Resenhas - O visconde partido ao meio

Camila 04/05/2020

Embarquei nessa história sem conseguir largar, sendo surpreendida a cada novo detalhe. A mente de Ítalo Calvino é uma coisa maravilhosa.

Tuts 29/09/2020

Polarizações
Um livro com uma mensagem interessantíssima acerca das polarizações políticas.

Nassy 07/05/2009

O bom e o mau
O livro pode ser lido em um dia, de tão rápido que correm os fatos!
A história me levou à clássica conclusão de que ser bonzinho demais é ser bobo, e ser mau demais é ser tirano. Ser completamente bom ou completamente mau é uma ilusão, pois não torna o ser completo, ele precisa de sua outra metade para manter o equilibrio de suas ações.

Carla 28/09/2021

Boa mensagem, mas...
Primeiro escrito que leio de Calvino e não me agradou muito o jeito rebuscado de contar uma história que, em sua essência, é bem simples.

Há uma longa explicação em algumas edições sobre o que o conto quer dizer, pq foi escrito, e qual contexto histórico, etc.

Quando esse material aparece após os escritos penso que acrescentam, mas não costumam ser indispensáveis para o entendimento do texto. No entanto, quando o autor começa com essa longa explicação, já se adivinha um conto de difícil leitura, onde os elementos estão mais escondidos que acessíveis aos leitores.

Lerei outras coisas do autor um dia...

Ronaldo Thomé 01/12/2021

"Together we stand, divided we fall(...)"
Hipnotizante!

Fazia algum tempo que eu não lia um livro num período curto - um ou dois dias - até porque, em geral, prefiro ler mais devagar, às vezes levando um bom tempo. Mas, aqui, o conteúdo e a agilidade da prosa me cativaram a tal ponto que consegui finalizar a obra em bem pouco tempo.

Ítalo Calvino é integrante do Realismo Fantástico - você nota diversas semelhanças dele com autores como Borges, por exemplo. Sua escrita é filosófica, mas nunca deixa de ser agradável e interessante. Ele usa muitos simbolismos na suas histórias, mas sempre consegue contá-las de maneira saborosa e viciante.

Temos aqui uma história insólita onde um nobre, o Visconde Medardo di Terralba - fica terrivelmente multilado durante a guerra; seu corpo é partido ao meio na vertical, mas uma das metades é recolhida ainda viva, sobrevive e se recupera (!). No entanto, ao voltar para casa, sua família e povoado descobrem que ele se tornou terrivelmente mau e cruel, capaz de condenar pessoas à morte por delitos bobos, ou até mesmo sem motivo algum.

Passado algum tempo, uma outra faceta sua se revela: de repente o visconde, que ganhou o apelido de Mesquinho, passa a agir de forma altruísta, terna e doce com muitas pessoas. Rapidamente o vilarejo descobre que, na verdade, a outra metade também sobreviveu, e agora também regressara para casa.

Essa história é tão bizarra quanto fascinante, pois Calvino a usa para falar sobre valores e sentimentos muito humanos. É comum em filosofia, assim como em religião, se falar na divisão do ser humano em bem e mal, na forma como nossa natureza pode ser dualista. Assim, Calvino especula como poderia ser caso essas duas naturezas se separassem. Como agiríamos? Como as pessoas nos veriam? Será que seria realmente bom se nosso lado bom se separasse do lado mau?

Há muitos ótimos personagens na trama, como o narrador (sobrinho de Medardo e vítima constante da sua maldade), o doutor Trelawney (um médico marinheiro contador de histórias), Sebastiana (a ama de leite que cuidou do jovem nobre desde pequeno), Pamela (a jovem por quem as duas metades do visconde se apaixonam, e apronta um rebuliço para resolver o problema).

Esse é mais um pequeno grande livro que vai surpreender você!

Indicado para: quem quer ler uma história diferente de tudo, onde o impossível parece se tornar real e você sai refletindo para sempre.

Nota: 10,0 de 10.

Ale 30/01/2024

Achei genial. Mora da história: é impossível ser 100% ruim e mais impossível ainda ser 100% bom, todo mundo tem essas duas partes. Elas separadas são igualmente ruins, é preciso haver um equilíbrio.

nkog.neato 12/05/2021

Bom, eu não sei o que achar desse livro
Leitura rápida, fiz por causa do clube. Gostei, mas não sei ,exatamente, como vamos debater sobre ele. Partido ao meio fez sentido e a história é bem previsível, história pra criança? Creio que sim. Quando estiver mais madura vou repetir esta leitura!

Vicente 27/04/2021

Excelente
Segundo livro do autor Italo Calvino, e o primeiro de uma trilogia fantástica chamada Os Nossos Ancestrais. Nesse volume, o autor conta a estória de um Medardo di Terralba, um visconde atingido por uma bala de canhão que sobrevive milagrosamente, mesmo partido ao meio. Uma metade tende a ser má e impiedosa, enquanto a outra é boa e idealista.
Com essa premissa em tom de fábula. o autor constrói uma interessante metáfora sobre a natureza humana. Vale muito a leitura.

moacircaetano 10/12/2023

Belo exemplar de realismo fantástico, o meu primeiro do Calvino.
Com certeza irei em busca dos próximos.

tbbrgs 29/08/2022

Uma leitura divertida sobre a natureza do ser humano
Em O visconde partido ao meio, o visconde Medardo di Terralba é atingido, numa batalha contra os turcos, por uma bala de canhão, que o divide em duas partes, uma má e outra boa. Italo Calvino trata, com muita ironia e humor, de questões como a natureza dupla do ser humano, suas contradições e o sentimento de incompletude que o perturba. Além disso, ele também mostra como nenhum extremo é bom: ser extremamente mau é algo ruim, mas ser extremamente bom também pode ser prejudicial. Assim, uma importante reflexão que o livro propõe é a de que os seres humanos têm de abraçar todas as suas naturezas, pois sem elas não são completos. Ninguém é absolutamente bom ou absolutamente mau, mas somos bons e também somos maus. A obra de Calvino traz com certeza muitas outras reflexões pertinentes acerca da natureza da humanidade, mas essas foram algumas das que consegui elencar. Assim como o autor diz, é um livro para divertir, e assim o faz, mas também nos faz refletir, o que, na minha opinião, é uma das funções sociais da literatura.

João Pedro 15/07/2022

A dualidade do homem
Uma das metades é cruel, perversa e injusta; essencialmente, tudo que há de ruim no ser humano.

A outra metade é deveras afável, extremamente solidária e compassiva. No entanto, se mostra por várias vezes tola e idealista.

Nenhuma das duas consegue existir em si.

Cada um de nós, afinal, carrega os dois opostos conjuntos do visconde Medardo.

Dri Ornellas 27/06/2020

A novela O visconde partido ao meio, de Ítalo Calvino é toda uma grande metáfora (e qual livro não é? e qual objeto artístico não é?) sobre a dualidade, principalmente a dualidade entre bem e mal.

Medardo é um visconde que é atingido por uma bala de canhão durante a guerra e é literalmente partido ao meio horizontalmente. Uma das partes é salva e volta para casa carregando apenas as características de maldade que antes, no corpo inteiro, eram distribuídas e misturadas com características boas.

A partir daí, ele começa a ter atos gratuitos de maldade na cidadezinha em que mora e passa a ser odiado por todos. Até que, em dado momento, surge sua outra metade, essa carregada apenas com bondade e, assim como sua parte direita, começa a realizar atos gratuitos, mas de benevolência.

O que acontece é que a metade boa também acaba incomodando as pessoas da cidade porque, apesar das suas intenções serem boas, ele acaba sendo invasivo, tentando salvar as pessoas delas mesmas quando elas estão apenas vivendo suas vidas.

A novela pode ser entendida como uma metáfora de que todos carregamos o bem e o mal na nossa unicidade e não há como (sobre)viver de acordo apenas com um extremo. Saber distinguir onde empregar cada característica também é importante: nem todo ato de bondade se realiza de forma positiva apenas porque é bom, o limite entre o que fazemos e como o outro entende não está ao nosso alcance e nem é definido pela gente. Aquela velha máxima de que não devemos fazer ao outro o que não gostaríamos que fizessem com a gente não é real: afinal, o outro pode ter gostos diferentes...

thyarac 20/06/2020

Indicação
Gostei bastante do estilo de escrita e do sobrinho do visconde

skuser02844 29/11/2022

Calvino não decepciona
Foi minha segunda experiência com o autor, esse tem quase um tom de fábula infantil, mas a fantasia é usada na medida certa para passar a mensagem sobre a dualidade humana

Helissa 27/08/2022

Ótimo
Um excelente livro para pensar o bem e o mal, saindo do maniqueísmo, refletindo sobre a humanidade na modernidade.