Andrea 14/04/2013
O Diário da Morte
Milton Terra Verdi e seu cunhado Augusto, ambos com família em Fernandópolis-SP e São José do Rio Preto-SP, decolaram de Corumbá-MS com destino a Santa Cruz de La Sierra na Bolívia, para tratarem de negócios. Depois de alguns imprevistos técnicos e meteorológicos foram obrigados a pousar numa clareira na mata fechada em território boliviano, por não conseguirem chegar ao destino e o combustível estar no fim. A partir de então Milton começou a escrever um diário relatando os 70 dias que ficou na mata e todo o drama que viveu até morrer de fome e sede. O diário está publicado na íntegra. Por causa da imensa burocracia no Brasil, seu pai demorou muito para conseguir ajuda do governo para resgatar os dois rapazes. Quem acabou tendo mais boa vontade e solidariedade mesmo foram as autoridades bolivianas, o que acaba despertando na gente um enorme sentimento de indignação. Tudo bem que isso aconteceu em 1960 quando os meios de comunicação estavam muito longe do que temos hoje, mas mesmo assim, ficou claro a má vontade das autoridades brasileiras em resolver a situação. Dizem que só se compara ao Diário de Anne Frank, mas este eu achei bem mais trágico. Acho importante que as pessoas leiam para dar um pouco mais de valor a vida e as coisas que realmente interessam.
Trecho do livro:
"Como se acabam as ilusões de um homem. Hoje para mim, um litro d'água que é a coisa mais barata que nós temos, vale mais que todo o dinheiro do mundo e um prato de arroz com feijão não tem dinheiro que pague. Se Deus nos der nova chance, temos planos de ser os homens mais humildes do mundo, querendo apenas ter nossa comida, água em abundância e o carinho das esposas, filhos e familiares".