavra que eu possa escrever sobre ela pois essa série é muito mais, é perfeita.